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No meu Palato

No meu Palato

Estrada Nacional 2 | Alicerces de um país tomado aos tragos (II)

"Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são... A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos." Fernando Pessoa

EN2Aqui está de novo "o viajante" para vos continuar a contar a nossa estória na avassaladora EN2.  Se bem se recordam estávamos em Coimbra, no hotel Conimbriga Hotel do Paço. A apenas 10 minutos de carro podem encontrar as Buracas do Casmilo, ainda longe dos principais roteiros do país, este vale encantado permanece rodeado de natureza pura, onde a harmonia e a paz criam uma atmosfera única. 

EN2Dia 5:

As "buracas" situam-se a norte da Serra do Rabaçal, a poucos quilómetros de Condeixa-a-Nova, na aldeia de Casmilo. Chegados à aldeia, existem várias placas a indicar o caminho para esse excesso pavoneante da natureza. Este recanto serrano exibe orgulhosamente vertentes abruptas e nuas, onde existem vários abrigos rochosos, as chamadas “buracas”.

EN2Na verdade, estas inusitadas formações geológicas resultam de um abatimento da parte central de uma conduta que deixou a descoberto as suas partes laterais extremas de uma antiga gruta existente no interior do monte.

EN2A Bia, e todos nós, adoramos sentir a natureza no seu estado mais puro. A 20 minutos dali, outra atracção, esta já bem mais conhecida, as Ruínas de Conimbriga.  O conjunto de todas estas ruínas, o Museu Monográfico (construído nas imediações) e o castelo de Alcabideque consubstanciam um complexo arqueológico de peso mundial e que permite a reconstrução de uma importante era do grande Império Romano. 

EN2Junto com Mirobriga (Santiago do Cacém) e Tongobriga (Marco de Canaveses), formam o grande triângulo da memória romana em Portugal e são um Monumento Nacional desde 1910. Com a barriga já a dar sinais de alerta, a duas horas de distância estava o nosso almoço, em Abrantes, na Casa Chef Vitor Felisberto.

EN2Quem se interessa por estas coisas da gastronomia sabe que o Chef Vitor Felisberto é uma enciclopédia culinária, um mentor de alguns dos mais afamados chefes do país e uma lenda viva da melhor gastronomia portuguesa. Estudou na prestigiada Cordon Bleu, conquistou uma estrela Michelin em dois restaurantes por onde passou (Aquarius Caldea - Andorra e Portal - Reino Unido) e vendeu a sua receita de fondant de chocolate à Nestlé.

EN2Deste 2018 está em Abrantes, a 100 metros da EN2, a "passear-se" com a excelência do seu currículo. Pratica uma cozinha aparentemente simples, mas refinada, carregada de sabor e potenciador das mais valias dos ingredientes frescos e locais. Comi lá dos melhores pratos desta viagem, umas Ovas de Choco com azeite, alho e coentros divinais, um Bacalhau no forno com batata a murro  fino, delicado e untuoso, um Pernil confitado em forno a lenha super saboroso, rico, e sedoso (fica a cozinhar durante a noite para adquirir esta textura de veludo) e um Assado Misto com naco de vitela e cachaço de Porco preto tão intenso quanto prazeroso.

EN2Quem me conhece sabe que não sou muito de doces, sobretudo depois de um repasto intenso e epifânico como o anterior, no entanto, a Tarte Tatin com crumble e gelado de baunilha,  o Pastel de Nata Fondant com shot gelado de canela e nata (imagem de acima) e o Cremoso de Brownie com gelado de caramelo e nozes são propostas às quais não se consegue ficar indiferente. Sobranceria nos aromas, riqueza nos sabores, originalidade nas texturas e genialidade na confecção. Do melhor que se faz no nosso país!!!

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Este almoço demorou mais de 3 horas e foi regado com alguns dos melhores vinhos regionais. Abrantes é um daqueles lugares pelos quais, sempre que passei, foi em viagem para outro sitio qualquer, mas descobri, neste dia, que é uma cidade muito atraente e interessante, onde para além deste restaurante soberbo há ainda um centro histórico muito bem conservado, um castelo e uma fortaleza, que valem, sem dúvida nenhuma, uma visita. 

EN2A igreja de Santa Maria do Castelo iniciada no século XIII e ampliada no século XV situa-se no interior das muralhas do castelo e possui uns motivos góticos muito interessantes e enigmáticos. Há também um atraente parque ribeirinho que permite umas fotos engraçadas ;)

EN2 Deixando Abrantes, entramos no Alentejo. A estrada flui por entre planícies belíssimas e pequenas povoações. É também aqui, onde na minha opinião, começa a parte mais bonita, serena e autóctone da estrada. Passado uma hora de conversa com a EN2 chegamos a Mora, uma aldeia que nos oferece a oportunidade de conhecer inúmeros monumentos megalíticos e uma estação de caminhos de ferro parada no tempo. Há ainda que visitar a Igreja da Misericórdia do século XVI e a igreja paroquial de Nossa Senhora das Graças dos séculos XVI e XVII, respectivamente.

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Um desvio de meia hora levou-nos ao Pateo dos Solares Charm Hotel em Estremoz. Um hotel boutique que nos permitiu ter um acesso privilegiado ao movimento da cidade, às suas gentes e ao comércio local. Encostado à muralha da cidade, donde se avista o castelo medieval e a cidade velha, o hotel debruça-se sobre o horizonte da paisagem alentejana e as suas cores quentes.

EN2De um requinte sóbrio e intemporal, o hotel é ideal para aqueles viajantes que procuram a serenidade das planícies alentejanas, a história local, a boa gastronomia e a excelência dos vinhos ( e aguardentes e gins ;)) alentejanos. O restaurante Alentejo à Mesa, coração do hotel, oferece uma selecção de pequenos pratos de degustação, perfeitos para experimentar e petiscar os vários sabores alentejanos.

EN2 Gostei, particularmente, da vegetalidade crocante dos Espargos em tempura, da voluptuosidade fresca da Açorda Alentejana com bacalhau e ovo e da intensidade da Pluma de porco preto, migas de espargos e chips de batata. Nas sobremesas é dado um toque extra de elegância e sofisticaçao com a Queijada de requeijão com morangos, com Encharcada com crumble e sorbet de tangerina e com o Duo de chocolate. Inovação e tradição de mãos dadas, em plena planície alentejana ;)

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Dia 6:

A manhã seguinte foi reservada para conhecer Estremoz. Com vinhas imensas e planícies douradas, esta freguesia histórica, protegida pelas suas muralhas, tem a alcunha de "Cidade Branca",  pela profusão de mármore branco extraído nas suas imediações. As casas e monumentos espalhados pela vila são feitos com este material, conferindo-lhes um brilho irresistível. 

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Guardem 3 horas para visitar o Castelo (ao pé da torre de menagem há uma praça com uma estátua de santa Isabel de Aragão, a do  milagre das rosas, que morreu neste castelo em 1336), a Capela da rainha Santa, Núcleo Medieval e a Praça Luís de Camões. 

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Depois de retomarmos a EN2 em Mora,  descemos até Montemor-o-Novo e fizemos novo desvio, este de 20 minutos, até Évora, onde iríamos "assentar praça" durante 2 dias para conhecer esta cidade e algumas vilas na sua vizinhança.  E não há melhor local para começar a conhecer Évora que a Enoteca da Cartuxa ;) Um local onde ao património cultural e vitivinícola da Fundação Eugénio de Almeida se junta o legado da gastronomia alentejana, em pleno Centro Histórico de Évora. 

EN2Com uma arquitectura de linhas depuradas, sublinhada pelo branco das paredes e pelos tons pasta da madeira e avermelhados do mobiliário, a Enoteca evoca o ambiente informal de uma taberna, trazendo-o para a contemporaneidade através de uma harmonia perfeita entre os vinhos da Adega Cartuxa e a cozinha regional interpretada e reinventada de forma actual.

EN2Deliciem-se com o Gaspacho com presunto, com a Sopa de tomate, com o lombo de bacalhau, puré de grão, cebola roxa avinagrada e azeite de salsa, com o ovo escalfado, hortelã e chouriço frito,  com a Bochecha de porco preto e com as migas de espargos com lombinhos de porco de vinha d'alhos. Para o final nada melhor que um Pudim de azeite, salada de laranja e azeitonas. Sobre os vinhos, falamos um dia destes ;)

EN2Pernoitamos dentro das muralhas, em pleno centro histórico da cidade, no Évora Olive Hotel. Um espaço que veio revitalizar um edifício icónico e histórico da cidade de Évora – o Centro Comercial Eborim – transformando a área comercial e o lugar onde se assistiam filmes, num hotel aberto a todos os visitantes internacionais, regionais e locais.

EN2Inspirado na temática do azeite, este hotel promove verdadeiras experiências sensoriais para todos aqueles que querem conhecer mais sobre esse néctar dourado  (provas de azeite e massagens relaxantes). Está a escassos minutos a pé de vários pontos de atracção cultural e de lazer que se podem descobrir nesta cidade pitoresca, medieval e com um importante legado deixado pelos romanos e mouros: o Templo de Diana, a Praça do Giraldo, a Sé Catedral de Évora e a Capela dos Ossos. Tem ainda um restaurante impecável, do qual vos falarei mais à frente.

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Dia 7:
 
Com a Bia "no comando" o sétimo dia começou com em Monsaraz, o recanto oriental do Alentejo. A poucos minutos da fronteira espanhola, esta cidade mudou de aparência início dos anos 2000 com a construção da Barragem do Alqueva, em pleno Guadiana, inundando o vale e formando um imenso espelho de água. A paisagem vislumbrada a partir do alto de castelo, com a albufeira serenamente adormecida na planície alentejana e os recortes suaves das suas margens são absolutamente deslumbrantes.
 

EN2A antiga vila de Monsaraz funciona como um museu vivo, erguida no topo de uma colina esguia e defendida por muralhas medievais. As ruas construidas com paralelo, apesar de darem um encanto especial ao centro histórico dificultam um pouco a vida a quem quer conhecer os seus segredos a pé e com carrinhos de bebé (o melhor mesmo é deixar o carrinho na carrinha ;)), mas o esforço vale bem a pena.

EN2A rua principal é cercada por paredes, numa mistura de medieval e moderno, permitindo o acesso a caminhos secundários, sem carros ladeados por chalés de xisto e casas caiadas de branco com lojas de artesanato e restaurantes tradicionais. O ambiente é silencioso e a falta de carros provoca a sensação de termos entrado num túnel do tempo. Há ainda capelas, pelourinhos e igrejas à espera da vossa visita.

EN2Depois de um belo almoço num dos restaurantes típicos de Monsaraz, seguimos para Montemor-o-Novo. Há, obrigatoriamente, que dar um passeio pelas ruínas do castelo e da cidadela "enmuralhada", que datam dos séculos XIII e XVII, respectivamente. Esta vila possui ainda um esplêndido portal manuelino sobre a Igreja da Misericórdia do século XVI.

EN2De realçar ainda a deslumbrante arquitectura manuelino-mudéjar dos séculos XVI e XVIII  da Ermida de Nossa Senhora da Visitação pintada a azul e branco. Por tudo isto, Montemor-o-Novo merece, sem sobra de dúvidas, uma tarde para que se possam perder nos seus recantos. 

EN2Regressamos ao Évora Olive Hotel já de a anoitecer e depois de um retemperador e merecido banho na piscina em pleno centro histórico de Évora, era chegada a altura de conhecer o restaurante do hotel, o Merecaria Eborim

EN2Um espaço de partilha e conforto por excelência, original no design e muito bem enquadrado na mini-mercearia do hotel e com vista para o pátio das oliveiras, um recanto de eleição exterior que convida e favorece o slow eating, entre amigos e família. A gastronomia é de inspiração contemporânea, nunca descurando os produtos e pratos com sotaque alentejano.

EN2Aconselho vivamente o misto de tradição e inovação do surpreendente O nosso Caldo Verde de Cação, a brisa marítima fumada e fresca do Duo de Salmão (carpaccio e curado), Salada funcho e Maçã, Pickles de Mostarda e Molho de Iogurte fumado, a elegância gulosa do Tamboril lardeado em Toucinho fumado, Risotto de Ervilha e molho de Vinho licoroso e a voluptuosidade aromática das Bochechas de porco preto sobre risotto de espargos trigueiros.

EN2Para sobremesa, um conceito que não conhecia, um ... pijama ;) Consiste numa mistura de várias sobremesas, para que consigamos provar de tudo um pouco, incluindo o sabor intenso e mentolado da Mousse de Cerejas e Mirtilos com Gelado de Poejo, a exoticidade do Mel e Noz da região, Creme de Limão e Gelado de Canela, a riqueza do Semi-frio de Chocolate Negro e Crumble de Frutos Vermelhos com Gelado de Tangerina e a voracidade tradicional da Triologia Conventual com Gelado de Manjericão e Nougat de Pinhão.

EN2Um menu muito rico, moderno, coerente mas que não "fica a dever" nada ao legado do receituário tradicional alentejano. Uma palavra ainda para o profissionalismo, amabilidade e "boa onda" do chefe de sala José Luis Santa Bárbara, que teve ainda a gentileza de nos dar a conhecer alguns dos melhores vinhos da região. 

Dias 8 e 9:

O dia anterior acabou com comida, o oitavo começaria com ... comida, desta vez chocolates, na fábrica de chocolate do  Palacete da Real Companhia do Cacau, em Montemor-o-Novo e a 100 metros do local onde retomaríamos a EN2.

EN2Escusado será identificar a pessoinha que gostou mais desta visita :P Construído no final do século XIX, o palacete promove hoje em dia uma simbiose perfeita entre o turismo de habitação de charme e o chocolate gourmet. Tirem duas horas (ou uma noite) para conhecerem o espaço e perceberem como se fazem alguns dos melhores bombons do país. A visita à fábrica do chocolate é simplesmente ... deliciosa ;)

EN2Deixando o Altentejo e entrando no Algarve, temos a despedida gloriosa da EN2: a Serra do Caldeirão e as suas 365 curvas. Uma por cada dia do ano e suficientemente suaves para tornarem esta parte final do trajecto extremamente prazeroso. O último marco da EN2 encontra-se em plena Avenida Calouste Gulbenkian, na cidade de Faro. Quase que temos de tirar ticket para conseguirmos uma boa foto na rotunda onde se encontra o marco 738, tal é a quantidade de gente que lá se amontoa.

EN2

Dado o elevado numero de turistas e fama que a estrada começa a ter, esta parte final tem de ser repensada, não faz sentido ter o marco que anuncia o final da EN2 no meio da rotunda com maior movimento do Algarve. 

EN2Mas como Roma e pavia não se fizeram num dia, pode ser que este pequeno "acerto" seja feito num curto espaço de tempo, a EN2 (e quem percorreu os seus 738 km) merece um final mais triunfante, honroso, dignificante e ... intimista.  

EN2Assim que chegarem a Faro, no final da vossa jornada épica, explorarem, com tempo, esta cidade que é um dos meus lugares favoritos no Algarve e está cheio de história e pontos que merecem a visita, como a marina, a cidade velha, a catedral (que remonta ao século XII e já foi reconstruida devido ao terramoto de 1755, o Parque Natural da Ria Formosa e a Igreja da Nossa Senhora do Carmo (do século XVIII, de inspiração barroca  e ornamentada com uma reluzente folha de ouro do Brasil).  

EN2A 20 minutos do marco 738 da EN2 estava o Hotel que escolhemos para festejar o final desta eopoeica viagem: o sedutoramente cosmopolita Crowne Plaza Vilamoura. Beneficia de uma arrebatadora localização à beira mediterrâneo e possui uma mega piscina, um ostensivo SPA, 3 restaurantes, inúmeras salas de reunião, um kids club (dedicado à temática dos piratas) e um pequeno almoço divinal ;)  Moderno, contemporâneo e elegante, é perfeito para estadias a dois ou em família.

EN2Os quartos suntuosos, luminosos, arejados, espaçosos e com muito bom gosto (e serenidade) na decoração são complementados por um serviço profissional, competente, próximo e eficiente para que os hóspedes possam experimentar uma estadia totalmente revitalizante.  Foi das suites mais bonitas em que estive, e que, provavelmente, ajudou "a desempatar" a dúvida que tinha relativamente ao melhor hotel deste ano ;)  

EN2De realçar ainda, e muito importante nos tempos em que vivemos, que o Crowne Plaza Vilamoura implementou algumas novidades para os hóspedes, adaptadas à nova realidade do COVID-19, a juntar aos vários serviços de luxo que já oferecia e que nos fez desfrutar ao máximo de todas as suas ofertas mas num ambiente super seguro. É justo acrescentar, que em todos os espaços que incluímos neste "guia" essa preocupação/necessidade com a segurança esteve sempre presente de uma forma cuidada mas subtil.  

EN2Depois de nos deliciarmos com todo o conforto, luxo e requinte deste hotel fomos jantar ao Old Navy,  a apenas 10 minutos de uma bonita caminhada a pé e com um ambiente perfeito para jantares especiais. A refeição é acompanhada por uma vista deslumbrante para a Marina de Vilamoura e por (boa) musica ao vivo.

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O Old Navy funciona quase como uma bolha gastronómica, que nos faz sair do ambiente frenético que pincela a marina e enquanto nos concede uma bela refeição, por entre gambas "al ajillo", polvo à lagareiro, risoto de carabineiros e um soborosissimo e original Salmão "Old Navy" com azeite, alho, cebola e tomate assado, servido com legumes salteados. Para os mais gulosos há ainda Dame blanche", tarte de maçã caramelizada, cheesecake de morango, banana split e gelados caseiros

EN2Tem tudo para se tornar num dos hotspots de Vilamoura. Vilamoura não é a mais tradicional das cidades portuguesas, mas sendo uma das maiores cidades resort da Europa, tem uma infinidade de restaurantes, lojas, campos de golfe e clubes que enriquecem a nossa estadia.

 EN2O centro de toda a acção/atenção é a marina com mais de 1.000 ancoradouros, repleta de iates e cercada por apartamentos de luxo. Na marina também é possível fazer passeios de barco para observar golfinhos ou alugar um barco para a pesca desportiva.

EN2Há também o local histórico do Cerro da Vila, onde as ruínas de uma antiga vila romana foram descobertas. Posteriormente aos romanos a vila foi ocupada por forças visigodas e mouras até à reconquista da região por parte dos cristãos.

EN2Depois de 3 dias  maravilhosos de relaxamento e diversão, era chegada a hora de dizer “até já” ao mediterrâneo e ao principesco Crowne Plaza Vilamoura - Algarve e de uma divertida viagem até Coimbra para pernoitar no Stay Hotels Coimbra.

EN2Sendo nós de Guimarães, optamos por dividir a viagem de regresso em duas partes, para ser mais cómodo e para nos permitir mais um momento de puro prazer, mas já falamos dele ;) Localizado no coração de Coimbra, o Stay Hotel Coimbra Centro é o ponto de partida ideal para descobrir os encantos da cidade, seja em lazer ou em negócio.

EN2Garante um estadia cómoda e confortável com uma decoração contemporânea elegante e uma excelente relação qualidade-preço, ideal para uma estadia descomplicada (mas em segurança) como a nossa.

E assim acordamos para o final da nossa aventura na EN2. Gosto sempre de guardar algo "em grande" para o final, para não começar a "deprimir", antecipadamente, com o final da viagem.

Dia extra:

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A “cereja no topo do bolo” desta viagem seria um almoço no restaurante DOC: uma cozinha moderna, inovadora, criativa, mas ao mesmo tempo, com história, tradição e memória ... uma cozinha à Chefe Rui Paula

EN2Materializa-se numa janela degustativa com uma vista arrebatadora para o Douro e assente no sabor, nas emoções e nas sensações. 

EN2Quanto ao menu, gostei muito da Nossa sopa de peixe e os frutos do mar  que possuia um aroma elegante, com a brisa maritima de cada um dos peixes bem conjugada com as pitadas de sabor e ligeira untuosidade do caldo. O "cheira só isto nunu" exclamado pela Bia, mostra que até ele ficou encantada com esta sopa.

EN2O Arroz caldoso de peixe e lavagante com um sabor inspirador a mar único e inconfundível, combina influências, sabores e aromas. O peixe, o marisco e o arroz, cozinhados no ponto e como manda a tradição, absorveram os sabores das cebolas, do alho, do pimento, da salsa  e das especiarias dando origem a um aroma muito intenso, rico e heterógeniamente equilibrado. Adorei a textura do camarão, a frescura do malandrinho e a untuosidade do arroz ..  A harmonia voluptuosamente construída é diga de realce.

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O meu prato favorito foi, no entanto, o Lombinho de vitela Maronesa, aipo e cogumelos estava avassaladoramente refinado e saboroso, com uma imensidão de texturas e sabores complementares. A carne tinha um sabor pleno e intenso, derretendo-se na boca e solidificando na alma.

EN2O gosto assertivo e anisado do aipo, o sabor delicado dos cogumelos e a redução de vinho enobreceram um prato que foi mais uma lição de equilíbrio, de aromas, de texturas, de sabores e de cores. Para a sobremesa: Crepe crocante de leite creme e frutas exóticas.

EN2A textura crocante de massa filo combinou na perfeição com a cremosidade leite creme, onde a doçura destes foi balançada com a frescura das frutas exóticas (pitaia, ananás, framboesa, fisális, maracujá, papaia, groselha e melão) e a acidez do sorbet de citrinos. As amêndoas laminadas crocantes e ligeiramente salgadas acrescentam uma camada extra de sabor e textura. Rica, inteligente e deliciosa.

EN2E foi assim que terminou a nossa EN2, um guia não só pelas suas curvas e contra-curvas, mas também pelas suas gentes, pelos seus vinhos, aromas, sabores e costumes. Uma estrada que serpenteia por entre alguns dos mais belos alicerces do nosso país, que fomos tomando aos tragos e sem pressas. Obrigado a todos os parceiros que tornaram possível esta jornada (espero ter dignificado aquilo que fazem) e também à minha família por me aturarem, ininterruptamente, durante estas duas semanas ;)

EN2

Para o ano, por esta altura, há mais, numa estrada "perto de si" ;) Termino com Bob Dylan, que faz uma resenha precisa daquilo que foi esta nossa experiência (não conhecendo, muito provavelmente, a EN2 ;)):

"A felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada."