Quinta da Leda 2016 | Um outro filho de Zeus
"Leda era uma jovem e bela princesa, recém-casada com Tíndaro, herdeiro do reino de Esparta. Gostava de deitar-se na relva, apreciando o canto dos pássaros e expunha seu corpo aos raios do sol, sob olhares indiscretos dos deuses. Certa vez, Zeus ia a caminho da cidade de Tróia e encontrou Leda deitada seminua na relva e parou para contemplá-la de longe. Temendo assustá-la com sua figura gloriosa e resplandecente, Zeus converte-se em um cisne imenso e de bela plumagem para poder cortejar a princesa." Mitologia Grega
Situada na região Este do Douro, a Quinta da Leda é uma das jóias mais brilhantes da Ferreira. Com ela, a Casa Ferreirinha recria-se em vinhos de grande complexidade e estrutura, portentosos mas plenos de frescura e vigor. Ali, onde o Douro se renova, confirma-se a excelência dos vinhos que criam o mítico Barca Velha e juntam-se-lhe novos valores como os mais recentes Quinta da Leda. Depois uma colheita de 2015 excepcional, chega agora ao mercado o Quinta da Leda 2016 (PVP recomendado de 40€) para fazer jus à tradição de qualidade dos grandes vinhos do Douro, que fazem de Casa Ferreirinha uma das maiores referências mundiais da região.
Quem se habituou a encontrar em Quinta da Leda a garantia de um vinho de qualidade superior, símbolo de excepção da riqueza e contemporaneidade dos grandes vinhos do Douro, vai reencontrar no novo Quinta da Leda 2016 a complexidade e elegância que lhe são características. Luís Sottomayor, enólogo de Casa Ferreirinha, explica como se obteve este vinho: «Mantendo o perfil habitual deste vinho, sobretudo a elegância, estrutura e complexidade, o Quinta da Leda 2016 reflecte bem o estilo que procuramos, assim como as características de um ano fresco.» Em 2016 registou-se uma vindima tardia, fria e com maturações longas, resultando num vinho com boa acidez, elegância e harmonia.
«A colheita de 2016 de Quinta da Leda revela-nos um vinho típico de anos mais frios – especiado, resinoso e mais balsâmico, e com algumas notas florais e uma nota de mineralidade muito forte», conclui Luís Sottomayor. Produzido a partir das castas Touriga Franca (50%), Touriga Nacional (25%), Tinto Cão (15%) e Tinta Roriz (10%), a colheita de 2016 é ideal para acompanhar pratos de carne, caça e queijos. O Quinta da Leda 2016 dá, assim, continuidade a uma herança de peso, sobretudo depois de a colheita anterior ter merecido vários prémios da crítica, no âmbito de concursos como o International Wine Challenge, o Concours Mondial de Bruxelles, o International Wine & Spirit Competition ou o Decanter World Wine Awards, entre outros.
No que na minha modesta opinião diz respeito, este Quinta da Leda 2016 (93 pts.) exibe uma cor vermelha ruby muito cristalina e aromas intensos a framboesas pretas, amoras vermelhas, esteva, flores silvestres, pimenta preta, noz-moscada, resina, cedro e uma deliciosa baunilha. Na boca é bastante mineral (xisto), fresco, volumoso, profundo, com uma enorme elegância e taninos super elegantes e sedutores. Incrivelmente longo, equilibrado, complexo e harmonioso. Combinou na perfeição com os Escalopes de vitela Alentejana com puré, legumes baby e redução de vinho do Porto Ruby.
Voltando à lenda da Leda grega, Leda engravida de Zeus originando dois filhos gémeos: Castor e Pólux. Hera, irmã e esposa de Zeus, com ciúmes, persegue e proíbe Leda de viver no reino. Assim, Zeus compensa Leda, convertendo-a em deusa e reservando-lhe um espaço no céu, na forma de uma estrela na constelação de Cisne. Quanto aos gémeos, tornam-se grandes guerreiros e amigos inseparáveis. Porém Castor (que herdou a mortalidade humana) perde a vida em uma batalha e Pólux (que herdou a imortalidade divina) suplica a Zeus que devolva a vida do irmão. Comovido com esta demonstração de amor fraterno, Zeus propõe a Pólux dividir sua imortalidade, alternando com o irmão um dia de vida e um dia de morte.
Assim os irmãos passaram a viver e a morrer alternadamente, sendo homenageados por Zeus com a constelação de Gêmeos, na qual não poderiam ser separados nem com a morte. Curiosamente, este Leda 2016, resulta também dum feliz relacionamento entre a Leda (Quinta) e aquilo que Zeus, Deus do céu, lhe acrescentou, uma espécie daquilo a que chamamos terroir ;) Comparativamente com a Leda Grega, para disfrutarmos da Leda Portuguesa, não precisamos de assumir as formas de um cisne, basta termos um bom gosto vínico ;) E que bem que ela fica deitada seminua na relva :)
Ingredientes dos Escalopes de vitela Alentejana com puré, legumes baby e redução de vinho do Porto Ruby (2 pessoas):
2 Escalopes de vitela Alentejana, puré (6 batatas médias, 300 mL de leite de amêndoa, 30 mL de vinho do Porto Branco, uma colher de sopa de manteiga, noz-moscada, pimenta preta, queijo parmesão a gosto), uma embalagem de cenouras baby, uma embalagem de espinafres baby, uma laranja, um limão, groselha e vinho do Porto Ruby.
Preparação:
Puré: Descascar e cortar as batatas em pedaços e pôr a cozer em água abundante, com sal a gosto, até ficarem cozidas (entre 10 e 15 minutos a ferver). Escorrer a água e esmagar as batatas com o passe-vite. Juntar o leite de amêndoa e misturar bem. Juntar colher de sopa de manteiga e misturar bem. Juntar a noz moscada, a pimenta preta e o queijo parmesão e misturar bem. Por último, e já sem o aquecimento, juntar o vinho do Porto Branco e rectificar tenperos.
Redução: Numa pequena caçarola adicionem o vinho do Porto, o sumo de uma laranja laranja e de um limão e uma colher de sobremesa de groselha. Deixe reduzir o molho (sem ferver) até que a água se evapore e o molho fique reduzido a 1/4 do volume inicial.
Cenoura Baby: Cozam-nas em água e sal durante 10 minutos.
Espinafres baby: Numa frigideira, aqueçam o azeite e alourem a malagueta picada. Juntem os espinafres e deixem grelhar durante 5 minutos. Temperem com sal e pimenta, e reservem.
Escalopes: Na mesma frigideira em que fizeram os espinafres, grelhem em lume muito forte os escalopes (30 segundos de cada lado). Enquanto grelham a carne temperem-na com sal e pimenta preta.