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No meu Palato

No meu Palato

Com o Minho no Palato | Jornal digital Duas Caras

"Falar de comida é quase sempre falar de saudade, é sentir o nostálgico afago de uma lembrança, próxima ou distante, ida, mas vivida. Comida também cabe no futuro como esperança de um momento bom; comida tem sabor de tempo"  José Carlos Garcia.

 

Este blogue surgiu da necessidade de falar de comida, depois apareceu a grande paixão pelos vinhos, mas a semente de onde brotou o No meu Palato foi sem dúvida a comida e as emoções que ela nos desperta.

E, mais uma vez, é a comida, as lembranças, afagos e sentimentos que ela carrega, que vai lançar mais uma raiz onde este espaço se sustenta.

Duas Caras

Iniciamos ontem uma colaboração com o Jornal digital Duas Caras de Guimarães, na qual iremos andar pelas ruas do Minho à descoberta de memórias perdidas à procura de serem eternizadas.

 

Desta forma, o Jornal digital Duas Caras fica com o exclusivo daquilo que o No meu Palato fizer pelo Minho.

 

A gastronomia minhota tem características únicas associadas a uma paisagem natural de enorme beleza e biodiversidade. Marcada por um verde intenso dos campos e das vinhas, a bela paisagem do Minho conjuga-se de maneira magistral com a alegria contagiosa das festas e procissões e com a hospitalidade inigualável do seu povo. É essa alegria contagiosa que iremos procurar transmitir nas páginas que escreveremos bimensalmente no Jornal digital Duas Caras.

 

Para "separarmos as águas" entre aquilo que é o blogue (que não pode nem vai perder a sua identidade) e aquilo que passa a ser a nossa colaboração com o Jornal digital Duas Caras, as publicações relacionadas com a critica gastronómica no Minho, passam a ser publicadas apenas no Jornal e nas redes sociais do blogue.

 

Se gostam do que temos feito ao longo destes dois anos, acompanhem-nos nesta nova etapa, as publicações começam na terceira semana de Maio...

 

Vemo-nos (também) por lá :-P

 

Barca Velha 2008 recebe 100 pontos pela Wine Enthusiast

Não costumo fazer mais que uma publicação por dia, mas dada esta noticia, acho que percebem o porquê de abrir uma excepção :-P:-P

 

A colheita Barca Velha de 2008 recebeu a distinção máxima de 100 pontos pela prestigiada revista especializada Wine Enthusiast. Este vinho icónico da Casa Ferreirinha, uma marca pioneira dos vinhos do Douro, alcança assim o feito inédito de ser o primeiro vinho português não fortificado a atingir a pontuação máxima numa publicação norte-americana de referência.  

  

Casa Ferreirinha Barca Velha 2008

 

“É sempre um grande motivo de orgulho ver o trabalho da nossa equipa reconhecido ao mais alto nível”, refere Luís Sottomayor, o enólogo responsável pelos vinhos da Casa Ferreirinha há mais de 10 anos. “Esta distinção nunca antes alcançada representa, acima de tudo, o reconhecimento do esforço constante que a Casa Ferreirinha tem feito desde 1952 para assegurar a sustentada melhoria dos vinhos DOC do Douro, cotando-se hoje como a marca de referência da região junto da mais exigente crítica internacional e de um crescente número de consumidores”, acrescenta.

No dia do lançamento desta colheita de 2008 agora premiada, Luís Sottomayor sustentou que “estamos perante um Barca Velha de grande gabarito, um vinho para conhecedores porque demora a mostrar-se. É preciso tempo e paciência para ele revelar tudo o que vale. E é muito!”.

Barca Velha 2008 recebe 100 pontos pela Wine Enthusiast Recorde-se que falar do sucesso do Barca Velha e da Casa Ferreirinha é falar do sonho alimentado desde a década de 40 do século XX pelo enólogo Fernando Nicolau de Almeida, que já então idealizava um vinho tinto do Douro digno da filosofia de qualidade e de guarda dos Porto Vintage, que sabiamente produzia desde que, em 1929, ingressara na casa Ferreira.

 

Sob o nome de Barca Velha, esse sonho concretizou-se em 1952, quando ainda ninguém pensava em fazer grandes vinhos tintos no Alto Douro. A génese da Casa Ferreirinha é, portanto, uma verdadeira lição de enologia que para sempre determinou a evolução dos vinhos desta marca de referência, uma evolução enriquecida com a plantação de raiz da Quinta da Leda, adquirida pela companhia em 1979, e onde a partir de meados da década de 80 passaram a nascer as uvas que permitiram aumentar e melhorar a produção dos vinhos desta marca emblemática.

 

E se esta história é cheia de momentos altos, a construção na Quinta da Leda de uma adega exemplar, em 2001, veio enriquecer a narrativa. Uma adega que tem permitido à equipa de enologia da Casa Ferreirinha manter intactos os valores de inovação e qualidade ostentados pela marca desde a primeira hora.

Barca Velha 2008 recebe 100 pontos pela Wine Enthusiast

 Parabéns Ferreirinha, parabéns Sogrape, parabéns  Luís Sottomayor e (já agora) parabéns Fernando Nicolau de Almeida!!!

Cada vez mais ansioso para vos sentir no meu palato (o vinho, é claro) :-P

 

 

Espumante ‘Centenário das Aparições de Fátima’ | Bairrada oferece garrafa n.º 1 ao Papa Francisco

Celebra-se este ano o centenário das aparições de Fátima. Foi a 13 de Maio de 1917, na Cova de Iria, em Fátima, que três crianças – Lúcia, Francisco e Jacinta, de 10, 9 e 7 anos, respectivamente – afirmaram ter visto uma “senhora mais branca que o Sol”. Como forma de assinalar a efeméride deste feito, a Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) juntou-se à Associação Rota da Bairrada (ARB) e, com o apoio de produtores e de várias outras empresas, produziu um espumante comemorativo sob a marca Bairrada: ‘1917-2017 Centenário das Aparições de Fátima - Espumante Bairrada 2015’.

Centenario Das Aparições De Fatima

Uma edição especial, limitada a 1917 garrafas numeradas, que enverga no rótulo o símbolo ‘1917-2017 Centenário das Aparições de Fátima’ e a imagem de Sua Santidade o Papa Francisco, a quem será entregue a garrafa n.º 1. A oferta vai ser feita, em mão própria, por uma comitiva que se desloca hoje, quarta-feira, dia 26 de Abril, ao Vaticano. Na imagem estão também três pombas, a simbolizarem a paz e a Santíssima Trindade; na gargantilha as rosas do coração de Maria.

Centenário das Aparições de Fátima

 Na base desta edição comemorativa está o desafio lançado pela CVB aos produtores da região para a criação de um único espumante capaz de reunir o melhor da Bairrada. Uma iniciativa que contou com a participação de doze produtores, que doaram uma pequena parte do seu vinho da colheita de 2015. Foram avaliados pela Câmara de Provas da Comissão Vitivinícola da Bairrada, tendo posteriormente sido constituído o lote final, que foi espumantizado e cujo “degorgement” foi efectuado em Março, operação final que completa o processo de produção do espumante.

Centenário das Aparições de Fátima

Sem fins lucrativos, a receita da venda deste espumante ‘Bairrada’ reverte na íntegra para uma instituição de solidariedade social, a anunciar em breve, tal como os pontos de venda e o PVP.

 

Pedro Soares, refere que este “é um momento único para todas as gentes que vivem e fazem da Bairrada o que ela é hoje. Esta iniciativa é um marco para a nossa região e será algo de que nos poderemos orgulhar com toda a certeza por muito tempo”.

 

Para um Papa que defende que não há uma boa festa sem vinho e que não se fazem bons amigos a beber chá, este parece-me o presente ideal, saúde!!! :-P

Adegga Wine Market Porto 2017 | Poesia engarrafada

"Um bom vinho é poesia engarrafada" Robert Louis Stevenson

 

E eis que é chegada a hora de um dos melhores eventos vínicos do país, aliás, no ano transacto, consideramos este o melhor evento vínico em que estivemos, muito por ter eternizado três anos na nossa memória, 1938, 1941 e 1959.

Adegga Wine Market Porto 2017

O Porto Palácio Congress Hotel & Spa volta a abrir portas ao Adegga WineMarket, no próximo dia 29 de Abril. O evento que permite descobrir os melhores vinhos de 60 produtores selecionados realiza-se entre as 14h e as 21h.

O Adegga WineMarket é um conceito inovador, criado pelo Adegga, com o objectivo de aproximar consumidores e produtores. O visitante tem a possibilidade de descobrir, num ambiente descontraído, 500 vinhos, entre os 5€ e os 50€, de 60 produtores seleccionados pela equipa do Adegga.

Adegga Wine Market Porto 2017

 Nesta edição, para além da exclusiva Sala Premium com os seus vinhos raros e antigos, será possível fazer uma prova especial com o director da revista Vinho Grandes Escolhas na Adegga Masterclass: 12 Grandes Escolhas de Luís Lopes, que terá lugar às 17h e tem um custo de 45€ por pessoa, que já inclui a entrada no Adegga WineMarket e um vale de compras. Por seu turno, a mesa de Speed Tasting permitirá que pequenos produtores com projectos inovadores apresentem os seus vinhos durante uma hora àaudiência do evento. No Adegga Food & Wine vão ser apresentados os petiscos de Álvaro Costa, o novo chef do Porto Palácio Congress Hotel & Spa, que poderão ser combinados com os mais de 500 vinhos em prova no Adegga WineMarket Porto 2017.

Adegga Wine Market Porto 2017

 O Adegga WineMarket, organizado por André Ribeirinho, André Cid e Daniel Matos, aproxima produtores e consumidores de vinho através de uma plataforma de eventos inovadores. Em 2009, o Adegga criou o conceito do Adegga WineMarket que, em mais de 20 edições, elevou a qualidade dos eventos de vinho integrando Prova & Compra, Loja Online do Evento, Sala Premium e a tecnologia SmartWineGlass. A Sala Premium é uma zona exclusiva dentro do Adegga WineMarket com prova de vinhos topo de gama e vinhos do Porto antigos, sendo uma oportunidade para provar vinhos especiais. A tecnologia SmartWineGlass, premiada internacionalmente, permite aos visitantes do evento recordar e guardar os produtores visitados e os vinhos provados através do envio automático, após o evento, de um e-mail personalizado. Estas são algumas das inovações que tornaram o Adegga WineMarket numa referência na indústria do vinho. Através de uma comunicação moderna e orientada para o consumidor, o Adegga WineMarket trouxe novos consumidores para o vinho e deu a conhecer mais de 200 produtores de qualidade. Em anos anteriores o Adegga internacionalizou o conceito e levou os produtores Portugueses a Bruxelas, Berlim e Estocolmo.

Adegga Wine Market Porto 2017

 Apareçam e venham desengarrafar poesia connosco :-P

 

Informações gerais:

Data: Sábado, 29 de Abril de 2017

Local: Porto Palácio Congress Hotel & Spa

Horário: 14h às 21h

Bilhete Prova: 15€

Bilhete Loja: 40€ (inclui entrada e vale de compras de 40€)

Bilhete Loja Duplo: 60€ (inclui entrada para duas pessoas e vale de compras de 60€)

Bilhete Sala Premium: 50€ (inclui entrada no Adegga WineMarket e vale de compras de 15€)

Bilhete Adegga Masterclass: 45€ (inclui entrada no Adegga WineMarket e vale de compras de 15€)

Bilhete Sala Premium + Adegga Masterclass: 75€ (inclui entrada no Adegga WineMarket e vale de compras de 25€)

Bilheteira: https://pt.adegga.com/bilheteira

Site oficial: https://pt.adegga.com/por17

Magnum Sushi Bar | Pérolas de mil colares

 "Ora, à esquina de certa rua, na zona nobre da cidade, há uma igreja, a de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento. Os casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a igreja. O arroz chove às cabazadas em cima dos noivos, à saída da cerimónia, num grande estrago de alegria. Depois dos casamentos, o sacristão ou porteiro da igreja, de cigarro ao canto da boca, varre o arroz para dentro das grades, por comodidade. Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. É um desperdício de arroz, não sei donde vem o costume: talvez seja um prenúncio votivo de abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos» (como arroz). Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala no plano inclinado do respiradouro, e, se não adere à sujidade pegajosa ou à pastilha elástica, ressalta para dentro do subterrâneo. A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. O arroz limpo e polido brilhava no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz?  O arroz vinha do Céu, como a chuva, a neve, o sol e o raio"  Arroz do Céu, José Rodrigues Miguéis

  

 Começo com um enxerto de um dos contos que mais me marcou enquanto criança. O Arroz do Céu de José Rodrigues Miguéis retrata a vida de um imigrante de leste, muito pobre, com sete filhos, a viver nos Estados Unidos da América e a trabalhar no metro e que sustentava a família com o arroz que caia pelos respiradouros do metro, desperdiçado pelos "ricos" de Nova Iorque. Este conto sempre me foi muito próximo porque falava, como já perceberam, de arroz. Confesso que já não o (re)lia há algum tempo, mas sempre que percorro as suas linhas, viajo para a minha infância, para uma noite fria de inverno, sentado à mesa, vendo o arroz preparado pela minha mãe a fumegar. Acho que é daí que vem a minha "panca" pelo arroz. O arroz é um belo alimento. É bonito quando cresce, linhas precisas de hastes verdes brilhantes perdendo-se no horizonte quente do verão. É bonito quando colhido, bagos de ouro recolhidos num celeiro. É bonito quando descascado provocando o surgimento de semente-pérolas. E é bonito quando cozido, branco puro e docemente perfumado.

Magnum Sushi Bar

 E porque me voltei a lembrar deste conto? Aconteceu aquando de uma conversa com o chef Jefferson Silva, proprietário das duas casas do Magnum Sushi Bar – a de Leça da Palmeira, aberta em setembro de 2016, e a do Porto, inaugurada em dezembro do mesmo ano. Também ele tem uma relação muito próxima com o arroz. Enquanto criança habituou-se a comer feijão e arroz, comida mais modesta, durante a semana e aos domingos ao jantar, comia também arroz, no momento gastronómico alto da semana, o sushi. A família do Jefferson Silva fez parte da grande imigração japonesa para o Brasil, que começou oficialmente no início do século XX, e que fez com que o Brasil  conte hoje com maior população de origem japonesa fora do Japão, com cerca de 1,5 milhão de nipo-brasileiros. Os japoneses levaram para o Brasil frutas, legumes e vegetais que não existiam na culinária brasileira e ainda o sushi. Com o mesmo espírito aventureiro da sua família, o chef Jefferson Silva fez com que o seu sushi atravessa-se o oceano atlântico, desembarcando em Portugal. 

Magnum Sushi Bar

Após uns minutos de conversa com Jefferson somos logo cativados pela maneira apaixonada como fala e trata a comida. Respeito pelos ingredientes, critério na sua escolha e competência no seu tratamento. Procura juntar a tradição do sabor e confecção com a inovação da apresentação. A meio da conversa surge o arroz... O arroz de sushi não é um arroz comum em Portugal, como os nossos bem conhecidos carolino ou agulha, mas sim uma espécie cultivada no Japão ou na Califórnia (que estão há mesma latitude e com a mesma exposição solar) com um grão mais curto e com bastante goma que o mantém unido e saboroso após ser cozido. É das poucas casas em Portugal a usar o arroz correcto para a confecção do sushi, e pelo que mais tarde percebi, foi a primeira vez que provei este tipo de arroz. Tive o prazer de conhecer o Magnum Sushi Bar do Porto, no Campo Alegre, mesmo ao lado do Capa Negra II.

Magnum Sushi Bar

Só alguém que conhece o valor do seu trabalho e sabe a riqueza daquilo que produz é que arrisca num espaço contíguo a um best-seller de francesinhas. Se tudo correr como eu penso que vai correr, o Capa Negra II vai passar a ser conhecido como aquele restaurante que fica ao lado do Magnum Sushi Bar :-P

O ambiente dentro do restaurante é muito sereno, sóbrio, simples, mas com muito bom gosto. 

O repasto começou com um folhado de legumes. Muito intenso, com uma riqueza aromática incrível, em que a combinação entre o salgado e o picante resulta muito bem.  Seguiram-se os bolinhos (Temari) de salmão e queijo, o aroma a fumo e o azedo do queijo aliados ao sabor fresco do salmão concentraram sabores da terra e do mar no palato.

Magnum Sushi Bar

 Depois de já ter o estômago confortável com as entradas, dei um passeio pelo restaurante e pude comprovar in loco o respeito com que os ingredientes são tratados naquela casa. O Chef Jefferson fala sempre com muito orgulho da exigência que coloca nas escolha dos produtos que mais tarde serve aos clientes, essa exigência é alicerçada em dois pilares (tenham calma, não vou fazer desenhos como o Nuno Espírito Santo :-P), a qualidade e a frescura. Penso que as fotos transmitem isso mesmo. O que iria acontecer a seguir iria abalar tudo aquilo que eu sabia, ou achava que sabia, sobre sushi. 

O sushi, que é a junção do arroz com o peixe cru,  foi criado pelos chineses, que o levaram mais tarde para o Japão. Porém, o primeiro sushi japonês de que existem relatos, o Nare-Zushi,  era apenas uma forma de manter o peixe e o arroz conservados. 

Magnum Sushi Bar

Como não existiam frigoríficos (estávamos no século 8 a.C.) os japoneses usavam arroz cozido para cobrir os peixes e conserva-los através do ácido láctico liberado pela fermentação. Depois de alguns meses, o arroz era totalmente descartado e somente o peixe era consumido. Para fugir do sabor forte da fermentação, foram adicionados temperos e condimentos, além de vegetais e conservas secas, dando origem ao sushi que conhecemos actualmente.

Pude também observar a preparação do arroz. Esta segue o método tradicional de preparar o arroz para sushi. Trata-se não só de conseguir a textura característica que vai lhe permitir ficar junto e estabilizado mas também de extrair o máximo de sabor e goma. Este maneira de preparar o arroz é mais longa e cansativa do que a maneira ocidental, mas é absolutamente fundamental para preparar um bom sushi. 

Magnum Sushi Bar

No entanto, e infelizmente, o arroz ainda tinha de esperar, era chegada a vez da Guioza de frango e legumes. O fino invólucro de massa, que inicialmente foi vaporizado, depois selado e mais tarde frito estava delicioso. Crocante por fora, sumarento no interior. Muito, mas mesmo muito bom!!!

Antecedeu o Caldo Ramen com Ovo cozido a baixa temperatura acompanhado com vegetais e noodles. O caldo é muito voluptuoso e rico. Há uma mistura interessaste de sabores que discutem na boca, mas que convivem em plena amizade na alma. As sementes e o cebolinho seduzem o palato e as especiarias levam ao clímax. É quente na boca mas fresco no aroma, esta dicotomia está próxima da perfeição.

 

Magnum Sushi Bar

E depois, depois, finalmente ... arroz :-P

Que delicia!!! Mal se sente o arroz e a combinação de sabores do Uramaki é de chorar por mais. É daquelas coisas que nunca pensamos, mas na culinária japonesa o principal ingrediente do sushi é o arroz. 80% do sushi é arroz, por isso convém que seja do bom. O ideal para sushi, o gohan é mais resinoso que o convencional. Mas resinoso não significa empapado, o arroz tem de estar junto, mas ao mesmo tempo, cada grão tem de contar uma história diferente. Um pouco como acontece com cada instrumento de uma orquestra.

O resultado foi um arroz suave, saboroso, macio e levemente fresco devido ao vinagre de qualidade que lhe foi adicionado, é servido à temperatura corporal e funciona quase como que uma nuvem que explode no nosso palato. Estou com isto a tentar demonstrar o quão bom estava o arroz, mas por palavras não é fácil :-P Magnum Sushi Bar

 Seguiram-se o Gunkan de Dourada e Gunkan de Atum. O de dourada parecia uma combinação muito saborosa, delicada e rica entre o próprio peixe e a água onde ele tinha vivido. É um Gunkan muito espirituoso, com uma textura amanteigada, quase oleosa com um sabor fresco ousado e apetecível. O final levemente picante é bastante agradável. O Gunkan de atum derrete-se na boca, cremoso, suculento, doce e salgado. Esta textura e sabor fez-me lembrar uma boa peça de Filet mignon, e acho que é por isso que algumas pessoas o chamam de "bife do mar". 

 Mas o sushi não pode ser "apenas" saboroso, tem que conquistar os olhos antes de agradar ao palato. É por isso que o chef Jefferson não prepara os pratos de qualquer maneira, faz-lo com carinho e muita destreza para que se tornem belos e deliciosos, conseguiu-o com perfeição!!!

Magnum Sushi Bar

 Os próximos a desfilar seriam os Nigiri de Salmão e Nigiri de Cavala, espectaculares!!! Degustados de uma vez só, inteiros, transmitem uma perfeita harmonia de peixe, arroz e wasabi. 

Sei que muitas pessoas evitam comer cavala em restaurantes japoneses, "cheira demasiado a peixe", pedindo especificamente que o peixe prateado não seja incluído em nenhum prato de sushi. Esta má fama deve-se à sua tendência a ficar no palato durante longos períodos de tempo. O que a maioria das pessoas não sabe é que a cavala é um dos peixes com mais história no sushi tradicional japonês, e é trabalhando nela que os grandes sushimans demonstram todo o seu conhecimento e habilidade. Preparar este peixe requer uma aptidão para a arte de cozinhar e paciência, muita paciência. O resultado final é um perfil de sabor para o qual vale a pena esperar, fresco e untuoso. A que provei estava espectacular, marinada de véspera tinha um sabor muito rico e intenso que ganhava dimensão e complexidade quando misturado com o gengibre. Esse mesmo gengibre, entre o Salmão e a Cavala, permite limpar o palato, de modo a se poder tirar o máximo de sabor de cada um dos peixes. 

O Nigiri de Salmão com sua linda cor laranja-pêssego é mais consensual, com uma brisa a peixe mais leve, muito rico e saboroso. As riscas brancas mostram que é um peixe com bastante gordura e que se derrete na boca como manteiga. O caviar dá origem a explosões salgadas na boca que enobrecem toda a experiência degustativa, brilhante!!!

Magnum Sushi Bar

Depois uma invenção do chef, Salmão camarão e abacate, parece uma combinação improvável mas resulta muito bem. Todos os três ingredientes carregam muito sabor e alto teor de gordura, tornando-se desta forma muito compatíveis e que contrastam um pouco com o sabor da soja. É agridoce, com fumo e gordura sedutores. Coloca em confronto sabores contrastantes, terra e mar, tudo em quantidades corretas e precisas para, no final,  criar equilíbrio e harmonia.  É um princípio fabuloso, do qual fiquei fã :-P

Este menu de degustação foi acompanhado por um Viosinho 2015 da Quinta de Ventozelo, já conhecia e apreciava a casta apaixonei-me pela quinta. É um vinho rico, expressivo e surpreendente.  Maracujá, papaia, manga, maçã verde e citrinos no nariz e uma frescura e mineralidade espectaculares no palato. O seu final longo e levemente salgado foi o parceiro ideal para os pratos preparados no Magnum Sushi Bar.

Magnum Sushi Bar

 Por falar no espaço e antes que me esqueça, quando entramos no Magnum Sushi Bar somos imediatamente recebidos com uma boa disposição fantástica. Desde a simpatiquissima (e bastante tímida :-P) Natália, até ao divertidíssimo e competente chef. As boas vibrações reinam lá dentro e são exímios na arte de bem receber. E é também por isso (a juntar à excelente comida)  que acho que não vou conseguir ficar muito tempo sem lhes voltar a fazer uma visita.

Seguiu-se a melhor peça de sushi (a grande distancia de todas as outras) que já provei até hoje,  Gunkan de robalo e foi gras, que coisa genial, uma obra prima!!!

Bastou apenas uns segundos no palato  para se transformar numa das maiores experiências gastronómicas que tive. O delicioso sabor do cremoso foie gras em cada pedaço do suculento robalo braseado, pincelado com o requinte do irreverente caviar é demasiado maravilhoso para se conseguir materializar em texto. Acho que é a sabores como este que os Japoneses chamam de umami, delicioso e apetitoso.

Magnum Sushi Bar

  E voltando ao arroz, o último prato antes das sobremesas foi um belo de um risoto de cogumelos shitake e lima, quase a relembrar que Magnum Sushi Bar também é gastro italiano :-P Um prato com uma frescura extraordinária, bastante rico, cremoso, com o arroz al dente e que com certeza exigiu que o chef Marco (o responsável pelos pratos Italianos) lhe dedicasse dedicação e atenção. Os cogumelos terrosos complementam a acidez da lima e a textura do risoto. Um minuto de cozedura a menos e estaria cru, um minuto a mais, e estaria pastoso. Costumo dizer que um risoto perfeito deve funcionar como um petit gateau, deve manter a forma, mas quando pressionado deve fluir como que se de lava a sair de um vulcão se tratasse, este estava em estado iminente de erupção :-P

Magnum Sushi Bar

Seguiram-se as sobremesas, creme brulee de ameixacheesecake de chá verde.  O creme de baunilha estava bastante leve e subtil, com muito sabor a ovo, açúcar caramelizado e ligeiramente queimado no topo. A ameixa torna este creme brulee ainda mais cremoso, original e requintado. Os sabores a fruta aparecem entrelaçados com a cremosidade proporcionando uma bela experiência no palato.

Ainda assim, nas sobremesas destaco, evidentemente, o cheesecake de chá verde. Fresco e cremoso é dinamizado com um redemoinho de notas aromáticas a chá verde. A combinação entre o aroma a terra do chá, a doçura do queijo e as especiarias  da crosta é extremamente agradável.  O aroma vegetal final deixa-nos com um sabor bastante refrescante e munidos de uma boa quantidade de antioxidantes no organismo. Saboroso e saudável, é possível querermos algo mais que isto?

Gostei de tantos aspectos deste Magnum Sushi Bar que esta publicação se tornou numa das mais longas do blogue. Mas este é um daqueles casos em que o conjunto é muito maior que as somas das partes. Sempre que parto para uma casa onde sou convidado, tenho sempre aquele medo de encontrar uma coisa que não goste, o que iria escrever se não gostasse? Graças a Deus as coisas têm corrido muito bem e tenho podido conhecer espaços maravilhosos como este.

Magnum Sushi Bar

 

Ainda assim, tenho de destacar o sushi e o arroz (preparados pelos chef Jefferson Silva e pelo chef Osvaldo). Enquanto preparava esta publicação li a seguinte frase de Anthony Bourdain, que por me ser bastante familiar a vou transcrever:

 

"A primeira vez que eu comi sushi, detestei. E a segunda vez não foi diferente, e então, aos poucos, eu comecei a amá-lo. Hoje realmente anseio por sushi. É uma das refeições mais saudáveis que podemos ter. Hoje percebi quantos anos são necessários para obter o arroz de sushi perfeito. É uma disciplina que leva anos e anos ... e anos. Então, deixo isso para os especialistas. Ah, e mais uma coisa, por favor, não mergulhe o seu nigiri no molho de soja. Não misture seu wasabi no molho de soja. Se o arroz é bom, o sushi não precisa de molhos" 

Magnum sushi bar

  O arroz aqui não é só bom, é completamente arrebatador. Quando a comida que nos é servida nos faz cheirar aromas da infância, como o arroz fumegante da minha mãe ou o belo conto de José Rodrigues Miguéis, podemo-nos sentir abençoados.

Com este arroz divinal, as tais pérolas de mil colares desfeitos, aliado à frescura e qualidade suprema dos ingredientes e alicerçado da mestria do chef Jefferson Silva, não tenho a mínima dúvida que este se vai tornar num dos espaços de referencia da cozinha Japonesa em Portugal.

Há um provérbio Japonês que diz "Treine enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham".

 

 

Obrigado pelo convite Jefferson, que possas viver aquilo que sonhas, sem qualquer mínima dúvida mereces!!!

Espero sinceramente que na próxima vez que vos ligue a tentar reservar uma mesa, ouça do outro lado: «infelizmente para hoje estamos com lotação esgotada» :-P


Magnum Sushi Bar

Rua do Cambo Alegre, Business Center Lj 1 e 2

Telm:910415777

info@magnumsushibar.pt

 

Poseidon regressa a terra “mais aveludado”

O tempo passa rápido, e depois de no inicio do ano vos ter dito que vinho Poseidon tinha partido para os mares do Norte, passaram entretanto 72 dias e o vinho do produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas, regressou a terra. A primeira prova do néctar foi efetuada pelo enólogo Francisco Baptista na proa da embarcação.

 

As três mil garrafas do vinho Poseidon, batizado pela Lua Cheia em Vinhas Velhas em homenagem ao deus dos mares, regressaram ao Cais dos Bacalhoeiros, em Ílhavo (Aveiro), depois dos três meses em alto mar a bordo do bacalhoeiro Coimbra.

 

Após o desembarque da tripulação, o enólogo Francisco Baptista, sócio da Lua Cheia em Vinhas Velhas, abriu uma das garrafas de Poseidon para a primeira prova e o resultado não desiludiu. “O novo Poseidon está mais aveludado nos taninos, a cor é rubi profunda, os aromas a frutos vermelhos e do bosque são intensos, e regressou bem integrado com a barrica”, explicou o especialista. 

Poseidon

O vinho beneficiou do balanço provocado pelas ondas de 13 metros, dos ventos de 140 km/h e das tempestades sentidas em alto mar durante a pescaria. Caso tivesse ficado em terra, “demoraria 8 meses a 1 ano em garrafa para atingir estas características”. 

 

Desta vez, Poseidon resultou do lote do vinho duriense Andreza Grande Reserva Tinto 2014 – com origem nas castas touriga nacional, touriga franca e sousão.

 

Foi através de um desafio lançado pelo Clube de Oficiais da Marinha Mercante (COMM), que o produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas decidiu recuperar a tradição do ‘vinho da volta’. A primeira remessa de garrafas partiu em junho de 2016 e durante 81 dias navegou no porão do navio Coimbra.

Prova vertical Casa Ferreirinha Vinha Grande | O tempo necessário para ser inesquecível

“Alice: Quanto tempo dura o eterno? Coelho: Às vezes apenas um segundo.”

[Alice no País das Maravilhas] ― Lewis Carroll

 

 

 Como o prometido é devido, vamos recuar uns meses, até ao dia 25 de Fevereiro, pelas 17h00, no salão árabe do palácio da Bolsa do Porto. Voltamos à Essência do Vinho Porto 2017 e a uma prova vertical inesquecível do Vinha Grande. Obtidos no Douro, os vinhos Vinha Grande constituem uma das marcas de relevo da histórica Casa Ferreirinha. Uma carteira de vinhos ampla liderada pelo mítico (e grande amigo :-P) Barca Velha, e que contém ainda outras referências de topo como o Reserva Especial, o Quinta da Leda ou o Callabriga, e ainda vinhos de maior volume, como o Papa-Figos e o Esteva. Para alguns dos que me estão a ler, poderá até parecer surpreendente (eu mesmo duvidaria se não tivesse estado lá), mas a verdade é que há garrafas Vinha Grande que conseguem permanecer em boa forma, aliás não é permanecer em boa forma, é crescer,  por mais de 40 anos. 

Essência do Vinho 2017 ... Prova vertical Casa Ferreirinha Vinha Grande

 A prova foi conduzida por Luís Sottomayor, enólogo chefe da Ferreirinha, o homem que nunca bebe um vinho sem o pensar, e o mesmo homem que durante o decorrer da prova, com toda a certeza, lhe apeteceu espancar-me, mas já lá vamos :-P Luís Sottomayor é um enciclopédia viva, aprendeu com o Sr. Nicolau de Almeida (uma vénia) a arte de produzir bons vinhos,  e conduz com mestria este género de provas.

Prova vertical Casa Ferreirinha Vinha Grande ... Luís Sottomayor

 Os dois primeiros vinhos, 2014 e 2005, são aquilo que eu já conhecia, fruta impetuosa, esteva, muita esteva, especiarias e uma excelente acidez.

O aroma do Vinha Grande 2014 é intenso, harmonioso e complexo. Adoro as suas notas balsâmicas a cedro, resina e caixa de tabaco. É encorpado, fresco e com taninos aguerridos. O seu final é longo e muito equilibrado.

A cor do Vinha Grande 2005 já perdeu os reflexos violáceos da juventude, todo ele é agora intensamente rubi. Os taninos também amadureceram, mas manteve a excelente acidez e a fruta continua muito presente, se bem que um pouco mais doce, quase que em compota. Surgiu o cacau e o cassis, e a persistência caiu um pouco mas ainda está cheio de vida. 

Prova vertical Casa Ferreirinha Vinha Grande ... 2014 e 2005

 Mal meti o nariz no Vinha Grande 1997 fui logo invadido pelos aromas deliciosos a Porto. Vê-se, ou melhor, cheira-se que teve uma boa evolução em garrafa, mas que ainda vai continuar o seu caminho de enobrecimento sem grandes problemas, por uns bons anos. A tosta é deliciosa e os taninos estão muito dóceis, mais dois ou três anos e estarão perfeitos. Surpreendentemente ainda mantém a groselha, além de aromas a tabaco e couro presentes desde o início. Isto não acontece com qualquer vinho, a complexidade não é adquirida forçosamente com a idade, ela tem de ter condições para existir, logo no início. 

Prova vertical Casa Ferreirinha Vinha Grande ...1997

 A cor atijolada pálida revelou logo que o Vinha Grande 1990 já havia sofrido oxidação. A fruta está completamente abafada pelos aromas terciários, pelo que o melhor deste vinho, infelizmente ... já passou. A boca é bem melhor que o nariz, talvez por causa da "desilusão" nos aromas,  os taninos estão muito macios e a acidez não deixa que o vinho morra. Gostava de ter provado este vinho acompanhado por um javali assado, acho que iria resultar bastante bem.

Prova vertical Casa Ferreirinha Vinha Grande ...1990 Para último o melhor, o Vinha Grande 1975, longevidade e complexidade ...

É por vinhos como este que considero o Sr. Nicolau de Almeida um génio.

Vou-vos ser sincero, quando vi a cor do vinho, pensei imediatamente, oxalá cheire a farmácia, por favor que cheire a iodo, por favor!!! E não é que as duas primeiras notas são de farmácia e iodo??? As mesmas notas iniciais do Barca Velha 1965, que tive o prazer, sorte e privilégio de provar no ano passado. Fiquei tão surpreendido com estes aromas que transmiti o meu espanto ao Sr. Luís Sottomayor, dizendo-lhe que o Vinha Grande 1975 me tinha feito recordar o saudoso Barca Velha 1965. Bem, só vos digo uma coisa, se os olhos do enólogo tivessem balas eu estaria naquele momento estendido, baleado e sem vida no salão árabe do Palácio da Bolsa :-P

Prova vertical Casa Ferreirinha Vinha Grande ...1975

 É óbvio que este Vinha Grande, não se compara ao Barca Velha, especialmente a um como o de 1965, faltam-lhe o cedro, o verniz, o sous-bois, a caixa de tabaco, as especiarias, as notas balsâmicas, as trufas, e sobretudo a intensidade e harmonia do Barca Velha. Mas continuo na minha, este Vinha Grande 1975 tem no ADN alguns nucleótidos do Barca Velha 1965 :-P

É muito complexo e delicado, com aromas de especiarias, chá preto e fumo, para além do iodo e farmácia que já vos tinha falado. No palato está ainda muito vivo (a alma de alguém muito grande ainda vive naquela garrafa), sedoso e fino. Já conta 42 anos mas acredito que ainda pode crescer em garrafa. 

 Essência do Vinho 2017 ... Prova vertical Casa Ferreirinha Vinha Grande

 Nesta prova tivemos o privilégio de provar vinhos produzidos por dois ex-enólogos responsáveis pelo Barca Velha,  Fernando Nicolau D'Almeida e José Maria Soares Franco; e pelo actual responsável, o Luís Sottomayor. Até por isso esta prova foi arrebatadora. Há momentos na vida em que apenas podemos/devemos dar graças pela sorte que temos, este foi um desses momentos.

 

O grande Fernando Pessoa escreveu que “Tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível”. Desta vez foi mais curto, durou apenas alguns segundos - aqueles entre a expectativa de encontrar a farmácia e o iodo e o suspiro após os ter sentido no Vinha Grande 1975- mas voltei a conversar com o Sr. Nicolau de Almeida, durou pouco, mas durou o tempo necessário para ser inesquecívelmente eterno.

Espumantes Baga Bairrada | Uma mão-cheia de novidades

O ano de 2017 está a ser de feição para a categoria Baga Bairrada: são cinco os novos espumantes, três brancos e dois rosados, que elevam a 15 o portefólio de um projecto pensado e formalizado pela Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB), em meados de 2015. As novidades dão por nome de ‘Íssimo Baga Bairrada Blanc de Noirs Bruto 2013’, ‘Ribeiro de Almeida Baga Bairrada 2015’, ‘Prior Lucas Baga Bairrada Blanc de Noirs Bruto 2015’, nos brancos; ‘Prior Lucas Baga Bairrada Bruto 2015’ e ‘São Domingos Baga Bairrada 2015’, nos rosés. Em comum têm a presença a 100% da casta rainha da Bairrada, a Baga, e o chamado “método clássico” de espumantização.

Baga Bairrada: Espumantes

Os sinais são claros: a Bairrada continua a crescer e a demonstrar uma vez mais o seu potencial para criar projectos e momentos únicos para a região. Na base desta mudança de paradigma está a estratégia diferenciadora adoptada nos últimos anos pela CVB, que através de diversas iniciativas tem apoiado os produtores da região a desenvolver novas ideias e novos produtos. O cluster Baga Bairrada, que pressupõe colocar os espumantes num patamar de elevada qualidade, é sem dúvida um dos melhores exemplos de valorização da região bairradina. Um projecto que ano após ano tem vindo a crescer com a entrada de novas referências que prezam a identidade da sua casta rainha, a Baga.

Íssimo Baga Bairrada Blanc de Noirs Bruto branco 2013

Íssimo Baga Bairrada Blanc de Noirs Bruto branco 2013 – Caves Arcos do Rei

PVP: €10,00  •   Álc.: 12,0%  •  Acidez Total: 6,8g/l  •  pH: n.a.

Um espumante natural que aproveita ao máximo as características da casta Baga, que faz dele um espumante limpo, de bolha muita fina e sabor persistente. Só ao alcance dos melhores espumantes, este ‘Baga Íssimo Baga Bairrada Blanc de Noirs 2013’ apresenta notas tostadas, fruta branca bem madura e frutos secos. Uma complexidade aromática onde sobressai a estrutura e volume, com excelente equilíbrio em acidez, que lhe confere uma grande versatilidade gastronómica. Um espumante para acompanhar pratos de peixe e de carne, ou simplesmente para se apreciar a solo por exemplo como aperitivo.

Espumantes Baga Bairrada

Ribeiro de Almeida Baga Bairrada branco 2015 – Ribeiro de Almeida, Lda

PVP: €7,00  •  Álc.: 12,5%  •  Acidez Total: 6,34g/l  •  pH: n.a.

É um espumante límpido, de aromas persistentes e bolha fina com uma cor blush muito ligeira. Uma sugestão que prima pela boa acidez, equilibrada entre os aromas frutados. Para servido entre os 10-12.º, é uma proposta com excelente versatilidade no que toca aos momentos de consumo.

Espumante Baga Bairrada

Prior Lucas Baga Bairrada Blanc de Noirs Bruto branco 2015 – In Vino Prior Lucas

PVP: €9,00  •  Álc.: 12,0%  •  Acidez Total: 7,94g/l  •  pH: 3,02

A história da casa que lhe dá nome remonta ao século XIX. Um legado agora engarrafado em forma de espumante Baga Bairrada; uma paixão aqui demonstrada em tons citrinos com nuances rosadas, mostrando o fulgor da casta Baga que lhe dá origem. Um espumante vibrante de efervescência fina, onde sobressaem sabores a flor de laranjeira e compotas complexados posteriormente por aromas tostados. Ó aroma limonado dá-lhe a sensação de frescura necessária e torna-o um espumante bastante harmonioso para degustar a solo.

Prior Lucas Baga Bairrada Bruto rosé 2015 – In Vino Prior Lucas

Prior Lucas Baga Bairrada Bruto rosé 2015 – In Vino Prior Lucas

PVP: €9,00  •  Álc.: 12,0%  •  Acidez Total: 7,94g/l  •  pH: 3,02

Seguindo, tal como as restantes referências, o “Método Clássico”, é um espumante de cor rosa bem definida e bolha fina. Nos aromas predominam os morangos silvestres, que lhe dão a estrutura e acidez própria de um espumante rosé. No copo revela-se vibrante e fresco, com um sabor bastante macio. Uma excelente sugestão para estar à mesa ou para apreciar enquanto aperitivo.

São Domingos Baga Bairrada rosé 2015 . Caves São Domingos

São Domingos Baga Bairrada rosé 2015 . Caves São Domingos

PVP: €6,5  •  Álc.: 12,0 %  •  Acidez Total: 7,31g/l  •  pH: 3,16

A Caves São Domingos foi um dos produtores pioneiros deste projecto. Se no lançamento a proposta foi um branco, chega agora a hora de lançar o seu Baga Bairrada rosé. Assim, passam ao ser três, com o ‘Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto’ a encetar a cor rosada destes espumantes. Rico em notas de framboesa, marmelo e ligeiro mineral, o ‘São Domingos Baga Bairrada rosé 2015’ é bastante frutado e fresco, ideal para finais de tarde de Verão numa esplanada ou como acompanhamento nas entradas. Produzido a partir do “Método Clássico” encontra o equilíbrio perfeito de riqueza, sabor e elegância, tornando-o muito atractivo e gastronómico.

Espumantes Baga Bairrada

 

PORTEFÓLIO ESPUMANTES BAGA BAIRRADA

 

Adega de Cantanhede: Marquês de Marialva Baga Bairrada Bruto branco

Aliança Vinhos de Portugal: Aliança Baga Bairrada Reserva Bruto branco

Aliança Vinhos de Portugal: Baga Bairrada Reserva Bruto rosé

Caves Arcos do Rei: Íssimo Baga Bairrada Blanc de Noirs Bruto branco 2013 – NOVO

Caves da Montanha: Montanha Baga Bairrada Grande Cuvée Bruto branco  

Caves Messias: Messias Baga Bairrada Grande Reserva Bruto branco

Caves Primavera: Primavera Baga Bairrada Extra Bruto branco

Caves São Domingos: São Domingos Baga Bairrada Bruto branco

Caves São Domingos: São Domingos Baga Bairrada rosé2015 - NOVO

Caves São João: Quinta do Poço do Lobo Baga Bairrada Bruto Natural branco

In Vino Prior Lucas: Prior Lucas Baga Bairrada Blanc de Noirs Bruto branco 2015 – NOVO

In Vino Prior Lucas: Prior Lucas Baga Bairrada Bruto rosé 2015 – NOVO

Quinta da Mata Fidalga: Mata Fidalga Baga Bairrada Vinhas Velhas Extra Bruto branco

Rama & Selas: RS Baga Bairrada Bruto Natural branco

Ribeiro de Almeida: Ribeiro de Almeida Baga Bairrada branco 2015 – NOVO

Bairrada lança ‘Cartão de Cliente’

A Bairrada está apostada em ser uma região de referência, nomeadamente no que toca ao vinho (onde se destaca o espumante) à gastronomia e ao turismo. Três valências que têm vindo a ser promovidas pela Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) e pela Associação Rota da Bairrada (ARB). Dando corpo a esta premissa, a ARB, em conjunto com os seus associados, lançou recentemente o ‘Cartão de Cliente Rota da Bairrada’, inédito em Portugal, se nos situarmos no respectivo contexto. Sim, porque cartões há muitos :-P Mais do que um produto e/ou serviço é uma ferramenta de fidelização à região.

 

Gratuito, fácil de usar e com inúmeras vantagens, esta é uma ferramenta de comunicação que pretende estreitar e reforçar a relação entre o “cliente” e a região. Pessoal e intransmissível, pode ser solicitado nos ‘Espaços Bairrada’ – em Anadia ou Oliveira do Bairro – ou on-line, através do site www.rotadabairrada.pt. Isento de validade, o ‘Cartão de Cliente Rota da Bairrada’ mantém todas as regalias em vigor em qualquer altura da sua utilização.

Cartão Cliente Rota da Bairrada

O modus operandi do ‘Cartão de Cliente Rota da Bairrada’ é semelhante a tantos outros que usamos diariamente: tem por base a acumulação de pontos nas compras realizadas nos ‘Espaços Bairrada’ ou no site de e-commerce da Associação, que posteriormente podem ser trocados por produtos do ‘Catálogo de Pontos Bairrada’: um euro equivale a um ponto. Descontos diretos, promoções, oferta de portes, campanhas temáticas associadas aos produtos e serviços comercializados pela Rota da Bairrada e seus associados, assim como acesso a informação em primeira mão fazem também parte da oferta deste cartão. O utilizador é presenteado com uma oferta surpresa no seu dia de aniversário. 

 

“O futuro passa, em muito, pelo seu passado e pelas suas gentes, num trabalho conjunto que teve início com a criação do cluster de espumantes Baga Bairrada e que deu o mote a um conjunto de outras acções e ferramentas que permitem promover e dinamizar a região da melhor forma. O novo ‘Cartão de Cliente’ faz parte dessa estratégia e visa aproximar a Bairrada dos seus ‘adeptos’. É uma ferramenta que faltava para unir todos os que trabalham diariamente para elevar o nome da região da Bairrada”, afirma Pedro Soares, Presidente da CVB e membro da direcção da ARB.A Comissão Vitivinícola da Bairrada faz parte dos 52 associados que se juntaram a esta ideia, que alia activamente as riquezas turísticas, gastronómicas e vinícolas da Bairrada. “A Bairrada unida e com um objectivo comum, o de ser mais uma região mais forte, carismática e diferenciadora”, conclui Cristina Azevedo, coordenadora da ARB. 

VINHO - Grandes Escolhas | Uma (nova) revista de vinhos

Com o nome VINHO - Grandes Escolhas chega em Maio ao mercado uma nova publicação especializada no sector vínico. O título é novo, mas a equipa não. 

Vinho Grandes Escolhas

A tarimba é mais do que muita, ou não fosse dirigida por Luís Ramos Lopes (Director Editorial) e João Geirinhas (Director da Área de Negócios). Se o primeiro foi o fundador da Revista de Vinhos, os dois foram responsáveis pela publicação nos últimos 28 anos. Uma conhecida dupla, agora sócia na empresa Reserva Especial - Edições e Eventos Lda, num trio que se completa com Nuno Santiago.

Luis Ramos LopesA acompanhá-los mantém-se o painel de críticos e jornalistas de vinhos mais prestigiado da imprensa portuguesa – João Paulo Martins, João Afonso, Luís Antunes, Nuno Oliveira Garcia e Fernando Melo – e ainda os jornalistas residentes António Falcão e Luís Francisco, para além dos fotógrafos Ricardo Palma Veiga e Anabela Trindade, que compunham o corpo editorial da Revista de Vinhos. Também os comerciais Fernando Gomes e Maria do Céu Pinto, assim como outros importantes membros da equipa administrativa e de eventos, transitaram para a VINHO - Grandes Escolhas.

Vinho Grandes Escolhas

 Um “novo” projecto que, nas palavras dos seus responsáveis, se vai apresentar graficamente mais atraente e com uma dinâmica mais próxima da realidade e das formas de consumo actuais, mas que manterá os critérios jornalísticos de rigor e transparência que se tornaram a referência no mercado. A aposta no digital é uma das prioridades; nesta área foi estabelecida uma parceria estratégica com a LifeStreet, empresa de consultoria digital responsável pela plataforma Adegga, da qual André Ribeirinho é a cara mais visível. O expert e a sua equipa foram pioneiros no desenvolvimento de ferramentas digitais ao serviço da comunicação dos vinhos e inovador na organização de eventos, tanto em Portugal como no estrangeiro.

Vinho - Grandes Escolhas

 Como tem sido habitual, a equipa mantém um ambicioso calendário de eventos vínicos e gastronómicos onde se incluem desde já as mais importantes feiras de vinhos. A este nível, a “estreia” está marcada também para o mês de Maio, com a produção da 6.ª edição do ‘Festival do Vinho do Douro Superior’, em Vila Nova de Foz Côa. Para além desta, merece ser desde já destacada a continuidade da maior feira de vinhos do país, a realizar em Lisboa no último trimestre do ano, agora com o nome de Vinho & Sabores Grandes Escolhas. Estão previstos ainda outros eventos e intervenções em diversas feiras em várias zonas de Portugal, que a seu tempo serão revelados.

Vinhos

 

CALENDÁRIO DE EVENTOS

19 a 21 Maio 2107 . Festival do Vinho do Douro Superior

Um evento da Câmara Municipal de Foz Côa, realizado no ExpoCôa e com animação na cidade.

02 a 04 Junho . Trafaria (Com) Prova

Um evento da Câmara Municipal de Almada, realizado no passeio ribeirinho da Trafaria.

08 a 10 Setembro . Bairrada Vinho & Sabores

Um evento da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) e da Câmara Municipal de Anadia, realizado no Centro de Alto Rendimento de Sangalhos (Velódromo Nacional).

Vinho & Sabores Grandes Escolhas

Da autoria da Reserva Especial, a maior feira de vinhos e sabores do país acontece em Lisboa no último trimestre de 2017, assegurando a presença de expositores de todo o país e dirigida ao vasto público de consumidores e profissionais.

 

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