"Existe algo muito mais escasso, fino e raro que o talento. É o talento para reconhecer os talentosos." Elbert HubbardA Sogevinus Fine Wines apresentou as três novas colheitas da insígnia São Luiz. O Quinta de São Luiz Vinhas Velhas Grande Reserva Tinto 2018 e o Quinta de São Luiz Vinha Rumilã Grande Reserva Tinto 2017 são os novos tintos de edição limitada da marca. Há também uma nova edição Winemaker’s Collection Folgazão & Rabigato: o Grande Reserva Branco 2018. Os novos vinhos contam com a assinatura do enólogo Ricardo Macedo e deixam transparecer a génese da casa duriense.

A nova colheita Winemaker’s Collection Folgazão & Rabigato Grande Reserva Branco 2018 (30 €, 92 pts.), é um blend de Folgazão e Rabigato seleccionado pelo Ricardo Macedo, com uvas provenientes da sub-região Baixo Corgo e com edição limitada de 4.400 garrafas. As uvas utilizadas neste branco foram vindimadas manualmente no início de Setembro e transportadas para a adega de S. Luiz, onde se precedeu à segunda selecção de cachos em tapete de escolha. 

Após prensagem de cacho inteiro, terminou a fermentação em barricas de 300 litros e estagiou nas mesmas barricas entre 2018 e 2022. O lote final é fruto do melhor casamento entre as duas castas ao longo destes 4 anos e é a expressão do potencial destas duas castas neste terroir tão particular. 

De cor amarela-citrina ligeiramente carregada, exibe notas perfumadas de maçã verde, pera, limonete, baunilha e pedra molhada. Na boca é salino, muito fresco (a acidez chega a ser viciante), untuoso, tenso, longo e exibe uma grande profundidade.

Por sua vez, o Quinta de São Luiz Vinhas Velhas Grande Reserva Tinto 2018 (48 €, 93 pts.) apoia o seu nome nas vinhas que o completam, plantadas nos terraços da Quinta de São Luiz há mais de 50 anos. Todo o processo de elaboração do vinho foi pensado de forma a respeitar e a traduzir a autenticidade do terroir. 

A colheita foi efectuada manualmente e as uvas foram seleccionadas cuidadosamente na própria vinha. A fermentação alcoólica decorreu durante 15 dias a uma temperatura controlada, precedida de maceração pelicular prolongada durante 30 dias. Depois disto, estagiou em barricas de carvalho francês durante 16 meses. 

Passeia-se com um traje rubi denso, brindando-nos com notas especiadas, frutos silvestres, violetas, hortelã-pimenta, tabaco e subtis apontamentos balsâmicos da madeira.  No palato revela uma acidez mordaz, taninos elegantes, persistência e muito equilíbrio.

Também de edição limitada, o Quinta de São Luiz Vinha Rumilã Grande Reserva Tinto 2017 (70 €, 96 pts.) nasceu de uma pequena parcela centenária com o mesmo nome. Todo o processo de elaboração do vinho foi pensado de forma a respeitar e traduzir a autenticidade desta parcela. A colheita foi efectuada manualmente e as uvas foram seleccionadas cuidadosamente na própria vinha. A fermentação alcoólica decorreu sem esmagamento dos bagos e com 20% de engaço em cascos de rotativos de 500 e 600 litros. De seguida, passaram para barricas de carvalho francês de 225 litros para a fermentação. Antes de ser lançado para o mercado o vinho estagiou 2 anos em barricas e outros 2 anos em garrafa.

No copo apresenta-se rubi carregado, passando para o nariz com amoras silvestres, frutos do bosque, violetas, pimenta preta, caruma, resina, cedro, sous-bois, grafite e uma ligeira pedregosidade (xisto partido). No palato todo ele é finesse: com taninos redondos mas com garra, uma acidez assertiva, uma harmonia de joalharia e um final super sedutor. A complexidade e requinte deste vinho são estupendas. Nisto da critica vínica existe algo muito mais escasso, fino e raro que o talento. É o talento para reconhecer os talentosos. Podemos ter o nariz mais ou menos ecléctico e o palato mais ou menos exigente, podemos até ter alguns preconceitos e revelar algumas preferências. Estes três vinhos são imunes a tudo isso.

 São do que melhor se faz por Portugal, ponto.  Quer o preço, quer as classificações que tenho visto, sobretudo as do Quinta de São Luiz Vinha Rumilã Grande Reserva Tinto 2017, parecem-me manifestamente baixas. Se calhar as segundas resultam do primeiro. ;) A autora norte americana Marabel Morgan defende que a persistência é a irmã gémea da excelência. Uma resulta da qualidade, a outra apenas do tempo.  É tudo isto, que em conjunto e quanto a mim, explica a autenticidade e originalidade destes vinhos: a persistência numa viticultura que respeita e traduz a autenticidade do terroir, a qualidade da uvas  que potenciam propriedades organolépticas diferenciadoras, e o tempo que foi preciso (mais de 100 anos no caso do Quinta de São Luiz Vinha Rumilã Grande Reserva Tinto 2017) para que as vinhas se pudesse expressar de modo tão particular como o fizeram nestes 3 belos vinhos .