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No meu Palato

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Azeite Quinta do Noval | Em busca da trilogia perdida

“Às vezes um acontecimento sem importância é capaz de transformar toda a beleza num momento de angústia. Insistimos em ver o cisco no olho, e esquecemos as montanhas, os campos e as oliveiras.”  Paulo Coelho

Azeite NovalAzeite, pão e vinho. São estes os três alimentos comuns a todo o Mare Nostrum (nome usado antigamente pelos romanos para se referirem ao mar Mediterrâneo), desde a costa da Turquia e Líbano, até à portuguesa, passando pelo Estreito de Gibraltar. Estes são, portanto, os três pilares da dieta dos povos  que aí habitam, a chamada dieta mediterrânica, declarada Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO há quase 20 anos.

Azeite NovalPara não fugir à regra, os gregos têm uma explicação mitológica para o surgimento desta trilogia. Nesses mitos, Demeter, uma deusa matriarcal, ensinou aos homens as artes de arar, plantar e colher, e às mulheres a arte de fazer o pão. No caso da vinha, a mesma seria uma dádiva de Dionísio, o herói helénico do vinho, divinizado por ser filho de Zeus com uma mortal.

Azeite NovalCom o azeite, a história é mais longa. Tudo começou quando Poseidon (deus do mar e irmão mais velho de Zeus) disputou com sua sobrinha Atena (deusa da sabedoria e filha de Zeus), a protecção de uma nova cidade grega. Como haviam dois deuses em disputa pelo cargo, foi definido que ganhava este duelo seria quem oferecesse ao povo da cidade o melhor presente. Poseidon fez surgir um belo cavalo, enquanto a deusa Atena criou uma oliveira, capaz de produzir azeite.

Azeite NovalA oliveira foi escolhida como o presente mais valioso para a humanidade. Em forma de agradecimento, Atena tornou-se a patrona da cidade, passando a mesma a ser conhecida por Atenas. Mitologia ou realidade, o certo é que as populações banhadas pelo mediterrâneo atribuíram a estes alimentos valores de sobrevivência colectiva, por isso sagrados, simbólicos e agregadores, sempre presentes nas práticas, rituais e festividades das comunidades, sendo o símbolo maior desta trilogia mediterrânica o azeite.

Azeite NovalHá locais onde esta trilogia ganha um conceito simbiótico, quase perfeito, como o caso da Quinta do Noval. Mais conhecida pela sua produção de vinhos do Porto e do Douro (dos quais vos escrevi ontem), esta quinta também produz Azeite Virgem Extra no coração das suas vinhas. 

Azeite NovalA Quinta do Noval tem aproximadamente 26 hectares dedicados ao olival. Os olivais são polivarietais, compostos por várias variedades portuguesas de oliveira. As principais são: Cordovil, Madural, Verdeal e Galega. Muitas das oliveiras da Quinta do Noval têm mais de 200 anos!!! Consequentemente, produzem um azeite mais rico e complexo, com apenas 0,2% de acidez.

Azeite NovalAs oliveiras são cultivadas de modo tradicional, sem rega e podadas manualmente. As azeitonas são colhidas à mão durante o mês de Novembro. Em seguida, são prensadas a frio em mós de granito para extrair um Azeite Virgem Extra da melhor qualidade e preservar os aromas delicados da fruta.

Azeite NovalO Azeite Virgem Extra da Quinta do Noval tem uma imagem renovada em 2020. O seu novo rótulo e a embalagem com design sóbrio e elegante, evocam a pureza do fruto e os aromas requintados. A cor verde opaca da garrafa permite preservar a qualidade e lembra a cor da azeitona. O vertedor e a rolha de cortiça foram conservados para facilitar o serviço e a dosagem. Para Janeiro fica prometida uma receita que relacione o azeite e vinhos da Noval com o pão, como tributo a  esta trilogia.