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No meu Palato

No meu Palato

Taboadella Caementa Rosé 2021 | Bem-aventurados os que não têm pressa

"Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade." Miguel Torga

Taboadella Caementa Rosé 2021CAEMENTA é o vinho que resgata a tradição do cimento (caementa em latim) no Dão numa versão contemporânea. A sua lenta fermentação e estágio em tulipas de cimento NicoVelo originaram um vinho de aromas pronunciados, mais frescos e texturais.

Taboadella Caementa Rosé 2021Elaborado a partir da casta Tinta Roriz, plantada em altitude entre os 400 e os 500 metros, a vinificação em cimento formata o primeiro Taboadella Caementa Rosé numa versão menos intrusiva, permitindo uma maior nitidez aromática e persistência física sem interferência na cinética fermentativa, o que realça o carácter genuíno da casta Tinta Roriz e evidencia a expressão deste terroir único da Taboadella.

Taboadella Caementa Rosé 2021O vinho estagiou ainda em barricas de carvalho francês durante 9 meses, processo que elevou a sua complexidade, equilíbrio e textura. Nesta primeira edição do Taboadella Caementa Rosé foram produzidas apenas 1500 garrafas.

Taboadella Caementa Rosé 2021Tudo este tratamento, incluindo uma fermentação lenta, conduziu a um Taboadella Caementa Rosé 2021 (15.50 €, 88 pts.) de porte cor de salmão muito clara e cristalina, com notas de frutos silvestres, morango, rosas, jasmim e alguma pedregosidade. Na boca é seco, directo, fresco, equilibrado e muito gastronómico. Há equilíbrios que só surgem da virtude de ter paciência, este vinho é uma prova disso. 

Hotel de Charme Parador Casa da Ínsua | Nos olhos de um elo perdido

"Todos nascemos 100 anos antes de vir ao mundo." Fátima Campos Ferreira

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeComo acontece com qualquer outra espécie, também a população humana foi moldada pelas forças relacionadas com a selecção natural. São disso exemplo a fome, as doenças, as guerras ou os desastres naturais. Na última década uma nova força tem ganho notoriedade na explicação dessa evolução condicionada.  Essa força surge com uma implicação surpreendente: a de que nos últimos 20.000 anos, as pessoas esculpiram, inadvertidamente, a sua própria evolução.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeEssa força é a cultura, amplamente definida como qualquer comportamento, tradição ou conhecimento, aprendido por um determinado grupo social. Entre outros, isso engloba a língua, as comidas típicas, a religião, a música, a arte e o vestuário. A evidência desta constatação é ainda mais surpreendente quando a relacionamos com o facto da cultura parecer desempenhar exatamente o papel oposto. Foi o caldo cultural que nos foi transmitido que nos levou a mitigar essa selecção natural. Desenvolvemos os abrigos contra tempestades, as roupas contra o frio e a agricultura contra a fome.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeFoi por causa desta acção tampão, que os biólogos sempre conceberam a cultura como uma espécie de travão evolutivo, em que ao mesmo tempo que nos protegia dos perigos, também nos impedia de ganhar defesas genéticas contra os mesmos. Os estudos científicos mais recentes estão a fazer com que olhemos para essa cultura sob uma luz muito diferente.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeEmbora seja certo que a cultura protegeu as pessoas de outras forças, também é verdade que se assume como uma força poderosa de seleção natural. Isto porque, as pessoas adaptam-se geneticamente a mudanças culturais sustentadas. E essa interação funciona mais rapidamente do que outras forças selectivas, levando alguns cientistas a defender que a coevolução da cultura genética pode ser o modo dominante da evolução humana.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeA maior evidência científica de que a cultura é uma força selectiva, é a tolerância à lactose que encontrámos em muitos norte-europeus. A maioria das pessoas "desliga" o gene que digere a lactose no leite logo após o desmame, mas nesses norte-descendentes de uma antiga cultura de criação de gado que surgiu nessa região há cerca de 6.000 anos, na qual a grande parte de nós se inclui, o gene permanece ligado na idade adulta.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeA tolerância à lactose é agora reconhecida como um caso em que uma prática cultural, a de beber leite, causou uma mudança evolutiva no genoma humano. Presumivelmente, esta nutrição extra foi tão vantajosa que os adultos capazes de digerir o leite deixaram mais descendentes sobreviventes, fazendo com que a mudança genética varresse toda a população.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeOs mais cépticos dizem que essa relação entre leite e alterações genéticas não poderia ser totalmente atribuída à cultura, uma vez que sendo a lactose um composto químico (um dissacarídeo, que é composto por dois monossacarídeos: a glicose e a galactose) poderia desencadear uma reacção química que teria como consequência uma alteração genética.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeEm resposta a este cepticismo, os cientistas apresentaram outra evidência, desta vez deixando a alimentação de parte. O modo como culturalmente praticamos sexo também molda os nossos genes. Nas regiões onde a prática cultural do casamento entre parentes consanguíneos era mais comum, eram também detectados mais frequentemente alelos muito raros associados a doenças genéticas.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeMas se pensarmos bem, quer o consumo de leite quer os hábitos sexuais podem não advir somente do caldo cultural que nos foi transmitido pelos nossos antepassados, podem apenas resultar da imitação de atitudes que vemos nos outros membros da nossa comunidade, aquilo que hoje vulgarmente definimos como moda. O comportamento de outros animais parece fortalecer este argumento. 

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeOs humanos não são a única espécie com a capacidade de "aprender a usar ferramentas", a imitar comportamentos ou a formar grupos sociais complexos. Os chimpanzés, as formigas e as abelhas são exemplos de "sociedades" que funcionam bem com essa informação transmitida pela observação. Mas então, o que é que aconteceu na evolução humana que fez com que a nossa espécie se destacasse dos outros hominídeos? Porque é que a nossa cultura é diferente da das outras espécies?

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeVárias teorias apontavam para a nossa capacidade única de desenvolver cultura através de uma aprendizagem social, uma capacidade de ensinar e aprender com os outros, como o ponto de viragem na evolução humana. Somos humanos porque aprendemos algo que nos foi ensinado por outros humanos. Todas essas teorias passaram a ter uma evidência prática em 2020, através de um artigo publicado na prestigiada revista Journal of Philosophy of Education

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeEsse artigo reportava uma experiência muito curiosa. Quando crianças de 4 anos eram solicitadas a tirar um amendoim de um tubo de plástico alto e fino, usando apenas água, quase todas elas não percebiam que enchendo o tubo com água lhes resolveria o problema. Quando previamente lhes era mostrado um vídeo com fantoches a executar uma tarefa igual, as crianças continuavam incapazes de resolver o problema.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeNo entanto, quando o mesmo vídeo era exibido antes da tarefa com um enquadramento pedagógico por parte de um humano (“atenção, vou-vos mostrar uma coisa importante para vocês"), a maioria das crianças conseguia sacar o amendoim. Ou seja, se as crianças percebessem que um seu semelhante lhes iria transmitir algo que é importante para o grupo, ficavam imediatamente mais predispostas a aprender e também a transmitir esse novo conhecimento aos pares.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeCuriosamente, essas crianças também evidenciaram uma capacidade de seleccionar que informação era importante ser passada para os outros. Noutra experiência, era ensinada informação sobre um determinado animal. Essa informação era composta sempre por um facto genérico que se aplicava a toda a espécie (“os leões mordem”) e por um facto episódico específico para um animal individual (“por acaso este leão é meigo e não morde”).

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeQuando a estas crianças lhes era pedido para falarem sobre um leão a outras crianças, as mesmas relataram consistentemente informações genéricas (cuidado, o leão morde!!!) em vez de episódicas (pode haver um leão que não morda).

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeAssim, e ao contrário dos outros animais, os humanos são capazes de seleccionar a informação que é útil a toda a espécie, deixando de lado aquilo que poderia beneficiar apenas alguns. É desse caldo onde vamos colocando informação que é benéfica/vantajosa para a nossa espécie que vamos criando cultura e reforçando geneticamente a nossa evolução. 

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeÉ nesta relação (ainda muito pouco esmiuçada) entre o caldo cultural que nos é oferecido pelas gerações anteriores e as mudanças genéticas daí decorrentes que muitos antropólogos encontram o Elo Perdido, o último chimpanzé-humano, o último  ancestral comum aos chimpanzés e aos seres humanos. Depois dele, nasce o  primeiro homem "apenas homem" e não chimpanzé, a evolução foi acontecendo até chegarmos aos nossos dias.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeDepois deste primeiro passo, dado provavelmente há mais de 3 milhões de anos!!!; surge outro igualmente importante mas bem mais recente.  A introdução da tecnologia no triângulo da evolução há 20.000 anos. Cultura, genética e tecnologia nunca mais se separaram. É nessa altura que o nosso cérebro cresce quando começamos a ... cozinhar

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeA "invenção" da comida cozinhada, que é mais facilmente digerível, não requer uma estrutura muito complexa do intestino de um primata. Cozinhar alimentos, na altura, exigia engenhosidade humana, assim essa tecnologia inovadora (na altura) permitiu que os nossos genes passassem parte da "atenção" dedicada ao intestino para o cérebro. Isso fez-nos mais inteligentes.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeOs humanos continuaram a desenvolver novas formas de melhorar a sua qualidade de vida: com as invenções agrícolas que então mudaram a forma como viviam a nível local; com o desenvolvimento de armas que condiciona continuamente as formas como ocorreram os conflitos no planeta; com o melhoramento de ferramentas e formas de pensar que permitiu o aparecimento de diferentes formas de arte: dimensão basilar do que hoje definimos como cultura. 

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeA Revolução Industrial trouxe consigo a tecnologia moderna, com as máquinas e a automação. A simplificação da produção e o aumento geral da qualidade de vida permitiu o tempo, a vontade e o espírito inovador necessários para outras invenções, como os carros, os telefones, os aviões, os computadores e a internet. É apenas quando o básico está garantido no caldo cultural (os alimentos, o ensino, a segurança e a saúde) que olhamos para o futuro com os mesmos olhos que o último chimpanzé-humano olhou para o primeiro humano há mais de 3 mil milhões de anos.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeA expressão "todos nascemos 100 anos antes de vir ao mundo" é normalmente usada pelos mais antigos. Fátima Campos Ferreira usou-a no seu livro "O Infinito Está nos Olhos do Outro" para metamoforizar esse caldo cultural que foi "fervido" 100 anos antes do nosso nascimento, e que nos foi dado a beber mal chorámos pela primeira vez, à saída do ventre da nossa mãe. 

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeTodas as lutas, todos os avanços tecnológicos, todas as descobertas cientificas, tudo aquilo que semeamos hoje, será colhido apenas 100 anos depois, pelos que cá estiverem. Esse é o nosso legado. Hoje falo-vos de um homem, que pelo seu carácter visionário, faz com que o aroma do seu caldo de valores ainda se sinta pelo Hotel de Charme Parador Casa da Ínsua : Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. 

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeFidalgo cavaleiro da Casa Real, capitão de infantaria e ajudante-de-ordens do marechal-de-campo Francisco Maclean, combateu na Guerra Fantástica (1762) como alferes de cavalaria e prosseguiu a carreira militar até aos 31 anos. Em 1771 foi escolhido para Governador e Capitão-general do Mato Grosso. Ficará no Brasil 17 anos, acabando por ser substituído pelo seu irmão mais novo. 

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeDurante a sua longa estadia numa das regiões mais remotas do Império Português, realizou um trabalho exemplar de construção de fortes, que delimitaram até hoje a fronteira ocidental do Brasil. O dinamismo, a inovação e espírito visionário que envolveram a fixação das fronteiras da coroa portuguesa no extremo ocidental do Brasil é expresso por um eleogio que foi feito pelo governador espanhol de Santa Cruz de la Sierra a Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres: O mais ambicioso dos governadores portugueses

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeRegressa a Portugal e através da reabilitação do solar erigido no século XVIII, cria a Casa da Ínsua. O edifício mantém a imponente fachada e apresenta um interior ricamente decorado, com presença de azulejaria barroca, tectos trabalhados, lareiras de grande beleza arquitectónica, armas indígenas brasileiras e diversas pinturas nas paredes que nos contam um pouco da história do país e do modo de vida da nobreza da época. Cada quarto possui um nome associado à história da casa, oferecendo grande conforto e uma atmosfera única.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeA ligação ao Brasil é mantida através de um valioso espólio documental na sua rica biblioteca, relativo ao Brasil setecentista, da exposição de ferramentas de caça e pesca dos índios do Amazonas do século XVIII e de um acervo gráfico de inigualável importância e representativo da paisagem tropical há três séculos.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeO espírito inovador verifica-se, entre outros inúmeros aspectos, na central termoeléctrica de produção de electricidade da Casa da Ínsua construída em 1893 (este foi dos primeiros locais com electricidade em Portugal), na pioneira fábrica de gelo (que também abastecia o hospital de Viseu), e nos aquecedores que também serviam para aquecer a louça antes das refeições.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeÉ possível também visitar a antiga serralharia, uma antiga área produtiva que fornecia toda a propriedade com toda a maquinaria e instrumentos restituídos ao seu estado original, recapturando o ambiente de outros tempos até ao mais ínfimo pormenor. A decoração, o mobiliário, os utensílios, as lareiras e as peças de arte acabam por conjugar passado e presente, com detalhes que fazem os visitantes sentir-se como parte da história da Casa da Ínsua.

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeEsta casa reserva aos seus hóspedes o acesso aos jardins românticos com mais de 800 anos. Os jardins Inglês e Francês são notáveis pela originalidade e pela variedade de espécies que exibem, algumas delas raras em Portugal, trazidas das viagens dos Albuquerque. No jardim Francês sobressaem uma raríssima flor de lótus, originária da Índia, e uma magnólia monumental de 1842. 

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeEntre as diversas actividades a que os hóspedes se poderão dedicar contam-se a participação nas vindimas, entre Setembro e Outubro, e em provas de vinhos, com a orientação dos enólogos da quinta. Da mesma forma, poderão acompanhar a produção dos vinhos Casa da Ínsua, a manufactura de queijos (a Bia e o Gui adoraram, acho que as fotos demonstram isso mesmo!!!), feita entre Novembro e Junho, e de compotas, ao longo de todo o ano.  

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeA gastronomia é igualmente um dos pontos fortes deste Hotel, com especial destaque para a cozinha regional interpretada de um modo mais apelativo e harmonizada com os vinho Casa da Ínsua. Das propostas gastronómicas destacamos o ombro amigo do Creme de Castanha com crocante de presunto; o Strudel de alheira e abacaxi cheio de acidez e intensidade, o Risotto de lulas e salicórnia (um dos mais surpreendente que provei até hoje), o perfume a mar encantador do Bacalhau confitado com puré de alho e pimentos; e a originalidade, conforto e suculência do Tornedó de cabrito com arroz de grelos

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeAinda na gastronomia, o restaurante da Casa da Ínsua propõe um menu de degustação vínico com Carpaccio de novilho com queijo velho da Casa da Ínsua (divinal!!!), Polvo em Pomme de ervas do jardim e beterraba (crocante, untuoso e com um puré super delicado), Sorbet de abacaxi e gengibre em forma de prepara-palato, Cabrito em tornedó com legumes da horta (com o cabrito desossado e carregado de sabor e ligeiramente confitado), e o Bolo do cardo com bola de gelado e doce de abóbora Casa da Ínsua. O Bolo do cardo vale por si só a visita ao restaurante, provem que não se vão arrepender.  Provem também a Aguardente Velha Casa da Ínsua, provavelmente a melhor que experimentei até hoje.  

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeO pequeno almoço é rico, diversificado, assente em produtos da máxima qualidade, e, não menos importante, pode ser acompanhado por um belo espumante da Casa da Ínsua. Quanto aos vinhos, aconselho-vos a provar as notas complexas (frutos silvestres, ginja, violetas, pimenta preta e baunilha), taninos austeros, volume e elegância do Casa da Ínsua Reserva 2017 (15.00 €, 92 pts.).

Parador Casa da Ínsua Hotel de CharmeLuís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres era um homem visionário, culto, generoso e com extremo bom gosto. A sua maior riqueza não foi o ouro do Brasil. Foi aquilo que o ouro lhe permitiu fazer. Foi à procura dos melhores artistas, das inovações tecnológicas mais modernas, das melhores vinhas, dos materiais mais raros, das árvores mais imponentes, para criar um solar que resistisse ao tempo. No final da sua vida, entregou-o à família, garantindo que dela não saía. Família essa, que através de uma colaboração com o grupo Montebelo Hotels & Resorts, permite que também nós, bebamos um pouco deste caldo cultural. Para mim foi um privilégio.

Nestas lides dos blogues por vezes dizemos coisas demasiado banais (embora eu me esforce para não o fazer), mas a magnificência do Hotel de Charme Parador Casa da Ínsua obriga-me a recorrer a um cliché: este é um dos segredos mais bem guardados do nosso país. Visitem-no enquanto a aura de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres ainda passeia por lá ;)

 

Tintos Casa Ferreirinha | Um brinde a uma saia

"O Douro visto daquele píncaro é o Paraíso prometido em todas as lições de catequese. É grandiosamente belo! As montanhas entrelaçam-se, magníficas, para, de repente, se escancararem em vales matizados com toda a paleta de verdes e castanhos que Deus inventou." Francisco Moita Flores

Tintos Casa FerreirinhaFez ontem 162 anos (decorria o dia 12 de Maio de 1861) que Dona Antónia, a Ferreirinha, quase perdeu a vida (ironicamente) nas águas do Douro, um rio que tanto adorava e que tanto acarinhou. Saída de barco da Quinta do Vesúvio, uma das suas inúmeras quintas, na companhia do seu segundo marido, Francisco Torres, e de um grupo de amigos, entre os quais o Barão Forrester (dono da casa de Vinho do Porto Offley), Dona Antónia enfrentou a morte quando a embarcação em que seguia naufragou à passagem pelo então traiçoeiro Cachão da Valeira, no troço onde actualmente se encontra a barragem.

Tintos Casa FerreirinhaReza a lenda que Dona Antónia se terá salvo devido ao facto da sua saia rodada ter formado uma espécie de balão que a manteve a flutuar até que o socorro tivesse chegado. A mesma sorte, não tiveram, infelizmente, a cozinheira Gertrudes e um criado de Francisco Torres, bem como o Barão de Forrester, que se afundou para nunca mais ser encontrado. Uma versão popular do naufrágio contada pelas gentes do Douro diz-nos que o Barão talvez não se tivesse salvo devido a um cinto especial com uma grande quantidade de moedas de ouro que transportava sempre consigo.

3 (20).JPGPara romantizar ainda mais a história, diz-se ainda que ele andava sempre com todo aquele peso em moedas de ouro para impressionar Dona Antónia e quem sabe tornar-se seu marido. Depois desse episódio Dona Antónia ajudou a acabar com a filoxera, modernizou a produção de vinho, investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas ao Sol, criou estoques de vinho do Porto e aproximou o seu Douro do seu país, através do incentivo que deu ao desenvolvimento da ferrovia.

Tintos Casa FerreirinhaInvestiu ainda, de forma apaixonada e intensa, na sua região, sem esperar pela protecção ou apoio do Estado (será que Dona Antónia votaria Iniciativa Liberal? ;)). Da Ferreirinha diz-se que era generosa com os pobres e mais fracos, mas altiva com os mais ricos e poderosos (será que votaria PCP? ;)); e que estava com a mesma naturalidade tanto em casa dos trabalhadores mais modestos como no Palácio Real (será que votaria Marcelo? ;)). Todo este carinho que deu ao Douro e às suas gentes foi sendo retribuído.

Tintos Casa FerreirinhaUm bom exemplo disso ocorre quando a Ferreirinha morre a 26 de Março 1896. Ao longo dos cerca de quatro quilómetros que o cortejo fúnebre percorreu (entre a Quinta das Nogueiras e a Igreja da Régua), 300 mil durienses (!!!) ladearam a estrada e ajoelharam à passagem dos restos mortais da "santa" e da "mãe dos pobres", como também era conhecida Dona Antónia Adelaide Ferreira, em reconhecimento do "ouro" mais importante e metaforizado na sua generosidade, integridade, ética e alma abnegada.

Tintos Casa FerreirinhaDeixou uma fortuna considerável com 35 quintas e foi a maior produtora de vinho da sua época. Mas deixou muito mais que isso... Emprestou o nome a uma marca que simboliza memória, conhecimento e excelência, a Casa Ferreirinha, uma referência no mundo dos vinhos e que nos promete contar em cada garrafa, uma história. Hoje falo-vos de 4 vinhos tintos que carregam esse legado.

Tintos Casa FerreirinhaO Casa Ferreirinha Papa Figos 2019 (7.50 €, 85 pts.) é um vinho rubi com auréola violeta e que exibe um nariz com ameixa vermelha, medronho, sous-bois, esteva e hortelã-pimenta. Na boca faz tudo para ser consensual, sobretudo à mesa: é seco, directo, equilibrado, fresco, redondo e muito sumarento. No seu patamar, há poucos que entreguem tanto.

Tintos Casa FerreirinhaJá o Casa Ferreirinha Vinha Grande 2020 (9.50 €, 88 pts.) é uma das melhores edições deste vinho. De traje rubi bastante denso, entra no nariz com ameixa vermelha, amora preta, cassis, esteva, pimenta preta, noz moscada, tosta e um ligeiro pimento verde. Na boca é muito encorpado, seco, fresco e mostra uns taninos redondos mas aguerridos.Tintos Casa FerreirinhaPor sua vez, o Casa Ferreirinha Callabriga 2020 (18.50 €, 91 pts.) é rubi denso no copo, e brinda-nos com notas de frutos silvestres, groselha, cassis, pimento verde, cogumelos, sous-bois, esteva, amêndoa e baunilha. Na boca mostra uma acidez equilibrada, taninos super elegantes, harmonia, complexidade e um final longo.

Tintos Casa FerreirinhaPor último, o rubi opaco Casa Ferreirinha Quinta da Leda 2020 (48.50 €, 93 pts.) emana ameixa preta, cacau, resina, cedro, esteva, mato, cravinho, noz-moscada e baunilha. No palato, apesar de estar ainda um pouco contido, é um hino à harmonia pois para além de mostrar elegância tem o corpo, a acidez e os taninos com a dimensão certa para engrandecer o conjunto. Gostei muito!!!

Tintos Casa FerreirinhaQualquer um destes quatro, conta-nos uma história diferente, mas com um elo comum, a de quererem ser os melhores entre os seus pares, sem perderem o vínculo com aquilo que deve ser um Douro. Sou daqueles que não acredita em coincidências e que a bondade (ou a falta dela) com que vivemos influencia episódios determinantes da nossa história/vida futura.

Tintos Casa Ferreirinha Naquela noite de tempestade, a 12 de Maio de 1861, houve uma força que poderá ter puxado a Ferreirinha para baixo, mas , com certeza, que houve outra forma de energia, bem mais valiosa, que através da saia a puxou para cima. Um brinde a essa saia ;)

WOW e restaurante T&C | De boca em boca

"Sempre que abro uma garrafa de vinho sucede-se uma viagem incrível para algum lugar." José Andrés

WOW e restaurante T&CQuando a última Idade do Gelo terminou e os glaciares começaram a recuar, há cerca de 11 mil anos (atrás :P), algo parece ter mudado nas videiras silvestres da Ásia ... passaram a ser domesticadas. É a partir desse momento que os primeiros agricultores começaram a cultivar as melhores vinhas, que originavam as uvas maiores e também as mais suculentas.

 Vânia Alexandra Silva AraújoDepois desse acontecimento disruptivo, o vinho e a civilização, estavam mesmo ali, ao virar da esquina. Essa é a maior implicação da pesquisa científica, publicada no mês passado na prestigiada revista Science, e que juntou contribuições de cientistas de 17 nações. A equipa analisou os genomas de milhares de videiras provenientes de toda a Euroásia, na tentativa de traçar a longa e sinuosa jornada desta querida planta, desde a Idade da Pedra até às nossas garrafeiras.

WOW e restaurante T&CEste novo trabalho científico reforçou as evidências arqueológicas de que o desenvolvimento da agricultura foi, desde a sua génesis, regado pelo consumo de bebidas fermentadas, sobretudo de vinho. Mas igualmente importante, foi a constatação da enorme probabilidade da videira ter sido a primeira árvore de fruto a ser cultivada pelo homem.

4 (18).jpgDe todo o tipo de videiras existentes, uma começou a ser especialmente preferida pelos hominídeos de então, a Vitis vinifera, aquela que hoje em dia entra em todos os vinhos. Gostamos tanto desta árvore de fruto que até demos a cada variedade diferente um nome específico, Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Touriga Nacional, e por aí fora. Curiosamente não fizemos o mesmo com trigo ou cevada, que nos alimentavam. Sempre soubemos priorizar as coisas :P

WOW e restaurante T&CActualmente ainda existem uvas bravas com uma linhagem antiga, do tempo da última Idade do Gelo, da subespécie Vitis sylvestris. Tendem a produzir uvas mais pequenas, em menores quantidades e mais amargas. No entanto, voltaram a ter "utilidade" para a humanidade, uma vez que essas videiras contêm genes que oferecem resistência a um elevado número de doenças e as tornam invulneráveis às mudanças climáticas. Pode residir ali a resposta vínica ao aquecimento global.

WOW e restaurante T&CAté à publicação do artigo que vos falei,  a história sobre a domesticação da videira tinha sido contada apenas pelos arqueólogos, que a escreviam por entre sementes, túmulos e vestígios de vinho em vasos cerâmicos. A ausência de um estudo mais pormenorizado, com análise genética das vinhas, não nos permitia saber grande coisa sobre essas uvas ancestrais.

WOW e restaurante T&CInfelizmente os nossos antepassados da pré-história ainda não haviam inventado a escrita, e por isso os enófilos de há 10 mil anos não deixaram registadas as notas de prova, as publicações ou as classificações acerca de qual o melhor vinho, a que sabia esse vinho, qual a sua melhor safra, e qual vinho combinaria melhor com um bela tromba de um mamute na brasa :P

WOW e restaurante T&CA análise genética deu-nos uns óculos especiais para penetrar nessa névoa vínica da pré-história, período em que simultaneamente o clima pós-glaciar aqueceu, o número de humanos aumentou e os cultivos floresciam pela primeira vez. A análise genética das videiras modernas constatou a tal mudança genética ocorrida há cerca de 11 mil anos.

WOW e restaurante T&CCuriosamente, essa pormenorizada análise revelou também que a domesticação da vinha aconteceu duas vezes, quase na mesma altura, em diferentes linhagens de uvas silvestres e em latitudes bem diferentes. Uma na região do Cáucaso, que inclui a atual Armênia, Geórgia e Azerbaijão; e outra na Ásia Ocidental. 

WOW e restaurante T&CSabendo que essas duas regiões estão separadas por mais de mil km, os investigadores hipotisaram que a migração humana, as trocas comerciais e a osmose cultural, poderiam explicar essas duas domesticações separadas. Por outras palavras, o que é bom, é passado rapidamente de boca em boca. Depois desta junção, aconteceu uma separação...

WOW e restaurante T&COs autores do estudo acreditam que a linha de videiras do Cáucaso deu origem aos vinhos de então, enquanto que a linhagem da Ásia Ocidental foi escolhida, sobretudo, como fonte de alimento: as uvas de mesa (se bem que a mesa só seria "inventada" 5 mil anos depois :P). 

WOW e restaurante T&CEssa separação originou uma nova junção. As uvas de mesa foram então misturadas com uvas silvestres para criar a Vitis vinifera. Tudo isto bate certo com as já reportadas evidências arqueológicas que sinalizavam a mais antiga produção de vinho no Cáucaso, há 8 mil anos. As diferentes castas foram então espalhadas um pouco por todo o mundo, acabando por originar a profusão de castas, bastante apreciadas pelos enófilos da actualidade.

WOW e restaurante T&CAssim, a vinha e o vinho foram dos primeiros produtos comercializados globalmente. É inteiramente justo dizer-se que a domesticação da videira foi realmente um dos motores propulsionadores da nossa civilização. É por isso que apesar de existirem inúmeros temas nobres que nos ajudam a ler o nosso passado, o assunto "vinho" é daqueles que há mais tempo foi entrelaçado na trama da nossa memória colectiva. Independentemente do papel que ele foi desempenhando, por vezes principal, outras secundário, o vinho esteve sempre lá!!!

WOW e restaurante T&CEsteve lá quando no ano 4100 a.C. foi criada na Arménia a primeira adega; esteve lá quando em 3100 a.C. os faraós o bebiam nas cerimónias mais importantes no Egipto; esteve lá quando os fenícios o utilizaram como moeda de troca nos seus negócios no mediterrâneo em 1200 a.C.; esteve lá quando no livro do Gênesis e após o dilúvio, Noé, sob os efeitos dele, se expôs demasiado aos seus filhos.

WOW e restaurante T&CEsteve também lá a comemorar os sucessos da civilização Grega e do império Romano entre 800 a.C e 150 d.C.; esteve lá em 1500 quando nós, os portugueses, quisemos oferecer algo com valor imaterial aos ameríndios através de Pedro Álvares Cabral, ou então ofertar um sinal de paz aos senhores feudais do Japão nesse mesmo século; esteve lá através do Vinho Madeira no brinde da cerimónia de declaração da independência e criação dos Estados Unidos da América em 1776;  esteve lá com Hemingway a inspirá-lo a escrever "O velho e o mar" em 1952, esteve lá na segunda Guerra Mundial quando Winston Churchill motivou o seu exército dizendo-lhes que não era só pela França que estavam a lutar, mas por Champagne; esteve lá na maior ressaca da história aquando da revolução bolchevique, e esteve lá na ProWein deste ano que contou pela primeira vez com a participação de vinhos ucranianos.  

WOW e restaurante T&CNos três dias do evento, o sector destinado à Ucrânia esteve lotado de jornalistas, compradores e importadores de diversos países que procuravam dar uma mão ao país, num tempo difícil. Tudo isto, como é óbvio, saltando inúmeros e importantes capítulos. Portanto, faz todo o sentido que o vinho tenha também direito a espaços culturais destinados à sua celebração. Embora os museus possam parecer enfadonhos para alguns de vós, quando uma degustação de vinhos faz parte do programa, provar a nossa história e a nossa cultura, passa a ter uma conotação totalmente diferente.

WOW e restaurante T&CHoje falo-vos, de novo, de um dos mais bonitos e mais bem pensados museus dedicados ao vinho, o WOW Porto - The World of Wine, que compila a história, a magia e as emoções por detrás do vinho português, do ritual dos copos e da indústria da cortiça. Mas vai mais longe do que o seu próprio nome e acrescenta à fórmula a história do Porto e de Gaia, e o que de melhor se faz no norte de Portugal, revelando os segredos por detrás de algumas das principais indústrias da região, como os têxteis e a moda.

WOW e restaurante T&CTambém ao nível da gastronomia o distrito está muito bem representado, sobretudo através do restaurante T&C que faz jus à vocação vínica do WOW. Essa ligação é tão bem conseguida que até é possível fazer uma refeição dentro de tonéis de vinho, o que para além de ser muito divertido para as famílias com crianças, romântico para os casais, permite também estar mais resguardado para um almoço com amigos ou de negócios. 

WOW e restaurante T&CA decoração é acolhedora, a esplanada é romântica e o menu tem algumas surpresas, como a francesinha confeccionada com uma receita muito especial, falaremos dela mais adiante ;) A sua oferta gastronómica promete conciliar de modo harmonioso, saber, tradição, sabor e apresentação. 

WOW e restaurante T&CNa nossa última visita ao T&C experimentamos uns reconfortantes Peixinhos da horta com tempura e molho tártaro, umas deliciosas Favas com enchidos (linguiça, farinheira, ovo a baixa temperatura e salsa fresca) e umas Moelas com molho de tomate, piri piri, azeitonas pretas, salsa e crostini super macias e saborosas. Se bem que neste último caso, quem se apoderou das moelas foi a Bia ;)

WOW e restaurante T&CNos principais e apesar da oferta ser diversificada,  destacamos o Bacalhau com natas gratinado em que o queijo da Ilha e o Azeite de Vargellas lhe emprestavam ainda mais profundidade, sabor, e complexidade; a Bocheca de novilho, de comer à colher, com puré de batata e alheira, couve biológica salteada e jus de vinho tinto (muito rica, intensa, macia e sublimemente condimentada com um toque de caramelização); e a Costela mendinha de vitela a baixa temperatura, com batata com pele salteada em azeite e alho, cebolada, grelos e jus de tomilho ( toda ela generosa, tenra e voluptuosa: uma autêntica ode à gastronomia que se constrói com tempo).

WOW e restaurante T&CFalando então da francesinha (que já nos levou ao T&C algumas vezes), ao tradicional recheio das grandes casas de francesinhas do Porto (bife de alcatra, fiambre,  queijo,  salsicha e a linguiça da Salsicharia Leandro e ovo estrelado) é acrescentado um molho com uma dose generosa de vinho do Porto, fazendo com que fique mais ácido e não tão pesado, o que contrasta bem com o "exagero" voluptuoso da francesinha. Provem que não se vão arrepender. 

WOW e restaurante T&CNas sobremesas sugerimos o Leite creme queimado (crocante em cima, suculento no interior e cheio de sabor); e o Abade Priscos com Confit de limão (delicioso, fresco e guloso). Tudo isto pode ser harmonizado com uma vasta lista de vinhos, com destaque, como não poderia deixar de ser, para o Douro. O serviço é competente, próximo e descomplexado. O ambiente do T&C é propício a momentos de partilha, conversa e gargalhada.

WOW e restaurante T&CO WOW ocupa uns impressionantes 55 mil m², nasceu da recuperação de antigas caves de vinho do Porto e oferece seis experiências imersivas em museus, outros 4 restaurantes (que valem realmente a pena), para além de bares, cafés, espaços para eventos e exposições, lojas e, como cereja no topo do "copo", uma escola de vinhos na qual é possível escolher cursos diários sobre vinho e gastronomia portuguesa.  Existem provas para todos os gostos, algumas delas privadas e com vista privilegiada para a ponte D. Luís e para o Douro.

WOW e restaurante T&CDe todas essas experiências culturais, há 3 que têm mesmo de experimentar.  O The Wine Experience que nos guia pelo extraordinário mundo do vinho, desde o cuidado com a uva até ao momento em que o segura num copo. São várias salas que nos explicam o que distingue as diferentes castas, como se processa o desenvolvimento da uva e como nascem os diferentes tipos de vinho. Podemos também descobrir quais os vinhos mais indicados para o nosso gosto e estilo de vida; "visitar" as diferentes regiões do país; e aprender a distinguir aromas ou fazer notas de prova. No fim desta experiência, como não podia deixar de ser, podemos fazer uma prova de vinhos com profissionais.

WOW e restaurante T&CO Museu da Cortiça é um dos mais procurados por famílias com crianças, por ser muito pedagógico, mas também muito interactivo. Somos recebidos por uma réplica de um sobreiro gigante e pelos sons e imagens do ecossistema que o rodeia. No Planet Cork é mostrado como se faz o descortiçamento dos sobreiros e como as enormes placas são transformadas em rolhas de vinho e de espumante. As descobertas são inúmeras, às vezes, até inusitadas e, muitas vezes, divertidas. No final, a conclusão será apenas uma: a cortiça é um maravilhoso mundo.

WOW e restaurante T&CO Pink Palace Experience é uma experiência hands-on (na realiadade é mais glass-on :P), extravagante e excêntrica que mergulha os visitantes no vibrante mundo do vinho Rosé, quebrando uma série de mitos e tabus sobre este estilo de vinho, de forma divertida , envolvente e atrativa. Podia dizer muitas coisas acerca desta experiência, mas o aviso "onde levamos o rosé a sério" resume bem todas elas ;)

WOW e restaurante T&CA publicação já vai longa, mas pensem que só vos falei duma pequena parte do WOW. Dêem lá um salto e digam-me o que acharam. É o mínimo que podem fazer em homenagem ao pequeno hominídeo, que logo após a última Idade do Gelo, começou a passar as virtudes do vinho ... de boca em boca. Essa mensagem chegou até hoje e permanece mais viva que nunca no WOW e no T&C ;)