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No meu Palato

No meu Palato

As estrelas do Bibendum | Guia Michelin 2016

13 em 14, pareceu-me uma boa maneira de começar este post :-P

Dos 14 restaurantes portugueses que constam no guia vermelho do Bibendum (mascote da Michelin) para 2016 acertei em 13. No post de 25 de Novembro não incluí na minha lista o Bon Bon (do chefe Rui Silvestre no Carvoeiro) e incluí 2 restaurantes que não constam no guia Michelin Espanha & Portugal 2016, a Casa de Chá Boa Nova e o ANTIQVVM.

 

Irei começar a análise pelos 2 estrelas Michelin, por aqui nada novo, o Ocean do chef Hans Neuner, o Vila Joya do chef Dieter Koshina e o Belcanto do chef José Avillez continuam a ser os "três grandes" da gastronomia portuguesa.

O  lema na cozinha de Hans Neuner  "keep it simple" (manter as coisas simples), o conceito inovador do chef Dieter Koshina que alia os produtos locais do Algarve aos clássicos da alta cozinha francesa e o toque romantico e sofisticado do chef José Avillez na cozinha típica portuguesa voltaram a convencer os avaliadores.

Pensei que neste ano a cozinha dedicada e com multiplicidade de sabores de Ricardo Costa aliada à localização idilica do The Yeatman e à mais abrangente cave de vinhos  portugueses fizessem com que ganhasse a segunda estrela, tal não se veio a verificar. No entanto, e como é obvio o The Yeatman voltou a manter a sua estrela a brilhar junto às caves do vinho do Porto.

Com uma estrela arrecadada, juntam-se ao The Yeatman o Largo do Paço de André Silva, o Eleven de Joachim Koerper, o Feitoria de João Rodrigues, a Fortaleza do Guincho de Miguel Vieira, o Henrique Leis, o Il Gallo d’Oro de Benoît Sinthon,  o São Gabriel de Leonel Pereira , o Willie’s de Willie Wurger,Pedro Lemos e a grande surpresa desta edição o Bon Bon de Rui Silvestre.

  

A cozinha “interessante” que “surpreende pelo nível técnico”, “baseada em matérias-primas seleccionadas e propondo pratos de corte actual, com sabores definidos e apresentações cuidadas” do chef Rui Silvestre fez com que passasse a ser o mais jovem chef  português (tem apenas 29 anos) a ganhar uma estrela Michelin. No sentido contrário, o L'And Vineyards de Miguel Laffan perdeu a única estrela que possuía. Como o próprio chefe já veio reconhecer, esta penalização deveu-se ao menor tempo disponível para a excelência na cozinha resultante de projectos paralelos. Será um ano que Miguel Laffan jamais esquecerá, perdeu uma estrela, mas ganhou outra, a sua filha, aqui para nós que ninguém nos ouve, o Miguel saiu a ganhar... 

Um problema similar ao do L'And Vineyards ocorreu com a Casa de Chá Boa Nova do chef Rui Paula, demasiados projectos faz com que por vezes se perca o essencial por causa do acessório, já tinha alertado para esta possibilidade anteriormente. Há apenas um chef em Portugal que, para já, consegue manter a intensidade e excelência em vários projectos simultâneos,  o chef José Avillez.

A entrada tardia do chef Vitor Matos no ANTIQVVM invializou a consquista de mais uma estrela para a região do Douro, mas não tenho a mínima dúvida que para o ano a mesma ocorrerá. 

Para último guardei o grande vencedor deste ano, o Largo do Paço do chef André Silva. Depois de José Cordeiro,   Ricardo Costa e Vítor Matos, é agora André Silva a colocar o seu nome no mapa gastronómico mundial. Mais nenhum restaurante português pode exibir tamanho cartão de visita, os chefs passam, mas a estrela fica. 
Por tudo o que já disse anteriormente sobre o chef André Silva, é inteiramente merecido tão nobre reconhecimento. Mas André Silva tem mais "quelque chose" que os anteriores, irreverência e um enorme sentido de oportunidade, agora que se libertou do "fardo" de ter de manter a estrela no restaurante da Casa da Calçada, pode perder aquela pequena insegurança que possui em alguns pratos, e partir para outros voos, a segunda estrela...

 

Abaixo segue a lista completa de todos os vencedores deste ano, parabéns!!!


Michelin 2016.png

 

 

**
Ocean (Armação de Pêra), Hans Neuner
Vila Joya (Albufeira), Dieter Koshina
Belcanto (Lisboa), José Avillez 

 

*
Yeatman (Vila Nova de Gaia), Ricardo Costa

Casa da Calçada (Amarante), André Silva
Eleven (Lisboa), Joachim Koerper
Feitoria (Lisboa), João Rodrigues
Fortaleza do Guincho (Cascais), Miguel Vieira
Henrique Leis (Almancil), Henrique Leis
Il Gallo d’Oro (Funchal), Benoît Sinthon
São Gabriel (Almancil), Leonel Pereira 
Willie’s (Vilamoura), Willie Wurger

Pedro Lemos (Porto), Pedro Lemos

Bon Bon, (Carvoeiro-Algarve), Rui Silvestre.

 

Vinho no sapatinho | Christmas Wine Experience - The Yeatman Hotel

 

O Christmas Wine Experience está de volta ao The Yeatman Hotel no próximo fim de semana (5 e 6 de Dezembro) e os motivos para não perder o evento deste ano são mais que muitos.
 

Christmas wine experience.jpg

 

O modelo adoptado em anos anteriores mantém-se para este ano: 60 dos melhores produtores portugueses apresentam dois vinhos de qualidade para o Natal.
É uma excelente oportunidade para comprar vinhos para oferecer, para acompanhar os pratos típicos da época ou para apetrecharmos a nossa garrafeira.
Um dos aspectos mais interessantes deste evento reside no fato de todos os vinhos expostos estarem disponíveis para prova e compra, a preços bastante acessíveis.
 
Os vinhos são criteriosamente escolhidos por Beatriz Machado, sommelier do The Yeatman, e no vasto rol escolhido estão colheitas antigas, algumas já muito difíceis de encontrar no mercado, vinhos galardoados com prestigiosos prémios e alguns ícones dos vinhos portugueses. 
 
No Douro, a minha região vitivinícola favorita, destaco o Duas Quintas Reserva Especial 1999 (com um custo de 40 euros na Garrafeira Nacional), uma colheita mítica  que celebra este ano um quarto de século.

Duas Quintas reserva especial 1999.jpg

 Do Alentejo, Beatriz Machado optou por abrilhantar o evento com a escolha do Pêra Manca Branco 2013 (com um custo de 26 euros na Garrafeira Nacional), um vinho carregado de mística e que promete ser uma das estrelas do Christmas Wine Experience.

Pera Manca 2013.jpg

Da Bairrada, vem um dos produtores mais emblemáticos com uma colheita especial, Luís Pato Vinha Barrosa 2003 (com um custo de 30 euros no The Yeatman Wine Club, produzido com vinhas quase centenárias).

Do Dão chega o Quinta Mendes Pereira Encruzado 2012 (15 euros na Onwine) e do Minho marcará presença o Alvarinho Palácio da Brejoeira Vinho Verde branco 2014 (15 euros na Garrafeira Nacional).

 

Com os vinhos da Quinta Monte d’Oiro, da região de Lisboa, será possível fazer uma míni-prova vertical uma vez que estarão disponíveis duas colheitas de Quinta Monte d’Oiro Reserva 2011 (custo de 30 euros na Garrafeira de Celas) e 2004 (custo de 40 euros na Garrafeira Nacional e com uma avaliação de 91 pontos por Robert Parker), permitindo aos enófilos constatar as mais valias do envelhecimento em garrafa.

 

No entanto, e na minha opinião o melhor do evento reside na selecção de vinhos generosos. Faz todo o sentido, uma vez que eles - e em particular os Porto, são por excelencia  o vinho de Natal.

Destaco o Dow’s Colheita 1974 (130 euros na Garrafeira Nacional) e Wiese & Krohn Colheita 1995 (30 euros na Garrafeira Nacional), Tawny’s como o Fonseca 40 Anos (120 euros na Garrafeira Nacional) e, claro, podemos contar com a amêndoa e cassis dos Vintage mais antigos como Taylor’s Vintage 1994 (250 euros na Garrafeira Nacional - o vinho mais caro em prova e também o mais conceituado, uma vez que conseguiu uma avaliação de 100 pontos pela WineSpectator) e lançamentos mais recentes, com muita fruta madura, de que é exemplo o Fonseca Guimaraens Vintage 2013, (60 euros na Garrafeira Nacional).

 

Taylors Vintage 1994.jpg

 

Para além da prova, serão ainda possíveis momentos de partilha e de convívio entre nobre produtores e humildes apreciadores de vinho. Com esta interação, os enófilos têm oportunidade de entender o vinho muito para além da sua prova. Percebemos de onde nasceram, como cresceram, que histórias alegres contam, que momentos maus fazem transparecer, compreendemos como surgem as suas combinações gastronómicas, descobrimos curiosidades e sobretudo partilhamos a mesma paixão.
 
O vinho é isto, palato, ciência e história, muita história...
 
Mais uma vez, esta selecção de vinhos irá ser harmonizada pelas criações gastronómicas do Chef Ricardo Costa.
 
O ambiente é pincelado com a incrível vista sobre o Rio Douro e a cidade do Porto, já vestida a rigor para celebrar a quadra natalícia.  
 
 
A entrada tem o custo de 45,00 € no sábado e 35,00 € no domingo. A reserva antecipada é obrigatória, através dos contactos winecellar@theyeatman.com | T.: 220 133 145. 
 
Como é obvio (:-P) irei marcar presença neste evento, e logo vos contarei como correu...
 
SÁBADO, 5 DE DEZEMBRO
15h00 | 19h00
Preço Individual: 45€
 
DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO
14h00 | 18h00
Preço Individual: 35€
 
Reservas para os dois dias têm um preço especial: 60€ por pessoa.
Para grupos de 8 ou mais pessoas: 40€ por pessoa no sábado | 30€ por pessoa no domingo. 

Informações e reservas: winecellar@theyeatman.com | Telefone.: 220 133 145

 

As minhas estrelas | Guia Michelin 2016

Um dos dias do ano em que fico mais expectante, o dia em que são revelados os restaurante com estrela Michelin em Portugal...

 

No ano passado, o guia Michelin Espanha & Portugal 2015, que revela os restaurantes ibéricos com estrelas Michelin, foi apresentado Marbella. Na edição de 2016 os pneus Michelin rumam a norte, na direção de Santiago de Compostela. A tão aguardada quanto mais cerimónia ocorrerá logo à noite no Parador Hostal dos Reis Católicos, perto da catedral de Santiago.

 

Esta cerimónia está para os restaurantes, como o TOP 100 da WineSpectator está para os vinhos,  ganhar uma estrela deste guia significa a ascensão e reconhecimento  do restaurante e dos seus chefes ao passo que perder uma delas pode levar à desgraça, como aquela que se abateu sobre o chefe Bernard Loiseau que com 52 anos se suicidou (em Fevereiro de 2003), com um tiro na cabeça,  atormentado com boatos  relacionados com o fato do seu restaurante, La Côte d'Or, poder perder a classificação de "três estrelas" no Guia Michelin.

Actualmente, a Michelin tem quatro guias: o gourmand (apenas para restaurantes franceses), o verde (turístico, relacionado com o património cultural e arquitectónico), o prático (turístico, de bolso e com informações pertinentes sobre os mais variados destinos) e o vermelho, o mais importante da marca e o  que tem a classificação por estrelas.

 

Desde 1900 que existem Guias Michelin, mas é apenas em 1926, que a Michelin começou a premiar os restaurantes com estrelas, de modo a reconhecer o carácter único de cada um deles. No inicio havia apenas uma estrela a ser distribuída, é a partir de 1931 que o Guia vermelho hierarquiza uma, duas e três estrelas.

Por último, e para acabar esta revisão da história, em 1936, são publicados os seguintes critérios para a atribuição das estrelas:

 

  • 1 Michelin star: "Um muito bom restaurante na sua categoria" ("Une très bonne table dans sa catégorie")
  • 2 Michelin stars: "Cozinha excelente, merece um desvio" ("Table excellente, mérite un détour")
  • 3 Michelin stars: "Cozinha excepcional, merecedor de uma viagem propositada" ("Une des meilleures tables, vaut le voyage"). Uma cozinha de luxo e irrepreensível!!    

 

Este ano será o primeiro em que irei fazer previsões acerca do que vai acontecer logo à noite, tenho algumas certeza e algumas dúvidas, a saber:

  • Certezas:

        1) O chefe Rui Paula vai finalmente conseguir a primeira estrela com a Casa de Chá da Boa Nova (irá merecer um post totalmente dedicado a este restaurante). A ausência frequente do restaurante e projetos paralelos por parte do chefe pode comprometer a atribuição da estrela.

        2) O chefe André Silva irá manter a estrela no Largo do Paço, pelos motivos que já referi num post anterior.

      3) Miguel Vieira, o chefe escolhido para substituir Vincent Farges no restaurante (e hotel) Fortaleza do Guincho irá pela primeira vez ganhar uma estrela num restaurante Português.

  • Dúvidas:

       1) O Pedro Lemos no Porto pode perder a sua estrela devido a ter parado um pouco no tempo (pouco dinâmico, o site está para funcionar "brevemente" há um ano, não se integrou na rota das Estrelas e cria poucas pontes com os restantes chefes). No entanto pelo nível e inovação que manteve creio que irá manter a estrela. Para o ano será mais complicado com o ANTIQVVM no Porto a entrar na corrida por uma estrela, na mesma zona geográfica.

       2) O chefe Vítor Matos levará com certeza a estrela para a cozinha do ANTIQVVM no Porto, só não tenho a certeza se isso ocorrerá este ano.

       3) O chefe Ricardo Costa do Yeatman, no Porto teve uma cozinha (e já agora atitude) claramente merecedora de uma segunda estrela, a ver se os avaliadores concordam :-P

 

Assim sendo, a minha previsão é a seguinte:


Michelin 2016

 

**
Ocean (Armação de Pêra), Hans Neuner
Vila Joya (Albufeira), Dieter Koshina
Belcanto (Lisboa), José Avillez 

Yeatman (Vila Nova de Gaia), Ricardo Costa

*
Casa da Calçada (Amarante), André Silva
Eleven (Lisboa), Joachim Koerper
Feitoria (Lisboa), João Rodrigues
Fortaleza do Guincho (Cascais), Miguel Vieira
Henrique Leis (Almancil), Henrique Leis
Il Gallo d’Oro (Funchal), Benoît Sinthon
L'And Vineyards (Montemor-o-Novo), Miguel Laffan
São Gabriel (Almancil), Leonel Pereira 
Willie’s (Vilamoura), Willie Wurger

Pedro Lemos (Porto), Pedro Lemos

Casa de Chá Boa Nova, Leça da Palmeira, Rui Paula

ANTIQVVM (Porto), Vitor Matos

 

No próximo post analisarei os resultados revelados por quem realmente conta, os avaliadores Michelin...

 

As minhas estrelas.png

 

Os três reis magos | Wine Spectator Top 100 List

Todos os anos, a Wine Spectator, a mais prestigiada revista norte-americana especializada em vinhos, revela os 100 vinhos mais excitantes do ano, o Top 100, com base na qualidade, valor, disponibilidade e emoção que os vinhos provocam. 

É quase uma bíblia para os enólogos, enófilos e para todos os apreciadores de vinho.

 

Num ano claramente dominado pelos vinhos norte-americanos e em particular pela casta Cabernet sauvignon (caracterizada por taninos densos, cor profunda, complexos aromas de frutos tais como ameixa e groselha), o grande vencedor foi o Peter Michael Cabernet Sauvignon Oakville Au Paradis 2012, produzido num pequeno vinhedo com vinhas velhas, plantadas em 1988 num lugar anteriormente pouco conhecido em Oakville no vale do Napa (esse vale por sua vez famoso,  o "vale do Douro americano").

Custava uns quase-proibitivos 180 euros (esse preço vai ser inflacionado com a avaliação de 96), mas a nota de prova deliciosamente pura e suave, com baga madura e explosiva, sabores de frutos vermelhos e uma textura sedosa polida faz com que valha a pena.

Devido à Cabernet sauvignon possui uns taninos robustos que irão aprofundar requinte até 2030.

 

Portugal, e em especial a região demarcada do Douro, volta a ter um bom desempenho.

Seria praticamente impossível repetir o feito de 2014, em que nos quatro primeiros classificados colocamos três vinhos; em primeiro com 99 pontos o Dow´s Vintage Port 2011, em terceiro o Prats & Symington Douro Chryseia 2011 com 97 pontos  e Quinta do Vale Meão 2011 também com 97 pontos. Como se pode comprovar pela safra dos vinhos, o desempenho excepcional em 2014 deve-se ao ano excepcional de 2011 no Douro, fez sol na altura certa e choveu na altura exacta.

 

Nos 100 melhores de 2015 temos cinco vinhos; em 16º o Taylor Fladgate Late Bottled Vintage 2009 (93 pontos e 15 euros de custo), em 24º o Blandy´s Bual Madeira 2002 (94 pontos e 50 euros de custo), em 25º o Quinta do Crasto Douro Superior tinto 2012 (93 pontos e 15 euros de custo), em 39º o Porca de Murça Douro tinto 2013 da Real Companhia Velha (com 90 pontos e 3 euros de custo) e em 84º o Duorum Douro tinto 2013 (com 91 pontos e custo de 10 euros).

O Porca de Murça  é o vinho mais barato de todo o Top 100, e este foi mais um prémio a juntar aos que já arrebatou no presente ano. Um vinho incrivelmente barato para as avaliações que tem tido.

 

Neste post realço os três reis magos, o Taylor Fladgate, o Quinta do Crasto e o Porca de Murça, três excelentes vinhos para o Natal, a relação preço/qualidade deste ano é muito boa.
Em próximos posts irei colocar a avaliação e notas de prova para cada um deles.
Deixei fora desta análise o Madeira por ser um vinho colheita novo, meio-doce, que não vai de encontro ao meu palato e por apenas terem sido produzidas 500 caixas.

3 reis magos.jpg

 


Abaixo segue o Top 100 2015, com a respectiva pontuação e preço.

 


1
Peter Michael Cabernet Sauvignon Oakville Au Paradis +
2012 96 $195
2
Quilceda Creek Cabernet Sauvignon Columbia Valley +
2012 96 $140
3
Evening Land Pinot Noir Eola-Amity Hills Seven Springs Vineyard La Source +
2012 98 $70
4
Il Poggione Brunello di Montalcino +
2010 95 $85
5
Mount Eden Vineyards Chardonnay Santa Cruz Mountains +
2012 95 $60
6
Bodegas Aalto Ribera del Duero +
2012 94 $54
7
Escarpment Pinot Noir Martinborough Kupe Single Vineyard +
2013 95 $69
8
Masi Amarone della Valpolicella Classico Serègo Alighieri Vaio Armaron +
2008 95 $85
9
Clos Fourtet St.-Emilion +
2012 94 $72
10
Klein Constantia Vin de Constance Constantia +
2009 95 $80
11
Big Table Farm Pinot Noir Willamette Valley +
2012 95 $40
12
Limerick Lane Zinfandel Russian River Valley +
2012 94 $32
13
La Serena Brunello di Montalcino +
2010 96 $60
14
Bergström Pinot Noir Ribbon Ridge Le Pré Du Col Vineyard +
2013 95 $60
15
Abadia Retuerta Viño de la Tierra de Castilla y León Sardon de Duero Selección Especial +
2011 94 $30
16
Taylor Fladgate Late Bottled Port +
2009 93 $25
17
Turley Petite Syrah Howell Mountain Rattlesnake Ridge +
2013 95 $44
18
Altesino Brunello di Montalcino Montosoli +
2010 98 $125
19
Dehlinger Pinot Noir Russian River Valley Altamont +
2013 95 $60
20
Meiomi Pinot Noir Monterey-Sonoma-Santa Barbara Counties +
2013 92 $22
21
Cloudy Bay Sauvignon Blanc Marlborough +
2014 93 $28
22
Gramercy Syrah Walla Walla Valley The Deuce +
2012 95 $52
23
Bodegas LAN Rioja Edición Limitada +
2011 94 $50
24
Blandy's Bual Madeira +
2002 94 $50
25
Quinta do Crasto Douro Superior +
2012 93 $30
26
Carpineto Vino Nobile di Montepulciano Riserva +
2010 93 $31
27
Livio Sassetti Brunello di Montalcino Pertimali +
2010 95 $55
28
Baer Ursa Columbia Valley +
2012 94 $39
29
Tenshen White Santa Barbara County +
2014 92 $20
30
Dominio de Tares Mencía Bierzo Cepas Viejas +
2011 93 $30
31
K The Creator Walla Walla Valley +
2012 94 $55
32
Viña Carmen Cabernet Sauvignon Maipo Valley Alto Gran Reserva +
2012 91 $15
33
Pewsey Vale Riesling Eden Valley Dry +
2014 91 $17
34
Tenet Syrah Columbia Valley The Pundit +
2013 92 $25
35
Rombauer Chardonnay Carneros +
2013 93 $36
36
Bodegas Godeval Valdeorras Viña Godeval Cepas Vellas +
2013 92 $20
37
Viña Montes Syrah Colchagua Valley Alpha +
2012 92 $22
38
Soléna Pinot Noir Willamette Valley Grande Cuvée +
2012 92 $25
39
Real Companhia Velha Douro Porca de Murça Red +
2013 90 $10
40
Pomelo Sauvignon Blanc California +
2014 90 $12
41
Podere Sapaio Bolgheri Volpolo +
2012 93 $35
42
Keplinger SUMŌ Amador County +
2013 95 $70
43
Collosorbo Brunello di Montalcino +
2010 94 $50
44
Piattelli Malbec Luján de Cuyo Premium Reserve +
2013 90 $17
45
Colene Clemens Pinot Noir Chehalem Mountains Margo +
2012 93 $36
46
Castello d'Albola Chianti Classico +
2011 90 $19
47
Jean-Marc Brocard Chablis Ste.-Claire +
2014 91 $22
48
Calera Chardonnay Central Coast +
2013 90 $20
49
Felton Road Pinot Noir Central Otago Bannockburn +
2013 95 $65
50
Bartolo Mascarello Barolo +
2010 97 $138
51
Alain Brumont Madiran Château Bouscassé +
2009 91 $20
52
Brancaia Toscana Ilatraia +
2012 94 $60
53
Descendientes de J. Palacios Bierzo Pétalos +
2013 91 $23
54
Kumeu River Chardonnay Kumeu Estate +
2012 93 $34
55
Arcanum Toscana Il Fauno +
2010 92 $30
56
Cune Rioja Imperial Reserva +
2010 93 $44
57
Altamura Cabernet Sauvignon Napa Valley +
2012 95 $90
58
Torre de Oña Rioja Finca San Martín Crianza +
2012 91 $14
59
Rodney Strong Cabernet Sauvignon Alexander Valley Rockaway Single Vineyard +
2012 94 $75
60
Roederer Estate Brut Anderson Valley L'Ermitage +
2007 93 $48
61
Clarendon Hills Grenache Clarendon Romas +
2009 95 $75
62
Oddero Barolo +
2011 93 $48
63
Mulderbosch Chenin Blanc Stellenbosch W Block +
2013 93 $33
64
Grapes of Roth Merlot Long Island +
2010 92 $44
65
Chappellet Cabernet Sauvignon Napa Valley Signature +
2012 93 $56
66
Domaine Terlato & Chapoutier Shiraz-Viognier Victoria +
2013 91 $18
67
Feudo di Santa Croce Primitivo di Manduria LXXIV +
2013 91 $22
68
Booker Syrah Paso Robles Fracture +
2013 94 $85
69
Bodegas Monasterio Ribera del Duero Hacienda Monasterio +
2011 93 $51
70
Allram Grüner Veltliner Qualitätswein Trocken Kamptal Hasel Alte Reben Reserve+
2014 92 $37
71
Antinori Bolgheri Superiore Guado al Tasso +
2012 95 $102
72
Lavau Gigondas +
2013 91 $28
73
Alpha Estate Malagouzia Florina Turtles Vineyard +
2014 90 $18
74
d'Angelo Aglianico del Vulture +
2012 90 $20
75
Domaine Tempier Bandol Rosé +
2014 92 $40
76
Leeuwin Chardonnay Margaret River Art Series +
2012 94 $89
77
M. Chapoutier Hermitage White Chante-Alouette +
2014 95 $100
78
Chateau St. Jean Cabernet Sauvignon Alexander Valley +
2012 91 $30
79
Bérêche & Fils Brut Champagne Réserve +
NV 92 $46
80
Bodegas Marqués de Murrieta Viura Rioja Capellanía +
2010 92 $28
81
Bodega Luigi Bosca Malbec Luján de Cuyo Single Vineyard +
2013 91 $27
82
Viña Polkura Syrah Marchigue +
2011 91 $23
83
Torre Rosazza Pinot Grigio Friuli Colli Orientali +
2014 90 $20
84
Duorum Douro +
2013 91 $20
85
Hecht & Bannier Côtes du Roussillon-Villages +
2011 91 $25
86
Ravines Riesling Finger Lakes Dry Argetsinger Vineyard +
2012 92 $30
87
Tenuta delle Terre Nere Etna +
2013 90 $24
88
Viña Koyle Cabernet Sauvignon Colchagua Valley Royale Los Lingues Vineyard +
2012 91 $26
89
Zisola Sicilia +
2013 90 $26
90
Philippe Alliet Chinon +
2014 91 $23
91
Schloss Vollrads Riesling Spätlese Rheingau +
2013 91 $25
92
Rotem & Mounir Saouma Châteauneuf-du-Pape Omnia +
2012 95 $116
93
Schola Sarmenti Nardò Nerìo Riserva +
2012 90 $22
94
Domaine du Gros Noré Bandol +
2012 93 $39
95
Grosset Riesling Clare Valley Springvale +
2014 93 $42
96
Bouchard Père & Fils Beaune Teurons Domaine +
2012 92 $55
97
Orin Swift Machete California +
2013 93 $48
98
Château Figeac St.-Emilion +
2012 93 $81
99
Jean-François Ganevat Côtes du Jura Les Chamois du Paradis +
2011 93 $53
100
Sadie Family Palladius Swartland +
2012 94 $113
 

 

 

 

Esporão Reserva Branco 2010 | um branco para quem gosta de tintos

"O esperado mantém-nos fortes, firmes e em pé. O inesperado torna-nos frágeis e propõe recomeços." Machado de Assis



Mudando um pouco o rumo dos últimos posts, este será o primeiro direccionado para a minha grande paixão (não humana, não vá alguém ficar chateada), os vinhos e tudo o que os rodeia...

Em primeiro de tudo uma declaração de intenções, geralmente prefiro maduros, tintos e do Douro.

 

O vinho de que vos falo hoje nasceu em 2010, ano com um vindima bastante difícil, desafiando a capacidade (e já agora a paciência) dos enólogos.
Climaticamente  2010 foi um ano completamente atípico que trouxe um inicio de Verão fresco e suave, seguido de semanas quente, muito quentes, dando azo a maturações heterogéneas, umas castas maturaram precocemente, outras com atraso. 

 

A esta introdução, um branco, Alentejano e de um ano particularmente complicado, o desenlace mais previsível seria uma má avaliação, mas como nos bons filmes, o final será surpreendente.

Todo este contexto que envolve o Esporão Reserva Branco 2010 levou-me a escolhê-lo para o post pioneiro dos vinhos.

É um vinho inesperado que torna frágeis as nossas expectativas iniciais, apenas o entendemos quando recomeçamos a prova depois da surpresa inicial.

 

 

Pelas características do ano 2010 só um branco de lote poderia ter tanto corpo e complexidade. A Antão Vaz trouxe-lhe a intensidade e os citrinos, a Arinto a frescura e acidez.

No copo, é dourado, límpido e cristalino, após agitação revela densidade saúde e frescura.

No nariz revela notas frutadas de maça verde, tangerina e ameixa branca envoltas num manto subtil de mel e madeira de carvalho.

Na boca faz baixar um pouco a avaliação global do vinho, apesar de aveludado, longo, encorpado, de possuir óptima acidez e excelente madeira, o sabor meio-seco destoa deste bouquet.

 

Um bom branco, para quem gosta de tintos...

 

Produtor: Herdade do Esporão

Castas: Antão Vaz, Arinto, Roupeiro, Semillon

Região: Alentejo, Portugal

Álcool: 14%

Acidez: 7,2 gr/l

Prova: 2015

Harmonizações: Risoto de cogumelos, Costela de cordeiro com ervas aromáticas, Salada de caranguejo.

Preço: 12€

Avaliação: 81

 

 

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O berço das Estrelas | Largo do Paço

"Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo." José Saramago

 

Depois de um período (demasiado longo) de tempo afastado do blog, retomo as publicações com um restaurante escondido sob um palácio...


Localizado na Casa da Calçada - Relais & Châteaux (cuja construção data do séc. XVI), aconchegado entre a cidade do Porto e o vale do Douro, surge o Largo do Paço  com a sua imponente e principespa paisagem e todo um cenário idílico que nos remete para os contos de fada. A casa mantem o seu estilo barroco original, preservando os elementos neo-clássicos, numa envolvente romântica de que são exemplos a ponte, o rio e o o edificado do centro histórico, que convida a embarcar no comboio do tempo, num ambiente sereno, familiar e acolhedor.


Este restaurante tem sido uma autentica nebulosa gastronómica na qual têm nascido diversas estrelas (Michelin).

José Cordeiro (que hoje em dia a faz brilhar no Feitoria, em Lisboa) foi o primeiro a deitar-lhe a mão. Depois, Ricardo Costa (actualmente no The Yeatman, no Porto igualou tal feito), mais tarde Vítor Matos manteve e reconfirmou tão nobre reconhecimento.

Hoje é André Silva que procura seguir os passos dos seus antecessores, a história diz-nos que aprendeu com os melhores, no entanto penso que a passagem foi demasiado abrupta (não por culpa dele), e isso pode prejudica-lo.

Chefe após chefe, ano após ano, moda após moda, avaliação após avaliação, o Largo do Paço mantém a estrela a brilhar por cima da Casa da Calçada, têm seguido os dois, Casa e Restaurante, de mãos dadas pelas margens do Tâmega, exibindo a mestria da sua união. A sala do restaurante é o elo mais fraco deste par, apesar de grande, luminosa e quente com as mesas cuidadosamente espaçadas para assegurar a privacidade, e  de possuir uma decoração suave e requintada, precisa de algo mais que a torne única. A Casa da Calçada é única, a localização é única, o serviço é único, a comida é única, a sala cumpre apenas...
Para uma refeição ser única, memorável e arrebatadora têm de convergir diversos aspectos que vão muito para além daquilo que é servido à mesa. A comida tem de ser harmonizada com o ambiente, a decoração, a história do local, o que nos chega quando olhamos em volta. A sala do Largo do Paço veda um pouco a envolvente romântica e idilica existente no exterior, a decoração é demasiado simples e a história inexistente. Tem o minimo, necessita de dar o salto para a excelencia.

Voltando aos pratos, esta crítica insere-se no âmbito de visitas ao restaurante em alturas distintas, tendo como anfitrião numas vezes Vítor Matos e noutras André Silva. 

Embora ambos optem pela utilização dos produtos da época, genuínos, frescos e criteriosamente seleccionados para cada prato, potencializando desta forma o seu sabor no nosso palato e serem ambos possuidores de influências mediterrânicas, aliando à tradição as tendências gastronómicas modernas (são notórios os quase 5 anos de trabalho em comum), falta a André Silva um pouco de irreverencia e risco. Das suas mãos saiem criações com quase a mesma qualidade (o quase em restauração significa muito) de Vitor Matos, mas tem que ter algo mais, uma Estrela tem de emitir luz propria, nem que para isso, no inicio, essa luz não seja tão forte. 

Voltarei esperando encontrar o chefe André Silva (o das Vieiras e presunto pata negra) e não o excelente aprendiz André Silva (o da Vitela de leite e mexilhões ). 

 

Comida: Sensorial, cultural, moderna e evolutiva. Conjuga as exigências, tendências e técnicas modernas a experiencias sensoriais relacionadas com as tradições e os costumes.

Empratamento: Dignos de uma estrela Michelin, no entanto os pratos necessitam de um pouco mais de vida e inovação.O prato precisa de ter mais interação, necessita de ficar apenas pronto após um diálogo com quem o vai desgostar, falta esta simbiose. 

Chef de cozinha: Vitor Matos: Um dos meus chefes favoritos. Concilia tradição e inovação de uma forma                                                   muito própria, usando produtos da máxima qualidade e frescura.  

                               André Silva: Uma das mais fortes promessas da alta                                                                                                        cozinha nacional. Quando arrisca acrescenta surpresa e complexidade ao prato.                                                              Controla a equipa como deve ser, estando ao lado e não por cima.

Escanção: Adácio Ribeiro: Saber de experiencia feito. Muita competencia e profissionalismo. A garrafeira precisa   de alguns vinhos e safras excepconais.

Serviço: Qualidade, requinte e subtileza com funcionários atenciosos e solícitos. Tudo na dose perfeita.

Espaço: Como já referido anteriormente, faltam pinceladas de história e contextualização. A mesa junto à    garrafeira tem isso, falta fazer o mesmo nas restantes.

Avaliação: 17/20

 

Saí da ultima vistia ao Largo do Paço, com a sensação de que algo ainda maior pode nascer naquela margem do Tâmega. 
André Silva tem tudo para conseguir algo que nenhum dos seus antecessores conseguiu, precisa no entanto de se libertar do cordão umbilical que ainda o liga a Vitor Matos. Esse cordão prende-o a uma estrela, evita no entanto, que chegue à segunda.

Um terço dos novos pratos apresentados pelo chef André deram-me a certeza que é um chef com potencial para ombrear com os melhores do país, dois terços fazem-me temer que jogue pelo seguro.

Uma nota final, apesar de ainda faltarem algumas semanas para o anuncio, parabéns pela sua primeira estrela chef André Silva, neste ano arrisque e lute pela segunda...

 

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