AdegaMãe e o primeiro Colheita Tardia | Essência Atlântica
"Somos o sal da terra. Quando nos misturamos com os outros, quando nos fazemos presentes na medida exacta, sem excesso e sem omissão, estamos a justificar as nossas vidas." Paulo Coelho
A AdegaMãe reforçou a gama de vinhos com o lançamento do primeiro vinho doce não fortificado. O AdegaMãe Colheita Tardia 2021 é o resultado de uma vinificação muito particular, desencadeada a partir de uvas em processo de desidratação, motivada pelo fungo Botrytis Cinerea – a chamada podridão nobre, que distingue icónicos late harvest do mundo.
As variedades presentes neste vinho são Petit Manseng e Semillon, castas plantadas no campo experimental da vinha AdegaMãe, em Torres Vedras, a cerca de 10 Km do mar.
"A névoa matinal e a humidade que invadem a nossa vinha proporcionam condições propícias para o aparecimento da Botrytis Cinerea, a podridão nobre que distingue os grandes late harvest."
"Tentámos fazer este vinho em diversas colheitas, mas só à quarta tentativa conjugámos as condições ideais, na vinha e na adega, para alcançar um Colheita Tardia genuíno, fiel ao que é a intervenção deste fungo, o que eleva desde logo o patamar deste vinho."
"E a verdade é que o resultado é um vinho de sobremesa que se destaca por um grande equilíbrio entre doçura e acidez. Um Colheita Tardia que reforça a nossa gama, mas também mais uma referência que confirma todo o potencial da região onde estamos inseridos”, afirma o enólogo Diogo Lopes.
Paralelamente, a AdegaMãe renovou a já reputada gama de monocastas, com colheitas entre as quais se destacam um 100% Castelão e um 100% Alvarinho. “Os exemplos mais recentes do potencial do terroir atlântico de Torres Vedras”, sublinha Diogo Lopes"
"O Castelão segue apenas para a sua segunda edição na AdegaMãe e afirma-se por uma enorme elegância e tipicidade. É uma casta regional de novo em valorização e ocupa, com toda a justiça, o seu lugar de destaque entre os nossos tintos”.
Já o Alvarinho, há muito que se impõe como um dos nossos melhores brancos. O que é muito interessante é ir acompanhando a evolução da vinha, plantada em 2011 e que, a cada ano, nos vai surpreendendo, nesta abordagem marcadamente fresca, atlântica, a uma das mais importantes castas brancas portuguesas”, termina Diogo Lopes.
Falemos lá então sobre estes vinhos. O AdegaMãe Alvarinho 2022 (88 pts., 14.45€) traja uma bonita tonalidade amarela palha, cristalina, passando para o nariz com notas florais doces, acácia-lima, toranja e salicórnia. Na boca é sumarento, fresco e exibe uma ligeira untuosidade que lhe fica muito bem.
Por sua vez, o AdegaMãe Castelão 2018 (90 pts., 14.45€) sofreu uma grande evolução qualitativa face a edições anteriores, para além de estar numa fase óptima de consumo. De cor rubi pouco densa brinda-nos com notas bonitas de caril, sous-bois, cedro, frutos silvestres e baunilha. No palato é fresco, elegante, discreto, equilibrado, ligeiramente salgado e muito saboroso. Gostei muito.
Por último, o AdegaMãe Colheia Tardia 2021 (92 pts., 35.00€), de porte amarelo palha, é aromaticamente muito rico, com laranja cristalizada, urze, telha de amêndoa, figos secos e caramelo. Na boca é super equilibrado, denso, generoso e persistente. É um dos melhores exemplares desta categoria no nosso país.
Na AdegaMãe, mergulhada na tradição vitivinícola de uma região centenária, os vinhos reflectem a influência atlântica com frescura e acidez singulares, enriquecidos pela mineralidade dos solos argilo-calcários. Cada garrafa é uma expressão autêntica desse terroir único, contribuindo para a vitalidade e originalidade da Região de Vinhos de Lisboa. Deste modo, os seus vinhos são mais do que simples bebidas; são uma celebração da diversidade, riqueza, salinidade, pertença e originalidade que caracterizam aquelas terras.