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No meu Palato

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AdegaMãe novas edições | O parelho e o mar

"Cada dia é um novo dia. É melhor ter sorte. Mas eu prefiro fazer as coisas sempre bem. Então, quando a sorte chegar, estarei preparado." Ernest Hemingway em O velho e o mar

 AdegaMãe novas ediçõesEm "O Velho e o Mar", Ernest Hemingway apresenta-nos Santiago, um velho pescador cubano que, após 84 dias sem nada surgir na sua rede, embarca numa última e extraordinária jornada para capturar um peixe grandioso. Sozinho no vasto oceano, Santiago luta com o marlim durante três dias, mostrando uma resistência quase sobre-humana. 

 AdegaMãe novas ediçõesA obra reflete temas de perseverança, dignidade diante da derrota e a luta entre o homem e a natureza. No final, quer Santiago atinja ou não o seu objetivo, ele percebe que o mais importante é manter a sua honra, ciente de que o verdadeiro triunfo não está na conquista material, mas na jornada em si.

 AdegaMãe novas ediçõesEssa narrativa carrega um elo com o mundo dos vinhos: a relação entre o enólogo e o terroir é similar à luta de Santiago com o mar, pois o vinicultor também enfrenta desafios naturais, como o clima e o solo, na busca por extrair a melhor expressão da terra. 

 AdegaMãe novas ediçõesAssim como o pescador busca algo mais profundo que a simples captura de um peixe maior que o do seu vizinho, o enólogo também se move por algo mais do que produzir vinho; ele procura, ou pelo menos devia, capturar a alma do terroir, transformando cada garrafa em numa história de dedicação, paciência e arte.

 AdegaMãe novas ediçõesÉ esta filosofia que parece estar presente na gama de vinhos da AdegaMãe, que, influenciada pelo terroir atlântico, valoriza a frescura, a fruta e a elegância.

 AdegaMãe novas ediçõesEste verão, este produtor trouxe duas importantes novidades ao mercado. A primeira é a nova colheita AdegaMãe 221, um tributo à casta Alvarinho, onde os enólogos Diogo Lopes e Anselmo Mendes unem esforços para combinar o melhor de duas regiões: a AdegaMãe, na Região de Vinhos de Lisboa, e a produção de Mendes na Região dos Vinhos Verdes.

 AdegaMãe novas ediçõesO resultado é um vinho branco de topo-de-gama que honra a excelência dessa casta tão importante no panorama vinícola português. Lopes descreve o vinho como um exercício especial de harmonização entre os dois terroirs e a ligação ao mestre Anselmo Mendes. 

 AdegaMãe novas ediçõesEste AdegaMãe 221 2020 (92 pts., 30,00€) passeia com um traje amarelo palha e brinda-nos com notas de casca de laranja, flor de limoeiro, jasmim, lichias, cera de abelha e baunilha.  No boca é seco e mostra uma acidez aguerrida, é gordo, estruturado e longo. Tem tudo para crescer em garrafa.

 AdegaMãe novas ediçõesOutra novidade marcante é o AdegaMãe Palhete 2023, um vinho que remete ao perfil tradicional dos tintos de menor graduação, mas com grande frescura e elegância. Feito a partir de Castelão, Pinot Noir e Fernão Pires, este vinho se destaca como um verdadeiro tinto de verão, ideal para momentos mais descontraídos e de estilo leve. Lopes reforça que o terroir atlântico da AdegaMãe proporciona condições excepcionais para explorar esse perfil de vinhos tintos frescos, alinhados com as tendências de mercado.
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O AdegaMãe Palhete 2023 (91 pts., 9,00€), rubi cristalino e translúcido, oferece-nos uma fruta muito bonita composta por frutos silvestres, groselha e cerejas. Surgem também suaves notas de cogumelos, espargos e violetas que lhe ficam muito bem.  No palato é seco, elegante e muito harmonioso. É bastante mais complexo e generoso que aquilo que o preço faz antever. Gostei muito ;)

 AdegaMãe novas ediçõesPara além destas duas novidades, a AdegaMãe lançou também novas colheitas dos varietais brancos AdegaMãe Viosinho 2022, AdegaMãe Arinto 2020, o icónico Dory Branco 2023 e o AdegaMãe Reserva 2019, que, segundo Diogo Lopes, revelam consistência em frescura e elegância, fortalecendo o compromisso da casa com a qualidade e a tradição da Região de Vinhos de Lisboa.

 AdegaMãe novas ediçõesO amarelo-palha claro Dory Colheita Branco 2019 (4.99€, 86 pts.), com Viosinho, Arinto, Alvarinho, Sauvignon Blanc exibe de forma elegante maracujá, toranja, jasmim, espargos e uma mineralidade (rocha molhada onde bate o mar) que o faz crescer em complexidade. Na boca é muito fresco, assertivo, e, como não poderia deixar de ser, ponderadamente salino. 

 AdegaMãe novas ediçõesPor sua vez o amarelo citrino AdegaMãe Viosinho 2022 (10.49€, 90 pts.) é bastante floral com notas de camomila, jasmim, pêssego e alguma pedregosidade salgada. Na boca é seco, exibe uma acidez equilibrada e termina com uma bela untuosidade.

 AdegaMãe novas ediçõesJá o AdegaMãe Arinto 2020 (10.49€, 91 pts.) está a evoluir muito bem. Às cascas de limão e lima, toranja e maçã verde juntam-se apontamentos subtis de sílex e gengibre que o fazem crescer na prova. Na boca é seco, muito fresco, untuoso, alegre e crocante. Acho que este estágio adicional em garrafa lhe fez limar algumas arestas e ganhar largura na prova.

 AdegaMãe novas ediçõesPor último, o AdegaMãe Reserva 2019 (14.49€, 91 pts.), de porte amarelo palha e com Viosinho, Alvarinho e Chardonnay,  trouxe-nos maracujá, pêssego, pedregosidade, baunilha, espargos e jasmim. Na boca é especiado, seco, equilibrado, untuoso, estruturado.  

Tal como Santiago encontrou no mar sua maior prova de perseverança e mestria, também os vinhos da AdegaMãe são o resultado de uma jornada cuidadosa entre a tradição e a inovação, trazendo à mesa a frescura salgada do Atlântico e a excelência de seus enólogos — uma verdadeira celebração ao terroir português e à arte de fazer vinhos com alma e elegância. Que esta parelha nos continue a surpreender ;)