Enoturismo na Quinta das Carvalhas | À descoberta da natureza e dos vinhos na jóia da coroa da Real Companhia Velha
Com uma vasta oferta no que toca ao enoturismo, a Quinta das Carvalhas – situada na margem esquerda do rio Douro, em frente ao Pinhão, é uma das propriedades da bi-centenária Real Companhia Velha, sendo considerada a sua jóia da coroa – dispõe agora de uma renovada loja de vinhos, onde as provas passam a ganhar outro esplendor, para além de que podem fazer-se acompanhar de petiscos. A juntar, um espaço de provas ao ar livre, localizado numa antiga ruína, instalada em plena vinha de montanha e debruçada sobre o rio Douro.
Propriedade imensa, dona de uma beleza singular, estende-se colina acima, até ao topo – a 550 metros de altitude, onde se encontra a “Casa Redonda”, casa de hóspedes com uma vista infinita, uma panorâmica de 360 graus e, por conseguinte, o ponto alto a partir do qual se contemplam os vinhedos serpeados da mais antiga região demarcada do Mundo –, seguindo pela encosta superior da margem direita do rio Torto, a Quinta das Carvalhas está de portas abertas para quem a queira (re)descobrir. São 500 hectares de um património ímpar.
Visitar a Quinta das Carvalhas é entrar Douro adentro, um Douro dedicado aos trabalhos da vinha (poda, escava ou vindima), à reconstrução dos tradicionais muros de xisto e à apanha da azeitona. É contemplar vinhas com mais de 80 anos, encostas com declives inimagináveis, chegando a atingir 70 graus. É admirar os rios Douro e Torto, e a cumplicidade entre a fauna e a flora.
É ir para além da vinha, pois há a mata mediterrânica, a floresta, o olival e os jardins construídos com pedras de granito e esteiros de xisto, onde foram plantadas as mais variadas espécies de flores, plantas e ervas aromáticas. É ver a mais antiga região demarcada com outros olhos, (re)descobri-la através das palavras de Álvaro Martinho, o agrónomo responsável pela viticultura da Quinta das Carvalhas e um duriense de corpo e alma, exímio conhecedor do terroir do Douro e dos seus vinhedos, que mostra quão inspirador é este lugar na Terra por meio de uma inusitada analogia ente as vinhas, as castas e as pessoas.
É desfrutar de espaço repleto de memórias, como a ‘Ruína’, uma casa secular emparcelada, posteriormente, à Quinta das Carvalhas e recuperada há cerca de dois anos, com um jardim e uma cascata no interior cuja água percorre o traçado esculpido no piso de xisto a lembrar o rio Douro, que passa calmamente lá em baixo, à beira do declive crivado de socalcos e vinhas velhas.