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No meu Palato

No meu Palato

Feliz Natal | Agarrados ao coração

“O Natal é um tempo de benevolência, perdão, generosidade e alegria. A única época que conheço, no calendário do ano, em que homens e mulheres parecem, de comum acordo, abrir livremente seus corações.”

Charles Dickens

Feliz Natal

A mensagem de Natal deste ano é inspirada no pequeno livro intemporal de Charles Dickens, "Um Conto de Natal". Através dele viajamos até à história de Ebenezer Scrooge, um homem que encarava o Natal como uma perda de tempo, até que uma noite mágica o transformou para sempre.

O velho Scrooge, avarento e solitário, acreditava que o Natal não passava de um “humbug” (um barulho desnecessário). Mas tudo mudou quando foi visitado por três espíritos: o do Natal Passado, que o relembrou da alegria perdida; o do Natal Presente, que lhe mostrou a generosidade e união da humilde família Cratchit; e o do Natal Futuro, que lhe revelou um destino solitário e sombrio, fruto da sua amargura.

Na manhã de Natal, Scrooge acordou com um coração renovado. Pela primeira vez, celebrou a data como ela merece: com amor, partilha e um banquete generoso. Comprou o maior peru para a família Cratchit, garantiu que Tiny Tim tivesse cuidados médicos e abriu as portas do seu lar e do seu coração à comunidade.

Este bonito conto (re)lembra-nos que o Natal é mais do que um dia: é um convite à redenção, ao perdão e à renovação. Tal como Scrooge, todos temos a oportunidade de olhar para dentro, para o nosso passado e presente, e decidir que futuro queremos construir.

Através desta mensagem de Dickens, deixemos que esta quadra nos inspire a abrir as portas das nossas casas e dos nossos corações. Que mais logo, à volta da mesa, partilhemos risos, histórias e sabores que aquecem a alma.

Esta é também uma altura que nos deveria fazer recordar, agora de copo na mão, a criança, de há muito tempo e muito longe, que um dia, agarrado ao coração, aguardava atrás da porta, para que algo maravilhoso acontecesse...

Da família No Meu Palato para a vossa, fazemos votos para que neste ano, do outro lado da porta (ou pela chaminé), surja tudo o que mais desejem, sobretudo, saúde, paz, alegria, amor, e se não for pedir muito, bons vinhos e um belo bacalhau a lascar :) 🎄✨💖

O Livro dos Vinhos Ibéricos | A jangada de vinho

"É impossível termos exagerado no vinho tinto, lido demasiados livros ou possuirmos munições a mais." Rudyard Kipling

O Livro dos Vinhos IbéricosNa nossa incessante busca por experiências que elevam a mesa e celebram as nossas tradições, surgiu-nos uma obra que promete conquistar os corações e paladares de todos os amantes de vinhos. "O Livro dos Vinhos Ibéricos — Um Guia Completo de Espanha e Portugal" foi lançado no passado dia 9 de Novembro, trazendo-nos uma odisseia pelos sabores e histórias que definem as regiões vinícolas da Península Ibérica. Escrita por Sara Peñas Lledó e Luis Antunes, esta publicação é uma janela aberta para as paisagens e tradições que unem Portugal e Espanha em torno de uma paixão comum: o vinho. Com uma abordagem detalhada mas acessível, "O Livro dos Vinhos Ibéricos" apresenta-se como um guia imprescindível para quem quer aprofundar os seus conhecimentos ou mesmo iniciar-se nesta arte. Sara e Luis conseguem transportar-nos para as vinhas verdejantes e adegas repletas de história, revelando segredos que tornam cada região vitivinícola uma autêntica fonte de autenticidade. Os autores conseguem captar algo especial: o crescente interesse entre espanhóis e portugueses em explorar não só as suas semelhanças culturais, mas também as diferenças que enriquecem as suas experiências partilhadas.

O LIVRO DOS VINHOS IBÉRICOS

Entre um prato e outro, o vinho surge como a linguagem universal que transcende fronteiras, unindo ambos os povos numa celebração de tradições e sabores. É precisamente esta paixão partilhada que inspirou os autores a criar algo inovador: uma obra que sistematiza e enriquece o nosso conhecimento sobre dois dos maiores produtores de vinho do mundo. Seja pelas palavras inspiradoras de José Penín ou pelas reflexões de João Paulo Martins, ambos gigantes da crítica vinícola ibérica, o livro encontra um equilíbrio entre rigor e paixão, tornando-se numa referência tanto para especialistas como para curiosos. Dividido em dois volumes, o livro leva-nos numa viagem pelos tesouros de ambas as nações. O Volume 1 explora a Espanha, revelando desde os frescos vinhos da Galiza até aos fortificados da Andaluzia. Pelo caminho, somos apresentados à magia dos Cavas e à riqueza cultural que define cada região.

O Livro dos Vinhos IbéricosO Volume 2 transporta-nos para Portugal, onde os Vinhos Verdes do Minho contrastam com os encorpados vinhos do Douro e a calorosa exuberância do Alentejo. Este volume também destaca os espumantes portugueses e, claro, o icónico Vinho do Porto, entre outros fortificados que colocam Portugal no mapa mundial do vinho. "O Livro dos Vinhos Ibéricos" não é apenas uma obra literária; é uma porta para um universo onde o vinho representa muito mais do que uma bebida — é cultura, é identidade, é união. Além disso, a edição já disponível na Amazon, destaca-se por integrar uma vertente solidária, contribuindo para a iniciativa “Un Clic para el Cole”, que apoia estudantes em situação vulnerável. Sejam especialistas, curiosos ou entusiastas à procura de uma nova paixão, esta é uma obra que promete ser companhia obrigatória em qualquer estante ou sofá. Afinal, o vinho é isso mesmo: uma viagem que vale sempre a pena ser partilhada.

Tal como na metáfora da Jangada de Pedra de Saramago, que imagina a Península Ibérica flutuando unida pelo vasto oceano, "O Livro dos Vinhos Ibéricos" transforma-se numa verdadeira jangada de vinho, conectando duas culturas apaixonadas por esse néctar. Esta obra vai além de um simples guia enológico; é uma ponte líquida que une histórias, tradições e sabores, celebrando a diversidade que nos enriquece e as semelhanças que nos aproximam. No fim, Sara Peñas Lledó e Luis Antunes oferecem-nos mais do que páginas cheias de conhecimento — entregam-nos uma experiência que transcende fronteiras, convidando-nos a embarcar nesta jangada e descobrir os tesouros que tornam a Península Ibérica um dos maiores santuários vinícolas do mundo. Um brinde, portanto, à nossa jangada de vinho, que promete continuar a navegar e a celebrar a nossa essência comum.