A nova imagem da marca Lello dos Vinhos Borges | 110 anos de expressão
“De certa forma, a pintura é como o vinho: é tão antiga, tão simples, tão primitiva e tão variada. Tal como o vinho, a pintura é um meio de expressão muito específico, limitado no vocabulário, mas vasto no seu potencial expressivo.” Robert Motherwell
Vinho e arte. Duas formas distintas de criatividade, mas que há muito tempo fascinam diferentes latitudes e sensibilidades. Ambas oferecem uma experiência sensorial que envolve a mente, que afaga o corpo, que desperta emoções e que aguça os diferentes sentidos. De modo mais particular, o vinho e a pintura parecem ser os lados apostos da mesma moeda: a da expressão. Assim como os pintores escolhem cuidadosamente as cores das suas tintas, as texturas do relevo e os contrastes na tela para evocar emoções através da visão, os enólogos fazem algo semelhante através do olfacto e do palato.
Fazer vinho requer habilidade, conhecimento e uma profunda compreensão da matéria-prima, a uva. Tal como um pintor com a sua paleta, o enólogo escolhe cuidadosamente as diferentes castas, o local ideal para cada vinha, a altura certa para a vindima e as melhores técnicas de vinificação para criar uma expressão única da sua visão. Cada garrafa, torna-se assim, uma obra de arte, reflectindo o estilo, a criatividade e a paixão de quem a pensou. É no rótulo que a pintura e o vinho se podem fundir. Rótulos esses que não necessitam de ser maçudos, de nos darem apenas informações sobre o vinho ou terroir, ou então de se limitarem a identificar o produtor e enunciarem dados técnicos.
Cada vez mais, o rótulo é um elemento diferenciador de cada garrafa de vinho que tem o poder/dever de cativar o interesse (ou pelo menos a atenção) do hipotético comprador. Sobretudo em França e Itália, há muitos produtores que colaboram frequentemente com artistas, pintores, ilustradores e designers de modo a não somente criarem rótulos cativantes, mas também para que esses rótulos possam transmitir a essência quer do vinho, quer da marca.
Os vinhos Borges pegaram nesta ligação simbiótica entre pintura e vinho para celebrarem os 110 anos da marca Lello, lançando uma nova imagem no passado dia 13 de Setembro, na Casa Indulgent, no Porto. Imagem essa que é muito mais do que uma renovação de cores, estilos ou texturas: é um autêntico rebranding artístico, criativo, vínico e expressivo. Mário Ferreira, foi o pintor convidado para interpretar em tela a personagem principal, numa pintura composta, desta história intitulada “O início de uma grande jornada”, que narra e perpetua o momento da chegada de Artur Lello à Quinta da Soalheira no início do século XX.
Um evento repleto de arte, cultura e história, onde as notas musicais também não faltaram, intercaladas com as pinceladas de vários artistas portugueses convidados para a criação e representação, ao vivo, daquele que será o segundo rótulo, a segunda pintura, o segundo episódio marcante desta jornada lendária. Há mais de um século a escrever história, a marca Lello começa agora uma nova era, onde o vinho Lello Tinto dita o primeiro capítulo.
Este é um dos quatro episódios que serão lançados gradual e individualmente, que procuram retratar momentos emblemáticos da história da família Lello. Um rótulo, uma pintura, uma história, um vinho!!! Falemos então desse primeiro vinho. O Lello Tinto Douro 2021 (4.99 €, 83 pts.), rubi cristalino, é um vinho que nos dá mais do que aquilo que o preço faz antever. Ameixa, mirtilos, cassis, violetas, uva passa, sous-bois e alguma baunilha resultante dos 4-6 meses de estágio em barrica. No palato exibe taninos maduros, é focado, elegante e equilibrado.
A combinação harmoniosa entre vinho e arte pode oferecer-nos uma viagem sensorial única que envolve as nossas emoções, estimula os nossos sentidos e enriquece a nossa apreciação por ambas as formas de expressão. Da arte da vinificação aos rótulos cada vez mais apelativos, o mundo do vinho e da pintura parecem querer entrelaçar-se numa dança de inspiração, estética e prazer. Quer seja a participar em eventos conjuntos de vinho e arte, como aquele que os Vinhos Borges proporcionaram, a explorar obras de arte inspiradas no vinho ou simplesmente a beber um de vinho enquanto admiramos uma pintura, contribuímos para que esse potencial expressivo de ambas as artes possa crescer. E é apenas por isso que gostámos de vinho, porque temos amor à arte :P