Nota de prova Dona Matilde Tinto 2018 | Manual da elegância
"A elegância está nos detalhes. Num guardanapo de pano numa mesa de jantar. Num vinho servido no copo certo. Na folha de hortelã na almofada antes de nos deitarmos." Iggy Azalea
Na Quinta Dona Matilde todos os vinhos são Field Blend de modo a valorizar o património vitícola e dar palco à tradição portuguesa (e vincadamente duriense) dos vinhos com mistura de castas. Assim, o rótulo da nova edição do Dona Matilde tinto ganhou o símbolo gráfico Field Blend, uma marca de identidade e que remete para esse legado histórico.
Esta tradição do velho mundo vitivinícola banhada a Douro valoriza assim práticas ancestrais num contexto de modernidade e contribui para a afirmação internacional dos vinhos de lote. Este tipo de vinhos, produzidos a partir da mistura de castas, conquistam cada vez mais apreciadores em diferentes partes do mundo, refere Filipe Barros, director de marketing e vendas da Quinta Dona Matilde: “A nossa família sempre produziu vinhos com mistura de castas, a começar no Vinho do Porto. Mantivemos esse registo quando passámos a produzir também DOC Douro e actualmente percebemos que é essa a nossa identidade e origem do reconhecimento que os nossos vinhos conquistaram. Os monovarietais não são o nosso caminho”.
A escolha enaltece e preserva as vinhas históricas da quinta, com quase um século de idade, e outras mais recentes, com mais de duas décadas, plantadas igualmente com diferentes castas autóctones do Douro e a pensar na produção de vinhos tranquilos da região. Elaborado a partir de uvas colhidas em vinhas localizadas a uma altitude entre os 150 e 200 metros, o Dona Matilde tinto 2018 é exemplo da importância que o lote da vinha pode assumir em todas as gamas de vinhos.
Este blend Dona Matilde tem, aliás, merecido atenção no mercado internacional, tendo a edição de 2017 ganho a medalha de ouro no Mundus Vini 2021. O Dona Matilde tinto 2018 ( (9.50 €, 90 pts.) é um Field Blend produzido a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Francisca, Tinto Cão e Tinta Roriz, colhidas em vinhas da quinta com 26 anos de idade. Parte do lote estagiou em barrica de madeira usada. Foram produzidas 25 mil garrafas.
De porte rubi-violeta, exibe notas intensas a cereja madura, ameixa preta, framboesa, figos, chocolate After Eight, pinho, violetas e pimenta preta. Na boca mostra frescura, bom volume, estrutura e taninos redondos. É muito gastronómico, super elegante, equilibrado e persistente. Dá-nos muito, até na diversidade e equilíbrio de aromas, para aquilo que custa.
O Dona Matilde tinto 2018 marca também o regresso das #notasdeprova no espaço #cáporcasa de modo a poder corresponder ao cada vez maior número de solicitações por parte dos produtores. Serão publicações menos esmiuçadas, mais focadas no vinho e na sua enologia, e forçosamente mais curtas. Quando o vinho passar a marca dos 95 pontos, regressamos às publicações mais contextualizadas, combinado? ;)