Pena Park Hotel & SPA | A vida secreta das árvores
"Nunca o homem inventará nada mais simples nem mais belo do que uma manifestação da natureza. Dada a causa, a natureza produz o efeito no modo mais breve em que pode ser produzido." Leonardo da Vinci
A vida secreta das árvores: O que elas sentem e como se comunicam, de Peter Wohlleben é daquele tipo de livros que "uso" para ler entre leituras de assuntos que normalmente me interessam (clássicos, thrillers e históricos ou então sobre cultura, viagens, vinhos e gastronomia). É um livro baseado na ciência e em experiências pessoais, que se lê bastante rápido, cujos capítulos são bastante pequenos (5-10 páginas) e em que a escrita é bastante fluente. No final ficamos a perceber que temos mais em comum com as árvores do que aquilo que inicialmente possamos supor.
Ideias aparentemente irrealistas, como a das árvores poderem falar umas com as outras, a de necessitarem de dormir, a de terem família e amigos e a de por vezes gritarem, no final da leitura vão-vos parecer muito lógicas. Wohlleben passou sua carreira como engenheiro florestal a gerir uma enorme floresta nas montanhas Eifel, na Alemanha, e a paixão que cultivou pelas árvores chega a ser contagiante. A sua escrita gira em torno do facto de que, apesar das árvores crescerem lentamente e de viverem muito mais tempo do que nós, compartilham com os humanos uma quantidade notável de características.
Por exemplo, as raízes de umas árvores ligam-se às raízes de outras árvores nas florestas, até mesmo de outras espécies, para compartilharem nutrientes, água e alertas sobre predadores. Embora as árvores tenham inúmeras maneiras de competir entre si pela obtenção da luz solar disponível, elas são seres surpreendentemente sociais cujo bem-estar depende, sobretudo, do quão forte e unida é a sua comunidade. Essa comunidade não se limita apenas a árvores, inclui também fungos, insectos, pássaros, líquenes ou plantas. As mais valias da escrita de Wohlleben residem não apenas na sua vida dedicada ao conhecimento e à devoção às florestas, mas também na sua capacidade fantástica de despertar a atenção no leitor.
Apesar deste clima aparentemente saudável entre árvores, na floresta, por vezes a vida é uma selva... Algumas árvores são extremamente egoístas na capacidade de absorver o máximo de radiação solar disponível, como as faias, que conseguem captar 97% da luz que lhes chega do Sol (isso não é uma boa notícia para as pequenas árvores que precisam da mesma luz solar e que por acaso crescem por debaixo de uma faia). Os carvalhos produzem muitos taninos na sua superfície exterior para desencorajarem possíveis "dentadas" de fungos.
Alguns pinheiros armazenam resinas, uma espécie de óleos essenciais nas suas agulhas e troncos, de modo a estas servirem de anticongelantes mas também de os ajudarem a manterem-se saudáveis durante invernos mais rigorosos. O inteligente álamo-tremedor deve o nome às suas folhas, que por possuírem um caule triangular conseguem-se mover em função da mais ténue brisa, ajudando esta árvore a produzir mais energia, uma vez que ambos os lados das suas folhas são capazes de fotossintetizar.
Existem ainda alegorias deliciosas como o facto das árvores urbanas serem consideradas "crianças de rua", das copas superiores das árvores serem vistas como "escritórios executivos", de ao nível ultrassônico as árvores vibrarem no tronco quando sentem falta de água (quase como que a gritar por ajuda) ou então de quando as folhas caiem no Outono isso significar que as arvores estão a adormecer. A privação de sono afeta as árvores e as pessoas da mesma maneira: é fatal. É por este motivo que os carvalhos e faias não crescem da mesma forma durante todo o ano.
Para mim, a parte mais bonita do livro está no capitulo em que são esmiúçados os detalhes da partilha de nutrientes por parte das árvores. É hoje cientificamente aceite o facto das árvores compartilharem nutrientes mais facilmente com outras árvores que possuam a mesma composição genética, ou seja, com aquelas que podem ser consideradas a sua família. Para além disso, e apesar da partilha de luz/nutrientes/espaço numa comunidade de árvores acabar por beneficiar individualmente cada árvore, cada uma delas tem uma "lista de amigos" com quem essa partilha é efetuada preferencialmente.
Vários estudos científicos dedicaram-se, infrutiferamente, a tentar perceber esta relação preferencial, mas não chegaram a nenhuma conclusão. Também nós humanos não temos um conjunto de caraterísticas que na globalidade definam o que é ser "nosso amigo". São nossos amigos quem nós gostamos, ponto. Ainda na temática da partilha de nutrientes, as árvores cuidam dos membros mais doentes ou moribundos da comunidade, passando nutrientes através seu extenso sistema de raízes interconectadas.
Algumas árvores especiais, mesmo quando reduzidas a tocos, continuam a ser nutridas pela floresta circundante durante séculos!!! Melhores amigos que estes só mesmo aqueles que nos emprestam "abnegadamente" dinheiro para vivermos em Paris, "à grande e à francesa". ;) O livro discute ainda a importância de algumas florestas antigas como a floresta tropical de Great Bear, no norte da Colúmbia Britânica, que cobre os ainda impressionantes 65.000 quilómetros quadrados, deitando-se ao longo da costa do Pacífico.
Mais de um terço dessa área é coberto por árvores muito velhas, que fornecem o habitat necessário para o raro urso de Kermode (um urso preto com pelo branco, desconfio que este urso seja vitoriano ;)). Estas florestas antigas possuem um solo macio e húmido, rico em nutrientes e promotor de ecossistemas saudáveis. Conservar estas florestas não é bom apenas para os ecossistemas, é fundamental para nós humanos.
Mas se o "simples gesto altruísta" de deixarmos um mundo melhor e mais sustentável para os nossos filhos não é suficiente, o livro mostra-nos como é possível conciliar a importância da conservação das florestas com a obtenção de algum lucro económico nessa acção, através da educação, da cultura e do turismo.
Também a nossa saúde pode sair fortalecida quando "turistamos" perto das árvores, isso graças aos fitoncidas, liberados por algumas árvores, um produto químico com propriedades antibióticas que para além disso dá às florestas aquele aroma característico dos dias de Verão no bosque. Isto que significa que as árvores desinfetam e perfumam quem as rodeia.
Voltando à ciência, um estudo realizado com mulheres coreanas mais velhas rastreou as suas caminhadas em florestas e em áreas urbanas. Veio-se a descobrir que a pressão arterial, a capacidade pulmonar e a elasticidade das artérias melhoraram no "grupo floresta", mas não no "grupo cidade". Como afirma Wohlleben, cada caminhada na floresta é como tomar um banho de oxigênio.
Mas atenção, estas caminhadas são benéficas apenas durante o dia. As árvores não fotossintetizam à noite, e em vez de estarem a libertar oxigénio passam a consumi-lo. Mas também, que raio é que um grupo de idosas coreanas andaria a fazer à noite, sozinho, na floresta? ;) Foi para perceber um pouco mais sobre esta vida secreta das árvores que abraçamos a natureza no Pena Park Hotel.
Está a apenas 15 minutos da famosa EN2 (a partir de Vila Pouca de Aguiar), um desvio justificado pelo contexto autóctone do hotel, pelo seu conforto, pelos espaços de lazer, pelas piscinas reconfortantes e pelo bem estar induzido pelo SPA Natureness com vista fantástica para a floresta. Neste podemos ainda encontrar uma piscina coberta , sauna com vista para a natureza, banho turco, salas de massagem e relaxantes tratamentos de SPA.
Como é óbvio e não poderia deixar de ser, a gula também teve algo a ver com esta visita. ;) O restaurante do hotel, o Biclaque com a assinatura do Chefe Vítor Miranda é super afamado pelas suas sobremesas. A paisagem natural envolvente proporciona-nos um enquadramento perfeito para desfrutar dos sabores da região enquanto nos deliciamos com paladares mediterrânicos reinventados numa oferta gastronómica única e enriquecida pelos sabores de S. Tomé e Príncipe, como resultado de uma viagem recente do Chefe.
Apesar de todo o menu apresentar sentido, alma e tradição, destaco a frescura dos peixes (Salmonete e Robalo), a alegria do Ceviche, a riqueza, sabor e originalidade na apresentação da Alheira, a textura da suculenta Costela de Novilho maturada e claro, o alto nível das sobremesas.
Desde o Irashaimase (uma espécie de bola de Berlim gourmet e fina), até ao S. Tomé com espuma de baunilha de S. Tomé, calda da polpa de cacau, macarons com café arábica, base de chocolate a 100% e sementes de cacau (e mais uns 10 elementos... ;)) passando pela deliciosa e abastada Tarte sablé de framboesa com gelado de morango e pimentão e espuma de morango, tudo é genuinamente electrizante. Para harmonizar este repasto sugerimos os vinhos regionais de qualidade excepcional constante na carta, desde os vinhos do Porto, até aos tintos/brancos do Douro, passando pelos verdes da Região do Minho.
Para além da comunidade de árvores que circunda o hotel e cuja zona florestal protegida é uma das mais selvagens da Europa, com uma enorme diversidade de fauna e flora, podemos encontrar na vizinhança do Pena Park Hotel & SPA, planaltos e montanhas majestosas, vilas e aldeias históricas intocadas, águas termais purificantes e curadoras, cozinha tradicional e a hospitalidade genuína de um povo orgulhoso dos seus costumes. Este hotel, para além de tudo o que já vos relatei, oferece ainda a todos os que o visitam, um serviço profissional, próximo e competente, para além de um clima de segurança muito importante nos dias que correm.