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No meu Palato

No meu Palato

Brancos da Ravasqueira | Ó tempo, não voltes para trás

"A paciência é amarga, mas seu fruto é doce." Jean-Jacques Rousseau

Brancos da RavasqueiraEnvelhecer vinhos é uma prática conhecida há séculos, mas muitos apreciadores ainda tendem a associar o envelhecimento apenas aos vinhos tintos. No entanto, os vinhos brancos também podem beneficiar significativamente do tempo de guarda em garrafa, desencadeando um processo fascinante de evolução de aromas e sabores. Assim como os tintos, os vinhos brancos são compostos por uma complexa mistura de componentes, incluindo ácidos, açúcares, taninos (se bem que em menor quantidade) e compostos aromáticos. Com o passar do tempo, esses elementos interagem de maneira lenta e delicada, permitindo que o vinho alcance novas dimensões sensoriais.

Brancos da RavasqueiraEnquanto novos, os vinhos brancos costumam exibir aromas e sabores frescos e frutados, com uma acidez vibrante que os torna ideais para o consumo imediato. Contudo, ao longo dos meses ou até mesmo anos em garrafa, essas características tendem a evoluir. A acidez pode-se tornar mais suave, os aromas de frutas podem dar lugar a notas mais complexas, como frutas secas, mel e nozes. Algumas castasa podem desenvolver uma textura mais cremosa e sedosa, tornando a experiência de degustação ainda mais rica e prazerosa.

Brancos da RavasqueiraPodem estar a pensar que não têm condições de armazenamento ou então que não conseguem esperar muitos anos para desfrutar dos vinhos, mas alguns vinhos precisam apenas de um par de anos para se mostrar já com alguma aristocracia resultante do envelhecimento. Hoje falo-vos de um vinho que "deveria ser proibido" beber demasiado cedo: o Ravasqueira Reserva da Família Branco. No final também esmiuçarei um dos Sauvignon Blancs mais originais do país.

Brancos da RavasqueiraEste Reserva da Família resulta da união da untuosidade do Viognier e a frescura do Alvarinho, levando a um casamento vínico complexo e harmonioso. A ligeira battonage durante seis meses, antes do engarrafamento, confere-lhe uma leve cremosidade que acompanha harmoniosamente grande parte da cozinha tradicional, ao mesmo tempo que apresenta uma expressiva mineralidade e notas de citrinos maduros bem marcadas. Para vos demostrar a capacidade de evolução deste vinho guardei a edição 2021 para agora a comparar com a de 2022.

Brancos da RavasqueiraO Ravasqueira Reserva da Família Branco 2022 (15.00 €, 88 pts.), amarelo-esverdeado no porte, emana notas de toranja, acácia-lima, pimenta branca, gengibre, damasco, pera e pedra partida. No palato é untuoso, fresco e equilibrado. Por sua vez, o Ravasqueira Reserva da Família Branco 2021 (15.00 €, 90 pts.), já mais para o amarelo-palha, para além de mostrar o gengibre-cardamomo, a acácia-lima, e a pedra partida, mostra também já alguma nuttiness (noz e amêndoa) que o torna muito mais interessante, complexo e abrangente.

Brancos da RavasqueiraNa boca mantém a untuosidade, a frescura e o equilíbrio que fazem com que não se torne maçudo. Sei bem que toda esta elevação organoléptica não resulta apenas da evolução em garrafa, o ano da colheita também tem de ser tido em conta, no entanto, o Ravasqueira Reserva da Família Branco é uma demonstração clara de que por vezes os vinhos precisam de paciência, de tempo, antes de serem lançados para o mercado.

Brancos da RavasqueiraComo tinha prometido, para último guardei outro vinho especial, sobretudo pela originalidade: o Ravasqueira Sauvignon Blanc 2021 (6.50 €, 86 pts.). Um vinho que combina a enologia do novo mundo com a elegância dos vinhos tradicionais do velho mundo, evidenciando concentração, equilíbrio e frescura. Mostra-se amarelo-esverdeado no copo, passando para o nariz com notas de maracujá, abacaxi, espargos, pimento verde, lima e relva cortada. Na boca é directo, fresco, equilibrado e muito elegante. Vai muito bem com as churrascadas bem típicas da estação ,)

Casa Amarela - Casas da Quinta | Uma carta e um beijinho

"O rio defronte descia, preguiçoso e como adormentado sob a calma já pesada de maio, abraçando, sem um sussurro, uma larga ilhota de pedra que rebrilhava. Para além a serra crescia em corcovas doces, com uma funda prega onde se aninhava, bem junta e esquecida do mundo, uma villasinha clara. O espaço immenso repousava n’um immenso silencio...  Jacintho adiante, na sua egua ruça, murmurava: Que belleza!" Eça de Queirós

 Casa Amarela - Casas da Quinta Marcado por uma intensa ironia, o enredo de "A cidade e as serras" desenrola-se em torno de Jacinto, herdeiro afortunado da antiga aristocracia rural portuguesa. Este protagonista vivia uma vida confortável e abastada em Paris, mas foi obrigado a regressar à modesta Tormes, um pequeno lugarejo serrano no norte de Portugal, para resolver assuntos familiares.

 Casa Amarela - Casas da Quinta Jacinto sentia-se entediado e infeliz na agitação de uma cidade grande como Paris. É ao entrar em contacto com a paisagem rústica e natural do Douro, que descobre um novo modo de vida até então desconhecido e decide embeber-se nele. Este contraste entre a vida cosmopolita de Paris e a simplicidade rural de Tormes conduz a uma interessante reflexão sobre as diferentes formas de existência.

 Casa Amarela - Casas da Quinta Publicado um ano após a morte do autor (esta obra foi inicialmente ignorada quer pelos críticos, quer pelo público), "A cidade e as serras" é considerada um dos marcos da fase final da produção de Eça, pincelada por um tom mais leve e bem-humorado, ainda que não deixando de discutir as questões existencialistas.  Nessa obra de Eça, é reavaliado o conceito de civilização tão em voga no século XIX.

 Casa Amarela - Casas da Quinta O livro explora ainda a temática da mudança constante do tempo e da evolução da sociedade, enquanto oferece um retrato crítico acerca da experiência de viver nesse mesmo contexto. Numa das últimas vezes que visitei o Douro, percebi que essa busca por uma experiência mais autêntica e próxima da natureza, ecoa alguns dos aspectos do que o turismo dessa região deveria ser nos dias de hoje. 

 Casa Amarela - Casas da Quinta O aumento do interesse turístico pode trazer consigo questões de desenvolvimento descontrolado que podem importar para o Douro os mesmos problemas que Jacinto encontrou na frenética e impaciente Paris. 

CASA AMARELAUma cidade monótona e artificial, com eventos sociais repetitivos num ambiente culturalmente vazio, onde a superficialidade prevalece; com falta de contacto com a natureza; com excesso de agitação, azáfama e stress; e que promove um enorme afastamento das raízes e tradições.

 Casa Amarela - Casas da QuintaNesse sentido, o Douro, deve capitalizar essas raízes através das suas paisagens deslumbrantes com vinhas, socalcos e cursos de água sinuosos, pois é isso que o afasta de Paris, podendo atrair viajantes em busca dessas experiências mais únicas, menos padronizadas, mais personalizadas, e por tudo isso ... mais autênticas. 

 Casa Amarela - Casas da Quinta Da mesma forma que Jacinto procurava uma fuga da cidade grande para encontrar uma conexão mais profunda com a natureza, os turistas que procuram este turismo mais autêntico, desejam, sobretudo, desconectar-se do ritmo acelerado das grandes cidades e apreciar a beleza serena, autóctone e natural da região.

 Casa Amarela - Casas da QuintaÉ esse quebrar de amarras com o superficial que nos permite vivenciar o quotidiano local, desfrutando da cultura, da gastronomia e dos vinhos produzidos na região património mundial. 

 Casa Amarela - Casas da QuintaAlém disso, tal como a obra de Eça de Queirós reavalia o conceito de civilização e questiona essa moda comportamental do século XIX, este turismo mais significativo no Douro também pode ser interpretado como uma reacção à massificação do turismo da região.

 Casa Amarela - Casas da Quinta A 4 de Agosto de 2020 a Quinta da Casa Amarela abriu um novo projecto que se foca exactamente nisso, num turismo mais genuíno, com raízes a cada esquina. Projecto esse que se assume como um novo pilar da Quinta da Casa Amarela, já sustentado por outros: a viticultura, a produção de vinhos DOP – Douro e Porto – e o enoturismo.

 Casa Amarela - Casas da QuintaA casa de 1835 faz parte do projecto familiar e foi requalificada e reabilitada, respeitando a história e o território envolvente, mas de um modo que lhe conferisse o conforto e a modernidade para quem a exigência e a qualidade são requisitos na escolha. 

 Casa Amarela - Casas da QuintaDispõe de 4 suites no interior da Casa e uma suite exterior com a assinatura do reconhecido designer de Interiores Paulo Lobo. Quando planeado com tempo, é possível usufruir de tudo isto em regime de exclusividade. 

 Casa Amarela - Casas da QuintaPara que a experiência não fique sócio-culturalmente vazia, a Quinta da Casa Amarela propõe uma enorme variedade de actividades, tais como experiências vínicas (provas de Vinho do Porto com chocolate e descoberta do perfil pessoal de vinho), gastronómicas (sabores do Douro: queijos, enchidos e azeite; e degustação de bôlas regionais); culturais (visita monumental e histórica a Lamego, e ao Museu do Douro na Régua); e naturais (passeio ao longo do rio Douro, seguido de picnic em lugar surpresa e cruzeiro em barco “rabelo” com prova de vinhos a bordo).

 Casa Amarela - Casas da QuintaA nossa experiência na Quinta da Casa Amarela começou com a visita aos cascos de 1885, embalados pelas 4 estações de Vivaldi, na companhia do amicíssimo administrador Gil Regueiro e prosseguiu com uma incrível prova dos vinhos produzidos na propriedade.

 Casa Amarela - Casas da QuintaNela ficámos a conhecer a frescura, intensidade e fruta vermelha do Casa Amarela Rosé 2021 (11.00 €, 86 pts.); e a pedregosidade (xisto molhado), flores silvestres, acácia-lima, damasco, baunilha, ligeiro fumo, finesse, austeridade, garra e densidade do impressionante Casa Amarela Grande Reserva Branco 2019  - um dos melhores brancos que provei no Douro (39.00 €, 93 pts.). 

 Casa Amarela - Casas da QuintaNos tintos gostei muito das amoras, cassis, framboesa, pimenta preta, violetas e elegância do Casa Amarela Selection km20 2020 (17.00 €, 87 pts.); da fruta do bosque, compota de ameixa, pimenta branca, sous-bois, trufa, cacau, tosta, elegância, carnosidade e equilíbrio do Quinta Casa Amarela Grande Reserva 2016  Elísio (50.00 €, 93 pts.), e de tudo no Quinta Casa Amarela Laura 2017 (70.00 €, 97 pts.).

 Casa Amarela - Casas da QuintaNão é um vinho consensual mas encheu-me as medidas. De traje rubi intenso, mostra no nariz ameixa preta, cassis, cereja madura, esteva, baunilha, pimenta preta, xisto e caixa de tabaco. Na boca passeia-se com taninos por camadas, enorme estrutura, densidade, elegância, equilíbrio e complexidade.

 Casa Amarela - Casas da QuintaJá nos Portos, gostei muito do frutos silvestres, ameixa vermelha, pimenta preta, tosta e frescura do Quinta Casa Amarela Porto Reserva (25.00 €, 87 pts.); da telha de amêndoa, nozes, figos secos, canela, cacau, pinho, harmonia e frescura do Quinta Casa Amarela Porto Tawny 10 anos (36.00 €, 91 pts.); e da compota de frutos silvestres, cereja, mirtilos, lagar, intensidade, elegância e persistência do Quinta Casa Amarela LBV 2017  (30.00 €, 89 pts.).

 Casa Amarela - Casas da QuintaO Quinta Casa Amarela Vintage 2017 (30.00 €, 94 pts.) merece uma análise mais detalhada. De porte rubi-violeta muito concentrado, passa para o nariz com notas de mirtilos, amoras silvestres, ginja, cacau, canela e engaço. No palato mostra intensidade, taninos redondos, complexidade, equilíbrio, austeridade e uma enorme frescura. Precisa ainda de umas décadas em garrafa para se poder mostrar em todo o seu esplendor.

 Casa Amarela - Casas da QuintaDepois desta prova muito rica e de termos passeado um pouco pela quinta, era chegada a hora do jantar. Para não perder a autenticidade (lembrem-se que foi por aí que esta história começou) o cardápio era totalmente concebido com base no que de melhor a gastronomia regional tem para oferecer.

 Casa Amarela - Casas da QuintaComeçamos por umas Tostas de queijo Brie e compota de pimentos, seguindo-se uns Folhados de tâmaras e bacon e uma Tábua de queijos e enchidos.

 Casa Amarela - Casas da QuintaA reconfortante Sopa de ervilha e lentilhas com croûtons serviu como desculpa para voltarmos a provar o surpreendente Casa Amarela Grande Reserva Branco 2019, uma delicia!!!

 Casa Amarela - Casas da QuintaSeguiu-se um dos melhores Arroz de pato que provei até à data. O arroz tinha absorvido as notas gulosas do pato e do caldo caseiro, ganhando um sabor profundo e rústico. A carne tenra e suculenta do pato desfazia-se na boca, libertando notas de um sabor intenso e ao mesmo tempo harmonioso. Os temperos, como o louro e a pimenta, dançavam no palato, adicionando uma pitada de alegria mas sem se sobreporem ao resto.

 Casa Amarela - Casas da QuintaPara sobremesa uns Papos de anjo harmonizados com o Quinta Casa Amarela Porto Tawny 10 anosOs papos de anjo são pequenas maravilhas culinárias que nos remetem para uma espécie de pedra preciosa doce, tentadora e brilhante. A sua massa suave, levemente adocicada e com uma textura aerada, derretia na boca, libertando a fragrância da calda de açúcar quase caramelizado e das especiarias que nos despertam memórias das tradições culinárias passadas de geração em geração no Douro, evocando, também assim, a história e a cultura da região. A companhia vínica foi simplesmente perfeita.

 

 Casa Amarela - Casas da QuintaFoi por tudo isto, vinhos, experiências locais, alojamento requintado mas com alma, gastronomia regional e serviço próximo, amigo e profissional, que o Jacinto d "A cidade e as serras" do Eça de Queiróz me pareceu ser o anfitrião histórico-cultural ideal para esta publicação relativa à Casa Amarela - Casas da Quinta.

 Casa Amarela - Casas da Quinta"A cidade e as serras" continua a ser uma obra fascinantemente actual, abordando questões relevantes sobre a vida, as relações, os migrantes, as comunidades, a identidade e a busca por uma existência autêntica.

 Casa Amarela - Casas da QuintaEm última análise, "A cidade e as serras" é também uma reflexão sobre os valores humanos e a essência da felicidade, sugerindo que o verdadeiro significado da vida pode ser encontrado ao valorizar as experiências mais autênticas e mais genuínas, em contraposição à busca incessante por riqueza material e vivência superficial.

 Casa Amarela - Casas da QuintaQuase no final, d"A cidade e as serras", o Jacinto decide romper com a tal vida cosmopolita em Paris e opta por viver permanentemente em Tormes, abandonando a agitação e artificialidade da cidade grande e atribulada. Estabelece-se na região serrana de Portugal, desfrutando da serenidade e da beleza de um Portugal mais desconhecido em que o tempo parece passar mais devagar. 

 Casa Amarela - Casas da QuintaO livro termina com uma carta enviada por Jacinto ao seu amigo José Fernandes (que também é narrador), na qual ele descreve a sua decisão e os motivos que o levaram a escolher Tormes como seu lar permanente.

 Casa Amarela - Casas da QuintaNão tenciono mudar-me permanentemente para a Casa Amarela (:P), no entanto escrevi-vos esta carta em forma de publicação para vos mostrar que para conhecer verdadeiramente o Douro não há que ser extremista, pois há que ter um pé na autenticidade, natureza, rusticidade, pureza e tranquilidade de Tormes e outro na classe, no conforto, na modernidade e no requinte de Paris.

 Casa Amarela - Casas da QuintaAs casas da Quinta da Casa Amarela permitem-vos tudo isso e ainda o "extra" de se deliciarem com o que de melhor a enogastronomia local tem para nos seduzir. Se Jacinto a visitasse diria com certeza: "Que belleza!!!" ;) Um beijinho para a Laura e para o Gil por estes dias passados no Douro, cheios de autenticidade, alegria, felicidade, natureza, rusticidade, pureza e tranquilidade, tudo isto, sem nos desligarmos do conforto, da classe e de uma certa garbosidade.

São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé 2022 | Austeridade e bom senso

“Há a coragem física que se chama robustez, e há a coragem moral que se chama fortaleza. De uma a outra vai a distância de um homem.” Vergílio Ferreira

São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé 2022Numa contínua ode àquela que é uma das castas mais singulares do Douro, a Sogevinus lançou uma nova edição do São Luiz Winemaker’s Collection Rosé, um monocasta Tinto Cão proveniente da colheita de 2022.

São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé 2022Esta quarta edição (segunda enquanto São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Rosé) diz respeito a uma gama que alberga os vinhos singulares Douro DOC de edições limitadas, todas elas assinadas pelo enólogo Ricardo Macedo. A nova colheita, como não podia deixar de ser, regressa a tempo do verão, ainda que a versatilidade evidente a torne na companhia desejada em todas as estações.

São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé 2022Na génese deste Reserva Rosé está a casta Tinto Cão, caracterizada na vinha pelo cacho pequeno e película densa. As suas particularidades permitem criar vinhos com uma acidez interessante, taninos suaves e, ao mesmo tempo, robustos, mas também com uma boa capacidade de envelhecimento. As uvas plantadas em solo xistoso a 400 metros de altitude, provenientes da sub-região do Cima Corgo, foram vindimadas à mão na primeira semana de Setembro de 2022 e posteriormente transportadas em caixas de pequena dimensão.

São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé 2022De maneira a evitar a extracção de cor e, assim, preservar a cativante tonalidade salmão que caracteriza este vinho, foi realizada uma prensagem suave de cachos inteiros previamente seleccionados em tapete de escolha - 80% do lote fermentou em inox a uma temperatura controlada, entre os 10 e os 14 graus, e os restantes 20% em barricas usadas. No fim da fermentação alcoólica, o lote final estagiou seis meses em vasilha de inox com bâtonnage semanal.

São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé 2022Fazendo jus ao conceito da gama Winemaker’s Collection, um projecto que aposta na experimentação de castas nascidas e criadas em diferentes micro-terroirs do Douro, e que tem tido um êxito expressivo por parte do público e da crítica especializada, apenas existem 7550 garrafas desta edição (garrafas 1 a 7200 em 750ml; garrafas 7201 a 7550 em 1500ml).

São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé 2022O São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Rosé 2022 (22.00 €, 91 pts.) veste uma bonita cor salmão-rosada e mostra no nariz fruta vermelha muito fresca (morango, groselha e romã), esteva, flores silvestres, baunilha, pedregosidade (xisto molhado) e algum fumo. Na boca cresce imenso,  exibindo um equilíbrio perfeito entre acidez e açúcar, com uma pitada de austeridade robusta que lhe faz muito bem.  É complexo, elegante, longo, largo e muito gastronómico. 

São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé 2022Faz boa (muito boa) companhia a pratos de maresia, como marisco ou peixe, mas também a carnes brancas e queijos de média intensidade (idealmente servido a uma temperatura entre 12 e 14 graus). Esta nova edição veio confirmar que o São Luiz Winemaker’s Collection Tinto Cão Reserva Rosé é dos melhores rosés que por cá se fazem, pois mistura com bom senso, elegância, frescura e robustez ;)