The Yeatman com programa de SPA e prova de vinhos | A vida é bela
"Apenas vivemos uma vez, mas da maneira que eu vivo, uma vez é suficiente." Frank Sinatra
Não, não vos vou falar da comédia dramática dirigida por Roberto Benigni (que por acaso é um dos filmes da minha - jovem - vida ;)), mas sim de como a voz, soletrou a vida. Será difícil imaginar que ocasiões tão diferentes como um conjunto de assassinatos nas Filipinas, o baile relativo à tomada de posse do (felizmente quase ex-) presidente americano Donald Trump ou o funeral do rapper Nipsey Hussle, possam ter algo em comum.
O certo é que em todas elas foi tocada a mesma música. Uma canção gravada em 1968 por Frank Sinatra, que passou a representar uma ideia particular de um individualismo moderno e que, de certa forma, parece ganhar ainda mais relevância nos tempos que correm. Lançada no ano seguinte, "My Way" é uma canção "esquisita" para quem, como eu, gosta de Sinatra.
Não é uma canção de amor sobre uma menina, um menino ou até mesmo uma cidade - é sobre o eu e como o eu vê a vida que levou. É quase uma carta de despedida em forma de legado musical, um canto do cisne. Will Friedwald, autor do livro "Sinatra! A canção és tu: a arte de um cantor", referiu que esta canção certamente não estaria nas TOP10 de alguém que se considerasse, verdadeiramente, um grande fã de Sinatra.
Mas se é assim tão diferente, porque é que Frank Sinatra a cantou? A resposta vai revelar que o "quando" é bem mais importante que o "porquê". Anka foi um ídolo adolescente da década de 60 do século passado que cresceu à sombra de cantores como Sinatra. Numa visita a França, Anka deparou-se com uma música especial chamada "Comme d'habitude", interpretada e co-escrita pelo cantor francês Claude François e que despertou a sua atenção.
Decidiu por isso comprar os direitos dessa música, reescrevendo a sua letra ... com seu herói musical em mente. O maestro Don Costa completou a equação, arranjando "My Way" para uma orquestra completa com um som largo e exuberante. Certo dia, Anka recebeu um telefonema de Frank Sinatra e os dois saíram para um jantar, no qual Sinatra lançou uma "bomba": a de que se iria reformar por estar cansado da indústria e também porque Anka nunca lhe haveria escrito uma música, como havia prometido já há alguns anos.
E é aqui, neste preciso momento, que ambas as histórias se cruzam e surge a "My Way" que hoje conhecemos. O impacto foi quase imediato, mas nem todos gostaram. Enquanto a crítica especializada e o público ficaram loucos por "My Way", a editora de Anka ficou furiosa por ele ter dado a sua obra-prima a outro cantor. No entanto, a atitude abnegada de Anka estava certa. O sucesso de "My Way" não se deve apenas à sua letra ou à sua melodia, mas também ao homem que a cantou pela primeira vez.
"My Way" não era simplesmente o canto do cisne perfeito, era o canto do cisne perfeito para Frank Sinatra. Só Sinatra poderia ter conseguido a arrogância cool (tipo a do Mourinho das canções) necessária para dar à música todo o seu poder. Só ele tinha autoridade moral para dizer: “Os registos mostram que sofri vários golpes mas que o fiz do meu jeito", introduzindo assim, uma espécie de individualismo moderno e abnegado, conceitos que aparentemente são contraditórios.
Mas não o são... Se na antiguidade os nossos antepassados tiveram de lutar contra um meio exterior hostil para sobreviver (onde era necessário um individualismo puro e duro), nos nossos dias a maior parte dessas lutas passaram a ser travadas no nosso interior com o surgimento de uma espécie de “superego” que nos ajuda a controlar as emoções, egoísmos e individualismos em beneficio de uma simbiose colectiva.
Esta individualidade constitui um dos primeiros fundamentos do bem-estar de uma sociedade, isto porque, como todos somos distintos uns dos outros, só através da cultivação de um "bom eu" poderíamos desenvolver um "bom coletivo". Haverá sítio melhor para cultivar um "melhor eu" que um SPA?
Os SPAs de hoje são um centro de cura/nutrição da mente, do corpo e do espírito, e é por isso que as pessoas os procuram, na busca por uma boa forma, por paz de espírito, por mimos, por prazer, por saúde e por bem-estar. Se a tudo isto juntarmos um copo (quem diz um, diz alguns) de um (quem diz um, diz alguns ;)) bom vinho, o ramalhete fica completo no que diz respeito ao desenvolvimento de um "bom eu", eu pelo menos, não encontro melhor maneira de o fazer. :P
Foi exactamente nisto que os responsáveis do The Yeatman pensaram ao criarem o 'Wellness & Wine Day Retreat' que inclui uma massagem a dois e uma degustação de vinhos e aperitivos no Dick’s Bar & Bistro. Neste Wellness & Wine Day Retreat a harmonia e o "bom eu" estabelecem-se com uma massagem de trinta minutos (que combina as propriedades terapêuticas das vinhas) e uma prova de três vinhos e aperitivos portugueses no bar do hotel.
Tudo isto com vista panorâmica para as margens do rio Douro e a zona histórica do Porto, para desfrutar também a partir da icónica piscina interior ou da sala de relaxamento do SPA. Este programa está disponível de segunda a quinta-feira (excepto feriados), das 10h às 16h30 pelo valor de 105€ por pessoa.
Para as famílias há ainda a opção de babysitting, de modo a que o amor também possa ser vivido, calmamente, a 2. 😉 Esta é uma experiência ALTAMENTE recomendada pelo blogue e uma das das melhores ideias que vimos surgir ultimamente no sector!!!
Em tempos difíceis como os que (infelizmente) estamos é ainda mais importante motivos que nos façam olhar para o copo com a perspectiva "meio-cheio" e que nos mostrem que a vida merece ser celebrada, apesar de, por vezes, "golpes" como um vírus possam surgir. A vida é uma aventura verdadeiramente emocionante, que apesar de todas as condicionantes, ocorre em apenas um acto, não havendo nem espaço, nem tempo, para um segundo "take" ou repetições.
Aproveitemos, também por isso, estes tempos de confinamento, para sermos felizes com aquilo que normalmente negligenciámos, como a beleza de um pássaro, a jornada atarefada de uma abelha, uma boa música com significado filosófico, o sorriso de uma criança traquina, o planeamento de um jantar diferente, um bom livro que nos faz pensar, o cheiro da chuva ou o arrepio que nos provoca o vento gelado. Vivam a vossa vida com o máximo potencial que ela vos permitir a cada momento, continuem a lutar pelos vossos sonhos e planeiem o regresso a um "mundo normal" com experiências que vos ajudem a cultivar o vosso "bom eu" (a 2) como esta. Que daqui a uns anos, uns bons e longos anos, espero eu, também nós possamos dizer que vivemos a vida à nossa maneira. A vida continua a ser bela, não a desperdicemos...